sábado, 23 de setembro de 2023

Começou o Outono


José Malhoa (1855-1933). Óleo sobre tela (46 cm x 38 cm).
Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.


O Outono (do latim autummus) é uma das quatro estações das zonas temperadas, compreendida entre o Verão e o Inverno, que corresponde aos meses de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro no Hemisfério Norte. Caracteriza-se por um declínio gradual da temperatura e é marcada por tempo chuvoso, ventoso e pouco ensolarado.
Sob o ponto de vista astronómico, no Hemisfério Norte, o Outono boreal vai desde o equinócio de Outono (a 22 ou 23 de Setembro e excepcionalmente 21 ou 24 de Setembro), ao solstício de Inverno (a 21 ou 22 de Dezembro). No Hemisfério Sul, o mesmo período corresponde à Primavera e o Outono austral começa em 20 ou 21 de Março e termina a 20 ou 21 de Junho.
No Outono, as árvores de folha caduca preparam-se para passar ao estado de dormência no Inverno, constituindo reservas a serem utilizadas na produção de botões para a subida da seiva na Primavera. Perdem assim as folhas finas e flexíveis que poderiam congelar, o que as tornaria não funcionais. A árvore recupera substâncias úteis presentes nas folhas, armazena-as e/ou recicla-as a fim de as reutilizar no início da Primavera. As folhas perdem a clorofila, substância responsável pela cor verde, adquirindo a cor de outros pigmentos presentes anteriormente, mas ocultos devido à presença da clorofila. Colorem-se então de amarelo devido à presença de carotenóides ou até mesmo de vermelho devida à presença de antocianinas.
No Hemisfério Norte, o Outono é a época das colheitas, especialmente culturas de Verão: milho, girassol, etc. e todos os tipos de frutos: maçãs, peras, marmelos, etc., frutas secas: castanhas, nozes, avelãs, etc., e uvas. É também o período das lavras.
No adagiário português, a presença implícita do Outono é vasta, já que engloba adágios relativos aos meses de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro. Todavia, a sua presença explícita é muito escassa, já que apenas localizámos a existência de quatro adágios relativos ao Outono:
- Logo que o Outono venha, procura a lenha.
- No Outono o Sol tem sono.
- Quem planta no Outono, leva um ano de abono.
- Um dia de Outono vale por dois de Primavera.

Publicado inicialmente a 28 de Janeiro de 2012

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

A origem das alheiras


                              

À  Manuela Mendes:                      

Por diligência de D. João III junto da cúria romana, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, foi imposto em Portugal pela bula "Cum ad nihil mugis", de 23 de Maio de 1536 e só seria extinto em 1821.
A Inquisição foi singularmente activa em Lisboa, Coimbra e Évora, com poder religioso, político, social e cultural, que institucionalizou o espírito de intolerância, particularmente anti-judaico e organizou um autêntico genocídio cultural através da censura literária.
Quando o pesado braço da Inquisição iniciou a perseguição aos judeus portugueses, estes viram-se na necessidade de se converter ao cristianismo, adoptando os seus costumes, pelo menos na aparência.
Como a tradição judaica, recusava o consumo da carne de porco, em virtude de esta ser considerada "impura", os nossos judeus viram-se na contingência de inventar a alheira, enchido no qual a carne de porco era substituída por uma extensa gama de carnes, que incluía galinha, peru, pato, perdiz, vitela, carneiro, cabra,os quais eram envolvidos por uma massa de pão, que lhes conferia consistência.
A alheira é, hoje, um dos mais afamados ex-libris transmontanos. Lá diz o rifão: "A necessidade é mestra de engenho". Na verdade, as disposições regimentais do Tribunal do Santo Ofício, em contraposição com as leis e garantias do direito civil, permitiam o secretismo das testemunhas de acusação, a inviabilização da defesa do réu, a viciação do sistema de provas admissíveis e a validade da tortura, muitas vezes pelo fogo, na ratificação das confissões, ainda que estas fossem posteriormente desmentidas. Muitas vezes, as sentenças acarretavam a confiscação de bens e a morte pelo fogo.
Foi nesse contexto repressivo, que os nossos “marranos”, temerosos de perderem os bens e a vida, criaram a saborosa alheira. É caso para dizer:
- "Bem hajam, por isso!"
- "Honra e glória à criatividade da comunidade judaica portuguesa!"

BIBLIOGRAFIA
- DIVERSOS. Dicionário ilustrado da História de Portugal. Publicações Alfa, Lisboa, 1985.
- DIVERSOS. História da Arte em Portugal. Publicações Alfa, Lisboa, 1986.
- DIVERSOS. Marcos da Arte Portuguesa. Publicações Alfa, Lisboa, 1986
- SARAIVA, José Hermano. Imagens da História de Portugal. Publicações Alfa, Lisboa, s/d.

Publicado inicialmente em 19 de Agosto de 2011

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Cartazes publicitários portugueses 1881-1930


 1881

A função do cartaz publicitário é promover bens ou serviços cujo consumo se pretende fomentar. É normalmente constituído pelos seguintes elementos: ilustração, slogan, logótipo, texto e título de apresentação, ainda que um ou mais destes elementos possam não estar presentes.
O cartaz publicitário surge em 1818 com a invenção da litografia pelo checo Aloysius Senefelder (1771-1834), a qual permitia a duplicação de gravuras. A partir daí os cartazes publicitários foram utilizando as múltiplas técnicas de gravura descobertas até aos nossos dias.
Os cartazes publicitários têm desde sempre sido concebidos por artistas plásticos de nomeada, ainda que nos dias de hoje haja uma tendência para a sua concepção por quem se dedique exclusivamente ao design gráfico.
Os cartazes publicitários têm um determinado valor estético associado às correntes artísticas vigentes em cada época no domínio do design gráfico. De resto, a qualidade artística das ilustrações traduz a importância estratégica atribuída a este meio publicitário e testemunham também o desenvolvimento da publicidade e relatam um pouco da sua história, bem como a história do próprio design gráfico. Recolhemos imagens de cartazes publicitários desde 1881 até à actualidade. Por uma questão de metodologia, sistematizámos a sua apresentação em três grandes períodos: 1881-1930, 1931-1960 e 1961-1990. Cada um desses períodos dará origem a um post autónomo neste blogue. Em cada um deles apostamos na força da mensagem visual, gráfica e estética, sem fazermos referência ao seu autor, à técnica de gravura ou local de impressão. Para além da imagem, cada cartaz publicitário será apenas identificado pelo ano de edição.
No período 1881-1930, os cartazes publicitários aqui apresentados, podem-se organizar em nove grandes grupos:
- Produtos alimentares (águas minerais, bebidas alcoólicas, cafés, conservas alimentares, manteiga, rebuçados).
- Produtos químicos (lexívia, tintas).
- Bens de consumo diversos (livros, madeiras, máquinas de escrever, material escolar, plantas e sementes, tabaco, vestuário).
- Serviços (companhias de seguros, hotéis).
- Meios de transporte (automóveis, caminhos de ferro).
- Comunicações (telefones).
- Eventos diversos (congressos, espectáculos, exposições, provas desportivas).
- Turismo (cidades e regiões turísticas).
- Associações de classe.


BIBLIOGRAFIA

Hernâni Matos
Publicado inicialmente em 8 de Setembro de 2013


1884
 
  1905
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1907
1908
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1910
1911
 
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