quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Museu do Neo-Realismo homenageia o estremocense Rogério Ribeiro
segunda-feira, 21 de julho de 2025
"Alentejo" de Júlio Resende
sábado, 19 de julho de 2025
Cipriano Dourado e a apanha da azeitona
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quinta-feira, 17 de julho de 2025
António Cunhal (1910-1932), artista plástico neo-realista
quarta-feira, 16 de julho de 2025
Ceifeira adormecida - Litografia de Manuel Ribeiro de Pavia
No Alentejo de outros tempos, a
colheita do trigo recorria à ceifa manual, actividade sazonal dificultada pelo
rigor do clima. Ceifeiros e ceifeiras sentiam-no bem no corpo. O trabalho
penoso e mal pago, realizava-se de “sol a sol”, interrompido apenas por
refeições rápidas e frugais. A “bucha” ao pegar no trabalho, o “almoço” pelas
10 horas da manhã, o “jantar” sensivelmente pelas 2 da tarde, a que se seguia a
“sesta” de duas horas para um retemperar de forças. A sesta ocorria à sombra de
uma azinheira ou de molhos de trigo e durava até serem acordados pelo manajeiro.
A faina prolongava-se até às 8 da noite, altura em que tinha lugar a “ceia”, a
última refeição do dia, finda a qual trabalhavam até haver luz e o manajeiro
dar a ordem de “solta”. Depois era o descanso nocturno, até ao nascer do sol do
dia seguinte.
A sesta dos ceifeiros é um tema
recorrente na arte portuguesa. Manuel Ribeiro de Pavia na litografia “Ceifeira
adormecida” (Fig. 2 e Fig. 3) patenteia uma ceifeira a descansar, encostada a
uma árvore e protegida pela sua sombra. Observe-se que a litografia é anterior
à criação da GRAVURA - Sociedade Portuguesa de Gravadores (1956). A prova nº 7
da litografia “Ceifeira adormecida” (Fig. 1) é uma prova de cor com um cromatismo mais vivo que o trabalho final
(Fig. 2), o qual teve uma tiragem de 50 exemplares cujo cromatismo é mais sóbrio.
José Malhoa (Fig. 3) no óleo sobre tela “A sesta dos
ceifeiros” (1895), mostra um grupo de ceifeiros a descansar à sombra de uma
árvore, a qual não aparece representada.
Dordio Gomes (Fig. 4) no óleo sobre tela “A sesta dos
ceifeiros” (1918), representa ceifeiros a descansar, protegidos por molhos de
trigo.
Publicado inicialmente a 16 de Julho de 2024
domingo, 1 de junho de 2025
Estremocense, Mestre do Neo-Realismo, em terras de Vila Franca
Ontem, dia 31 de Maio, estive presente, por iniciativa própria, no acto
inaugural da exposição “Fazer crescer a vida - Rogério Ribeiro e o Neo-Realismo”.
Com curadoria de David Santos, a exposição ocupa os pisos 1 e 2 do
Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, mostrando cerca de duzentas e
cinquenta obras de pintura, desenho, gravura e cerâmica de Rogério Ribeiro, um
dos maiores protagonistas do neo-realismo visual português.
Rogério Ribeiro (1930-2008) é natural de Estremoz, onde nasceu em 1930. Tive o
privilégio de o entrevistar em 1981 para o jornal Brados do Alentejo. Aí se falou de neo-realismo. Num
enquadramento da presente exposição está patente um painel que destaca um excerto dessa
entrevista.
O Município de Estremoz galardoou o artista em 2006 com a Medalha de
Mérito Municipal - Grau Ouro e desde 2013 que a toponímia estremocense assinala
a existência da rua “Mestre Rogério Ribeiro”.
A exposição “Fazer crescer a vida -. Rogério Ribeiro e o Neo-Realismo”,
integra duas obras cedidas para o efeito pelo Museu Municipal de Estremoz e
pertencentes ao seu acervo. São elas: - Estudo, 1952. Aguarela sobre papel, 30
x 43 cm; - Mondadeiras, 1952. Tinta-da-China e gouache sobre papel, 35 x 45 cm.
De Estremoz, presentes ao acto inaugural e por iniciativa própria, estive
eu e duas pessoas que me acompanharam. Convenhamos que sabe a pouco.
