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quinta-feira, 6 de maio de 2021

O Livro dos Dias Contados

 

António Júlio Rebelo (1959 -   ). Filósofo. Professor. Ex-vereador da Cultura da CME.

Este é o título da mais recente obra de António Júlio Andrade Rebelo, a lançar pelas dezasseis horas do próximo sábado, dia 8 de Maio, no Auditório Moisés Pereira da Escola Secundária da Rainha Santa Isabel, em Estremoz.
A apresentação do livro será simultaneamente online e presencial. A apresentação online estará a cargo de Fernanda Henriques, Doutora em Filosofia e Professora Emérita da Universidade de Évora.
Estarão presentes o autor, o prefaciador e o editor.

O autor
António Júlio Andrade Rebelo é natural de Tomar, onde nasceu em 1959. É professor do Ensino Secundário há 36 anos e lecciona na Escola Secundária Rainha Santa Isabel em Estremoz desde 1984/85. Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1981 e obteve o doutoramento em Filosofia pela Universidade de Évora em 2014.
Em Estremoz foi Director do CENFORSEGA – Centro de Formação Sebastião da Gama e Vereador do Pelouro aa Cultura da Câmara Municipal de Estremoz.
Tem participado em palestras e seminários na área de filosofia e cinema: Fundação Calouste Gulbenkian, Universidade de Lisboa, Universidade do Porto, Universidade da Beira Interior, Universidade de Valladolid e Universidade de Castilla La Mancha.
Publicou “A Maldade no Cinema de Ingmar Bergman” editado pela Colibri em 2015.

A obra
A obra estrutura- se em 26 capítulos: Criação do mundo - nascimento do silêncio, Lua – claridade e sombra, Silêncio e instante, Campo-mar, Três perguntas, Viagem, Visível e invisível. Finito e infinito, Outeiro dos condenados, Tempo e trindade, Corpo e carne, Esperança, Composição do olho, Mar com luz, Tempo, corpo e alma, Jogo de espelhos, Espelho e vidro, Canto dos pássaros, Acontece com a lua cheia, Modo de ser novo, Entardecer, Ressurreição e esperança, Névoa, Beleza, Venerável, Subúrbio e convento, Encerramento e abertura.
Da obra diz o prefaciador Luís Cabanejo. “Este livro não é uma ficção filosófica, embora contenha alguns dos seus principais ingredientes: uma narrativa – nem linear nem mundana – e um discurso reflexivo. Também não é um conjunto de fragmentos ensaísticos, ainda que nele se procure rondar ou sondar, de modo oblíquo ou frontal, ideias que têm ocupado a Filosofia e a Religião como o mal, o silêncio ou a natureza. Tão-pouco se pode classificar o texto como diarístico, apesar de comunicar impressões pessoalíssimas e relatar situações que se inscrevem na vida real e concreta do seu autor.”
A obra, constituída por um volume com capa mole, 20 cm x 14 cm, de 100 páginas, é edição é da Colibri e tem o preço de capa de 9 euros.

Hernâni Matos

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sócrates, filósofo.


SOCRATES PHILOSOPHORUM FONS (SÓCRATES FONTE DOS FILÓSOFOS)
Esta a inscrição latina que encima o painel de azulejos barrocos joaninos (1744-1749) da Aula de Filosofia Grega do Colégio do Espírito Santo, inaugurado em 1553. Actualmente é a sala 119 da Universidade de Évora. Sócrates ocupa o eixo central da composição, numa clara alusão ao papel fundamental que desempenhou na tradição filosófica grega. A seu lado, o discípulo Platão e grupos de ouvintes discutindo.

