Mostrar mensagens com a etiqueta Meses do Ano. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Meses do Ano. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Agosto na Pintura Universal


Agosto (1412-16). 
Paul, Jean et Herman de Limbourg (1370/80 – 1416).
Livro de Horas do Duque de Berry. 
Musée Condé, Chantilly.

“Agosto” é o tema central de obras executadas por grandes mestres da pintura universal, dos quais destacamos, associados por épocas/correntes da pintura, os seguintes:
- RENASCENÇA: Paul, Jean et Herman de Limbourg (1370/80 – 1416), holandeses; Cosmè Tura (1430-1495), italiano; Jean Poyer (activo pelo menos de 1483 até c.1503), francês; Gerard Horenbout  (c. 1465–1541), holandês; Simon Bening (1483/84-1561), flamengo; António de Holanda (1480/1500 – c. 1571), holandês; Oficina Simon Bening (c. 1483 – 1561), flamengo; Pieter Bruegel, o Velho (1525-1569), flamengo;
- BARROCO: Leandro Bassano (1557-1622), italiano; Adriaan van Stalbemt (1580-1662). Flamengo;
- ESCOLA VENEZIANA: Bernardo Bellotto (1720-1780), italiano;
- ROMANTISMO: Francisco da Silva (séc. XVIII), português;
- IMPRESSIONISMO: Alfred Sisley (1839-1899), francês;
- ABSTRACCIONISMO: Gregory Amenoff (1948-  ), mericano;
Por norma, as pinturas destacam as actividades senhoriais ou agro-pecuárias características do quente mês de Agosto: ceifa, acarreto e debulha do cereal, trabalhos de eira, descanso e refeição de ceifeiros, colheita de frutos e tosquia de ovelhas. A noção de calor pode também ser transmitida através da presença de nadadores ou pelo trabalho de tanoeiros que fabricam vasilhame que vai ser usado após as vindimas do mês de Setembro que se avizinha.

Publicado inicialmente em 21 de Agosto de 2013 

Alegoria de Agosto: Triunfo de Ceres (1476-84).
Cosmè Tura (1430-1495).
Fresco (500 cm x 320 cm).
Palazzo Schifanoia, Ferrara. 
Agosto (c. 1500).
Jean Poyer (activo pelo menos de 1483 até c.1503).
Livro de Horas de Henrique VIII (c/1500).
Morgan Library, New York. 
O Mês de Agosto (c. 1510).
Gerard Horenbout  (c. 1465–1541).
Breviário Grimani (28 cm x 21,5 cm).
Biblioteca Nazionale Marciana, Venice.
 Agosto (c.1515).
Simon Bening (1483/84-1561).
Livro de Horas da Costa (c/ 1515).
Morgan Library, New York.

Agosto (1517-1551).
António de Holanda (1480/1500 – c. 1571). 
Livro de Horas de D. Manuel I. Pintura a têmpera e ouro sobre pergaminho
(10,8 cm x 14 c m). Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
Agosto (1530-1534)
Oficina Simon Bening (c. 1483 – 1561).
Livro de Horas de D. Fernando. Pintura a têmpera e ouro
sobre pergaminho (9,8 cm x 13,3 cm).
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
 A colheita de milho – Agosto (1565).
Pieter Bruegel, o Velho (1525-1569).
Óleo sobre madeira (118 cm x 161 cm).
Metropolitan Museum of Art, New York.
Agosto (1595/1600)
Leandro Bassano (1557-1622).
Óleo sobre tela (145 cm x 213 cm).
Museu de Arte Regional, Tula. 
 Alegoria do Mês de Agosto (?).
Adriaan van Stalbemt (1580-1662).
Oleo sobre madeira (76 cm x 123 cm).
Colecção privada.
Julho, Agosto (1731)
Francisco da Silva (séc. XVIII).
Óleo sobre madeira (23 cm x 33 cm).
Museu de Évora.
Dresden a partir da margem direita do rio Elba, acima da Augustusbrücke (1747).
Bernardo Bellotto (1720-1780).
Óleo sobre tela (132 cm x 236 cm).
Gemäldegalerie, Dresden.
Uma tarde de Agosto próximo de Veneux (1881).
Alfred Sisley (1839-1899).
Óleo sobre tela (54 cm x 73 cm).
Colecção privada.
Luz em Agosto (1996).
Gregory Amenoff (1948-  ).
Óleo sobre tela (233.7 cm x 304,8 cm).
Kemper Museum of Contemporary Art, Kansas City.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Agosto, mês de férias


AGOSTO - Iluminura (10,8 x 14 cm) do “Livro de Horas de D. Manuel I” [Século XVI
(1517-1551)], manuscrito com iluminuras atribuídas a António de Holanda, conservado
no Museu Nacional de Arte Antiga. Pintura a têmpera e ouro sobre pergaminho.