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Espiga Pinto na Memória de Antigos Alunos
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sexta-feira, 14 de março de 2025
Exposição "Memórias do Alentejo" de José Manuel Espiga Pinto na Galeria Howard's Folly
A Galeria Howard’s Folly, em
Estremoz, e o Legado de Espiga Pinto vão apresentar, no espaço daquela galeria,
a exposição “Memórias do Alentejo”, por ocasião da celebração do 85º
aniversário do artista plástico José Manuel Espiga Pinto (1940-2014).
A mostra, que inclui pintura,
desenho e escultura, vai estar patente ao público entre 16 de março e 27 de
abril e conta com o apoio institucional da BIALE, Bienal Internacional do
Alentejo 2025.
As peças expostas, criadas na
década de 60, aquando do regresso de Espiga ao Alentejo, refletem a excelência
do seu período neorrealista e a infância do artista em Vila Viçosa.
A mostra integra peças em
diversos suportes, desde a pintura, trabalhos sobre papel, desenho em
tinta-da-china sobre cortiça escultura em bronze. A imagem representa a vida
típica do Alentejo histórico, com composições que incluem o cavalo, o touro, a
roda, a carroça, a apanha da azeitona, os agricultores, a camponesa e as festas
locais.
“Roda”, de 1965, é a obra que
sobressai pelo seu valor icónico, com tons laranja evocando a luz do amanhecer
sobre a carroça no labor matinal nos campos e representando o símbolo de
continuidade da vida. As peças escolhidas, nos vários suportes, continuam a
complementar e a ecoar a roda ao longo da exposição.
A roda é um dos principais
elementos recorrentes da iconografia de Espiga Pinto, presente em todas as suas
fases subsequentes. A exposição centra-se nestes primeiros trabalhos da década
de 1960, a “Série do Alentejo”, proporcionando uma narrativa de caráter
histórico inspirada no profundo afeto do artista pela sua cultura.
Nascido em Vila Viçosa, em 1940,
durante a Segunda Guerra Mundial, Espiga Pinto estudou escultura na Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa, tendo sido distinguido com importantes
prémios e distinções ao longo da vida pela sua contribuição multidisciplinar
para as artes.
Foi membro da Academia Nacional
de Belas Artes. As memórias e a ligação à vida rural no Alentejo influenciariam
toda a sua obra. Espiga afirmou que foi na sua chegada a Estremoz, tinha então
cerca de 20 anos, que assumiu como “sentido cósmico” para a sua vida “cantar o
Alentejo”, explorando as principais formas figurativas e temas recorrentes, que
mais tarde se tornariam a base para o simbolismo cósmico, patentes ao longo de
uma extensa carreira de mais de 60 anos.
A arte de Espiga está amplamente
estabelecida dentro e fora de Portugal, contando mais de 80 exposições
individuais, com uma multiplicidade de obras em locais públicos e trabalhos
presentes em prestigiadas coleções. Obras de Espiga foram recentemente incluídas
em importantes exposições coletivas: Jaime Isidoro e Vila Nova de Gaia; 50 anos
após os 1ºs Encontros Internacionais de Arte (2024), NEO-REALISMO – Memórias
Guardadas do Acervo de Hernâni Matos (2024), Uma Terna (e Política)
Contemplação do que Vive, obras da coleção Norlinda e José Lima (2023), 60º
Aniversário da Cooperativa Árvore (2023) e Contra a Abstração, Obras da Coleção
da Caixa Geral de Depósitos (2019).
Em 2020, Penelope Curtis, então
Diretora na Fundação Calouste Gulbenkian, selecionou mais de 50 importantes
obras, ampliando o já significativo conjunto de obras de Espiga na coleção do
CAM – Centro De Arte Moderna Gulbenkian, incluindo peças associadas à temática
da presente exposição.
O legado de Espiga Pinto preserva
a obra e o acervo biográfico deste extraordinário artista, estando em curso uma
extensa investigação com vista à elaboração de um catálogo raisonné. Esta
exposição tem a curadoria de Amie Conway e Alex Cousens, profissionais
independentes com um longo trajeto nas artes, baseados em Londres, Reino Unido,
trabalhando diretamente com os dois herdeiros, Aurora e Leonardo Espiga Pinto,
filha e filho, respetivamente. As obras são provenientes da coleção que o
próprio artista cuidadosamente construiu, com agradecimentos pelo empréstimo de
outras obras por parte de importantes coleções particulares.
