sábado, 25 de março de 2023

A Primavera no figurado de Estremoz


PRIMAVERA (séc. XX). Autor desconhecido. Altura: 20; largura: 10;
diâmetro: 8,5 (cm). Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.

No figurado de Estremoz existem imagens conhecidas genericamente por “Primaveras”. Trata-se de representações de figuras de Entrudo, envolvidas em rituais de vegetação, que anunciavam e saudavam a proximidade da Primavera, na qual a natureza e muito em especial a flora, refloresce.

Publicado inicialmente a 24 de Março de 2923
 
PRIMAVERA (séc. XX). Ana das Peles. Altura: 22; largura: 12; 
diâmetro: 8,6 (cm). Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 

PRIMAVERA (séc. XX). Olaria Alfacinha. Altura: 26; largura: 14;
diâmetro: 8,6 (cm). Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.
 
PRIMAVERA (séc. XX). Ana das Peles. Altura: 30; largura: 16;
diâmetro: 10,7 (cm). Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.

PRIMAVERA (séc. XX). Ana das Peles. Altura: 20,5; largura: 9,5;
diâmetro: 9,5 (cm). Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.

sexta-feira, 24 de março de 2023

A Primavera na Bíblia Sagrada


“A Primavera” ou “Adão e Eva no Paraíso” (1660-1664). Nicolas Poussin (1594–1665).
Óleo sobre tela (117 × 160 cm). Musée du Louvre, Paris.

São múltiplas as referências bíblicas à Primavera:
- “Eu dar-vos-ei chuva no seu tempo: chuvas de Outono e de Primavera. Deste modo, poderás recolher o teu trigo, o teu vinho novo e o teu azeite.” (Deuteronômio 11,14)
 - “que esperavam por elas como chuvisco, e bebiam-nas como chuva da Primavera.” (Jó 29,23)
 - “Vamos embriagar-nos com os melhores vinhos e perfumes, e não deixar que a flor da Primavera nos escape.”  (Sabedoria 2,7)
 - “Era como a rosa na Primavera, como lírio junto da água corrente, como ramo de árvore de incenso no Verão!” (Eclesiástico 50,8)
 - “Por isso faltaram as chuvas, e não caíram as chuvas da Primavera. No entanto, continuaste a tua vida de prostituta, e nem disso te envergonhaste.” (Jeremias 3,3)
 - “Não pensaram: «Vamos temer a Javé nosso Deus, que nos dá a chuva do Outono e da Primavera no tempo certo; e ainda estabeleceu as semanas certas para a colheita»”. (Jeremias 5,24)
 - “Alegrai-vos, filhos de Sião, e rejubilai em Javé, vosso Deus. Pois Ele mandou no devido tempo as chuvas do Outono e fez cair chuvas abundantes: as chuvas do Outono e da Primavera, como antigamente.” (Joel 2,23)
 - “Irmãos, sede pacientes até à vinda do Senhor. Vede como o agricultor espera pacientemente o fruto precioso da terra, até receber a chuva do Outono e da Primavera.” (São Tiago 5,7)

Publicado inicialmente em 29 de Março de 2012

quinta-feira, 23 de março de 2023

A Primavera na Pintura Universal


Primavera (Finais do séc. XIV). Iluminura de mestre desconhecido, pertencente
ao “Tacuinum Sanitatis”, livro medieval sobre o bem-estar, com base no Taqwin al
sihha تقوين الصحة ("Quadros de Saúde"), tratado do século XI da autoria do médico
árabe Ibn Butlan de Bagdad, o qual pertence à Biblioteca Casanatense, em Roma.