Sócrates (470 a.C.-399 a.C) foi um filósofo ateniense que em determinado momento da sua vida terá começado a interessar-se sobre o conhecimento de si próprio e do homem em geral, o que o leva a proclamar a célebre máxima: “Só sei que nada sei”.
Em torno de si gravita um grupo de discípulos e amigos, dos quais sobressai Platão (428/427 a.C. - 348/347 a.C.).
Depois de uma vida inteira votada a questionar os seus concidadãos, em obediência a uma voz interior (daimon), é acusado de corromper a juventude ateniense com a sua filosofia moral, contrária à religião e às leis da cidade.
Condenado por um tribunal a beber cicuta, morre numa prisão em Atenas, rodeado de amigos e discípulos.
Aquele que disse “O verdadeiro conhecimento vem de dentro” é considerado o pai da Filosofia Grega.

domingo, 19 de agosto de 2012

Diálogo com a imagem


Quando se fazem 66 anos, o dobro da idade com que morreu Jesus Cristo, o triplo da idade da máxima pujança juvenil, o sêxtuplo da idade de entrada na juventude, é altura de fazer um balanço da nossa vida. É olharmo-nos ao espelho, mais por dentro que por fora e dialogar com a nossa imagem:
P - O que fizeste até agora, mereceu a pena?
R - Claro que sim. “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” (1).
P - Podias ter feito melhor?
R - Procuro sempre fazer o melhor, o que não significa que o consiga. Assimptoticamente procuro a perfeição. “Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.” (1). De facto, "Não há nada totalmente perfeito." (2). "Se o homem fosse perfeito, seria Deus." (3).
P – Pensas então deitar-te à sombra da bananeira para gozares os juros das coisas que já fizeste?
R – Nunca. Não seria uma atitude inteligente. “Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?" (1). Terei de continuar a trabalhar com persistência e disciplina. “A Persistência é o melhor caminho para o êxito.” (4) e “A disciplina é a mãe do êxito.” (5). “Nas coisas árduas cresce a glória dos homens.” (6).
P – Qual então o caminho que pensas seguir?
R – Fazer o que está por fazer e precisa de ser feito. “É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.” (7). “Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito.” (8). “Depressa e bem não faz ninguém.” (6). “Não basta fazer coisas boas - é preciso fazê-las bem.” (9). “Muitas vezes erra não apenas quem faz, mas também quem deixa de fazer alguma coisa.” (10).
P – Que farás então?
R – O mesmo que até aqui. Vou meter novamente mãos à obra. “As obras mostram quem cada um é.” (6). “O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra.” (7). “Obra apressada, obra estragada.” (6).
P - Porquê?
R – “Porque o tempo não é elástico.” (6). “O tempo vai e não volta.” (6).
P - De que precisas então?
R – De mais anos de vida, um de cada vez. “A vida, a quem não pesa, não cansa.” (6). “Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.” (11). “O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.” (1). E sobretudo, há que aceitar desafios. “Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” (12).
P - Não queres então ficar por aqui?
R – É claro que não. “Antiguidade é um posto e posto é galão.” (6). Ora eu não dou para enfeite…
P – Mas estás cheio de cabelos brancos, de rugas e olheiras…
R – Eu sei que “O mundo julga pelas aparências.” (6). Todavia, “Nem tudo o que luz é ouro.” (6), “Nem tudo o que é feio é mau.” (6), “Nem sempre o que parece, é.” (6). Costumo dizer que “Não vos fieis em aparências.” (6) e “Não se pode julgar um livro pela capa.”.
P – Fazes bem em pensar assim. Eu penso o mesmo.
R – Por isso amarei, divertir-me-ei e criarei durante todo o meu tempo, já que “O tempo é ligeiro e não há barranco que o detenha.” (6). Assim, procurarei o meu caminho para a felicidade, na convicção de que “A felicidade não se encontra nos bens exteriores.” (7) e de que “Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.” (13).

(1) – Fernando Pessoa (1888-1935), poeta e escritor português.
(2) – Horácio (65 a.C. - 8 a.C.), poeta e filósofo romano.
(3) – Voltaire (1694 - 1778), escritor e filósofo francês.
(4) – Charles Chaplin (1889 – 1977), comediante inglês.
(5) – Ésquilo (525/524 a.C. - 456/455 a.C.), dramaturgo grego.
(6) – Adágio português.
(7) – Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), filósofo grego.
(8) – Pitágoras (571/570 a.C. - 497/496 a.C.), filósofo e matemático grego.
(9) – Santo Agostinho (354 - 430).
(10) – Marco Aurélio (121 - 180), imperador romano.
(11) – Confúcio (551 a.C. - 479 a.C.), filósofo chinês.
(12) – Sócrates (469 a.C. - 399 a.C.), filósofo grego.
(13) – Epicuro (341 a.C. – 271/270 a.C,), filósofo grego.