Além do apoio institucional da
BIALE 2025, esta exposição tem ainda o apoio da The Sovereign Art Foundation,
do Grupo de Hotéis Marmóris, da Galeria Alvarez, da Galeria Aqui d’El Arte –
CECHAP, da T.ARTe Collage.pt.
“A galeria do The Folly recebe
normalmente artistas contemporâneos locais, mas estamos muito satisfeitos por,
desta vez, recebermos um verdadeiro ícone da cena artística local que,
infelizmente, já não está entre nós. Ter um artista desta estatura a expor na
nossa galeria durante a BIALE do Alentejo é, na nossa opinião, muito propício”
refere Howard Bilton, proprietário da Howard’s Folly e presidente da The
Sovereign Art Foundation.
Aurora e Leonardo Espiga Pinto, filhos do artista
asseguram que “o regresso de Espiga Pinto ao seu Alentejo, e a Estremoz, tem um
enorme significado. Esta é a primeira exposição de desenho, pintura e escultura
de Espiga Pinto desde o seu falecimento. Além disso, a sua célebre “Série do
Alentejo” (década de 1960) não era mostrada ao público há 15 anos. E,
finalmente, a exposição tem lugar em Estremoz, lugar onde o nosso pai viveu e
criou estas mesmas peças, na sua casa-atelier”.
quinta-feira, 11 de julho de 2024
Visita guiada à exposição “NEO-REALISMO / MEMÓRIAS GUARDADAS / COLECÇÃO HERNÂNI MATOS”
segunda-feira, 17 de junho de 2024
Ora agora falo eu!
domingo, 16 de junho de 2024
NEO-REALISMO / MEMÓRIAS GUARDADAS / COLECÇÃO HERNÂNI MATOS
Integrada no Programa Comemorativo “50 anos em Liberdade: Comemorações do 50º Aniversário da Revolução de Abril de 1974”, decorreu ontem na Sala de Exposições Temporárias do Museu Municipal de Estremoz Prof. Joaquim Vermelho, a inauguração da exposição de artes plásticas NEO-REALISMO / MEMÓRIAS GUARDADAS / COLECÇÃO HERNÂNI MATOS.
No acto
inaugural, participaram cerca de 4 dezenas de convidados, cuja presença e
afecto foi para mim gratificante. Presidiu ao evento, o Senhor Presidente da
Câmara Municipal de Estremoz, José Daniel Pena Sadio, a quem agradeço as
palavras amigas, bem como ao Chefe de Divisão, Hugo Guerreiro, o qual no mesmo
sentido o antecedeu no uso da palavra.
Seguidamente, coube-me a mim igual papel, tendo agradecido as
facilidades concedidas pelo Município. De resto e como não podia deixar de ser,
procurei dar uma visão do que que foi o movimento neo-realista português, o
modo como surgiu e porque surgiu, os seus marcos mais importantes, as lutas em
que se envolveu antes do 25 de Abril, bem como as suas naturais implicações.
A terminar,
orientei uma visita guiada à exposição, procurando facilitar a leitura e
interpretação das obras dos artistas plásticos patentes ao público: Júlio
Pomar, António Cunhal, Lima de Freitas, Júlio Resende, Manuel Ribeiro de Pavia,
Cipriano Dourado, Rogério Ribeiro, Alice Jorge, Jorge de Almeida Monteiro,
Espiga Pinto, Querubim Lapa e Aníbal Falcato Alves. No seu conjunto, as obras
expostas são em número de 40 e distribuem-se por diferentes tipologias: desenho
a grafite, desenho a tinta-da-China, guache, aguarela, técnica mista,
serigrafia, linoleogravura, xilogravura, litografia, água forte e água tinta e
colagem. A mostra estará patente ao público até ao próximo dia 15 de Setembro.



























