A Primavera é o tema central de obras de grandes mestres da pintura universal, dos quais destacamos, associados por épocas/correntes de pintura:
- IDADE MÉDIA: Giotto di Bondone (1267-1337), italiano; autor desconhecido (Finais do séc. XIV).
- RENASCENÇA: Sandro Botticelli (1445-1510), italiano; Agnolo Bronzino (1503-1572), italiano.
- MANEIRISMO: Jacob Grimmer (1525-1590), flamengo; Giuseppe Arcimboldo (1526-1593), italiano; Tintoretto (1518-1594), italiano; Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619), flamengo.
- BARROCO: Lucas van Valkenborch (1566-1623), flamengo; Francesco Albani (1758-1660), italiano; Nicolas Poussin (1594–1665), francês; Rosalba Carriera (1675-1757), italiano; Pierre-Antoine Quillard (1700–1733),francês; Nicolas Lancret (1690-1743), francês; Anton Kern (1709-1747), alemão; Jacob de Wit (1695-1754), holandês.
- ROCOCÓ: Christian Bernhard Rode (1725–1797), alemão.
- ROMANTISMO: János Rombauer (1782-1849), húngaro; Adrian Ludwig Ritcher (1803-1884), alemão; Ferdinand Georg Walmüller (1793-1865), austríaco.
- REALISMO: Jean-François Millet (1814-1875), francês.
- IMPRESSIONISMO: Claude Monet (1840-1926), francês.
- SIMBOLISMO: Arnold Böcklin (1827–1901), suíço.
- ARTE NOVA: Alfons Mucha (1860–1939), checo.
- NATURALISMO: José Maria Veloso Salgado (1864-1945), português; José Malhoa (1855-1933), português.
E que nos mostram estes mestres da pintura universal?
A natureza é representada verdejante e florida.
Por vezes são retratados trabalhos agrícolas ou de jardinagem, característicos do início da estação.
As cenas são em geral iluminadas, reflectindo a claridade própria da época. Por vezes, a estação é tratada alegoricamente com recurso a uma ou mais figuras femininas enquadradas por flores, em ramos, grinaldas ou arcos.

Hernâni Matos
Publicado inicialmente nem 23 de março de 2012

Lenda de São Francisco: 14. Milagre da Primavera (1297-1300).
Giotto di Bondone (1267-1337).
Fresco (270 x 200 cm).
Basílica Superior, San Francesco, Assisi.

Primavera (c. 1482).
Sandro Botticelli (1445-1510).
Tempera sobre painel (203×314 cm).
Galleria degli Uffizi, Florence.

O Milagre da Primavera (c. 1543).
Agnolo Bronzino (1503-1572).
Fresco.
Palazzo Vecchio, Florence.
Primavera (2ª metade do séc. XVI).
Jacob Grimmer (1525-1590).
Óleo sobre madeira (35,5 x 60 cm).
Szépmûvészeti Múzeum, Budapest.

Primavera (1563).
Giuseppe Arcimboldo (1526-1593).
Óleo sobre madeira de carvalho (66 x 50 cm).
Museo de la Real Academia de San Fernando, Madrid.

Primavera (c. 1564).
Tintoretto (1518-1594).
Óleo sobre tela (Diâmetro: 90 cm).
Scuola Grande di San Rocco, Venice.

Paisagem na Primavera (1587).
Lucas van Valkenborch (1566-1623)
Óleo sobre tela (116 x 198 cm).
Kunsthistorisches Museum, Vienna.

Primavera (1607).
Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619).
Óleo sobre painel (33 x 47 cm).
Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerp.

Primavera - Vénus fazendo a higiene pessoal (1616-17).
Francesco Albani (1758-1660).
Óleo sobre tela (Diâmetro: 154 cm).
Galleria Borghese, Rome.

“A Primavera” ou “Adão e Eva no Paraíso” (1660-1664).
Nicolas Poussin (1594–1665).
Óleo sobre tela (117 × 160 cm).
Musée du Louvre, Paris.

Primavera (c. 1725).
Rosalba Carriera (1675-1757).
Pastel sobre papel cinzento colado em cartão (24 x 19 cm).
The Hermitage, St. Petersburg.

As Quatro Estações: Primavera (c. 1730).
Pierre-Antoine Quillard (1700–1733).
Óleo sobre tela (43 × 34 cm).
Sammlung Thyssen-Bornemisza.

Primavera (1738).
Nicolas Lancret (1690-1743).
Óleo sobre tela (69 x 68 cm).
Musée du Louvre, Paris.

Verão e Primavera (1747).
Anton Kern (1709-1747).
Óleo sobre tela (165 x 126 cm).
The Hermitage, St. Petersburg.

Alegoria das Quatro Estações – Primavera (1751-52).
Jacob de Wit (1695-1754).
Óleo sobre tela (217 x 145 cm).
Staatliche Museen, Kassel.

Alegoria da Primavera (1785).
Christian Bernhard Rode (1725–1797).
Óleo sobre tela (218 ×109 cm).
Eremitage, St. Petersburg.

Primavera (c. 1830).
János Rombauer (1782-1849).
Óleo sobre tela (46 x 36 cm).
Mestská Galeria, Presov.

Cortejo nupcial numa paisagem primaveril (1847).
Adrian Ludwig Ritcher (1803-1884).
Óleo sobre tela (93 x 150 cm).
Gemäldegalerie, Dresden.

Início da Primavera nos Bosques de Viena (1864).
Fedinand Georg Walmüller (1793-1865).
Óleo sobre tela (43 x 54 cm).
Nationalgalerie, Berlin.

Primavera (1868-73).
Jean-François Millet (1814-1875).
Óleo sobre tela (86 x 111 cm).
Musée d'Orsay, Paris.

A Primavera (1874).
Claude Monet (1840-1926).
Óleo sobre tela (57 x 80 cm).
Alte Nationalgalerie, Berlin.

Primavera (1875).
Arnold Böcklin (1827–1901).
Tempera sobre painel (60×50,5 cm).
Museum der bildenden Künste, Leipzig.

Primavera (1896).
Alfons Mucha (1860–1939).
Óleo sobre painel.
Colecção particular.

Primavera (1917).
José Maria Veloso Salgado (1864-1945).
Óleo sobre tela (108 x 160 cm).
Museu Abade de Baçal, Bragança.

Primavera (1933).
José Malhoa (1855-1933).
Pastel sobre papel (30 x 23 cm).
Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Contributo pessoal para uma evocação de Mestre Álvaro Chalana (1916-1983), oleiro redondense

 


Foi inaugurada ontem, dia 18 de Março, no Museu do Barro, na Vila de Redondo, a exposição “A evocação de um Mestre: Álvaro Chalana – Já não há quem queira dar/uma filha a um oleiro”.
Mestre Álvaro Chalana (1916-1983), oleiro, poeta e músico, tem perfil biográfico traçado pelo Dr. António Carmelo Aires no seu livro “Cerâmica de Redondo”. Este investigador da cerâmica redondense, possuidor de uma inigualável colecção de peças oláricas de Redondo, ontem mesmo publicou no Facebook um extracto do vasto conjunto de peças de diferentes tipologias, produzidas por aquele Mestre. Disse a propósito “Associo-me à Evocação a Mestre Alvaro Chalana um dos mais notáveis oleiros redondenses do Sec. XX”.
Foi através da publicação do Dr. Carmelo Aires, que tive conhecimento da exposição que decerto irei visitar e que me senti igualmente estimulado a associar-me à evocação promovida pelo Museu do Barro de Redondo, divulgando peças oláricas do Mestre, apenas de duas tipologias: pratos e bacias, falantes ou não. pintadas e esgrafitadas. Maioritariamente decoradas com uma tricromia verde, amarelo, ocre-castanho, de temática predominantemente floral, zoomórfica, antropomórfica e mista, mas também brasonada e monumental.
Os pratos e bacias de Mestre Álvaro Chalana apresentam determinadas tipologias de decoração nas abas ou nos bordos:
- Arcos verdes, contíguos, com a concavidade virada para o interior, total ou parcialmente preenchidos a amarelo;
- Esponjados a verde;
- Decoração geométrica;
- Decoração foral.