O mês de Agosto era anteriormente conhecido por Sextilis em latim, uma vez que era o sexto mês do calendário romano, que começava em Março.
Em 46 a.C., Júlio César, reformou o calendário romano, acrescentando dois meses, Unodecembris e Duocembris, no final do ano de 46 a.C., deslocando assim Januarius e Februarius para o começo do ano de 45 a.C. Os dias dos meses foram fixados numa sucessão de 31, 30, 31, 30... de Januarius a Decembris, à excepção de Februarius, que ficou com 29 dias e que, a cada três anos, teria 30 dias. Com tais mudanças, o calendário anual passou a ter doze meses que perfaziam 365 dias.
Em 44 a.C., Júlio César foi homenageado pelo Senado, que mudou o nome do mês Quintilis para Julius, visto ser o mês em que César nasceu.
Em 8 a.C., a denominação Sextilis foi modificada para Augustus, em homenagem ao imperador Octávio Augusto.
Agosto tem 31 dias e é o oitavo mês do calendário juliano e também do calendário gregoriano, utilizado na maior parte do mundo e que foi promulgado pelo Papa Gregório XIII a 24 de Fevereiro do ano 1582, para substituir o calendário juliano.
No Hemisfério Sul, Agosto é o equivalente sazonal de Fevereiro no Hemisfério Norte.
Num ano comum nenhum outro mês começa no mesmo dia da semana que Agosto, enquanto que num ano bissexto, Fevereiro começa no mesmo dia da semana que Agosto.
Tanto em anos comuns como bissextos, Agosto termina no mesmo dia da semana que Novembro.
Os Signos do Zodíaco que correspondem ao mês de Agosto são:
- Leão (23 de Julho a 22 de Agosto).
- Virgem (23 de Agosto a 22 de Setembro).
A pedra zodiacal de Agosto é o ónix.
Como noutros meses há datas especiais a assinalar em Agosto. Temos Dias Internacionais:
- Dia 6 - Dia Internacional da Solidariedade.
- Dia 8 - Dia do Emigrante.
- Dia 9 - Dia Internacional dos Povos Indígenas.
- Dia 12 - Dia Internacional da Juventude.
- Dia 19 - Dia Mundial da Fotografia.
- Dia 23- Dia Internacional da Recordação do Tráfico Negreiro e da sua Abolição.
- Dia 29 – Dia Internacional contra os testes nucleares.
- Dia 30 - Dia Internacional do Desaparecido.
- Dia 31- Dia Internacional da Solidariedade.
Temos ainda datas patrióticas:
- 4 de Agosto (1578) - Batalha de Alcácer-Quibir, na qual o exército português comandado pelo rei D. Sebastião (1554-1578) aliado ao exército do sultão Mulei Moluco, é derrotado por um exército chefiado pelo Sultão de Marrocos Mulay Mohammed com apoio otomano. A derrota conduziu à crise dinástica de 1580, que teve como consequência a perda da independência nacional durante 60 anos, devido à união forçada com Espanha no decurso da dinastia Filipina (1580-1640).
- 14 de Agosto (1385) – Batalha de Aljubarrota entre tropas portuguesas com aliados ingleses, lideradas por D. João I de Portugal (1357-1433) e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431), e o exército castelhano e seus aliados liderados por D. João I de Castela (1358-1390). A vitória portuguesa pôs fim à crise de 1383-1385, consolidando D. João I, Mestre de Avis, como rei de Portugal. Como reconhecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, D. João I mandou edificar o Mosteiro da Batalha.
No calendário Mariano, Nossa Senhora, Mãe de Deus, é honrada com muitos e muitos títulos e festejada ao longo do ano. No mês de Agosto temos:
- Dia 2 – Dia de Nossa Senhora dos Anjos.
- Dia 5 - Dia de Nossa Senhora das Neves.
- Dia 13 - Dia de Nossa Senhora Refúgio dos Pecadores.
- Dia 15 - Dia de Nossa Senhora da Assunção.
- Dia 16 - Dia de Nossa Senhora Rainha.
- Dia 16 - Dia de Nossa Senhora do Amparo.
- Dia 20 - Dia de Nossa Senhora da Agonia.
- Dia 22 - Dia de Imaculado Coração de Maria.
- Dia 22 - Dia de Nossa Senhora Rainha.
Na religião católica, Agosto é considerado o mês do Coração Imaculado de Maria.

Hernâni Matos
Publicado inicialmente a 8 de Março de 2013

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Julho, mês das colheitas


A ceifa no Alentejo. Alberto de Souza (1880-1961). Aguarela sobre papel (14x20 cm).

O mês de Julho era anteriormente conhecido por Quintilis em latim, uma vez que era o quinto mês do calendário romano, que começava em Março.
Em 46 a.C., Júlio César, reformou o calendário romano, acrescentando dois meses, Unodecembris e Duocembris, no final do ano de 46 a.C., deslocando assim Januarius e Februarius para o começo do ano de 45 a.C. Os dias dos meses foram fixados numa sucessão de 31, 30, 31, 30... de Januarius a Decembris, à excepção de Februarius, que ficou com 29 dias e que, a cada três anos, teria 30 dias. Com tais mudanças, o calendário anual passou a ter doze meses que perfaziam 365 dias.
Em 44 a.C., Júlio César foi homenageado pelo Senado, que mudou o nome do mês Quintilis para Julius, visto ser o mês em que César nasceu.
Julho tem 31 dias e é o sétimo mês do calendário juliano e também do caledndário gregoriano, utilizado na maior parte do mundo e que foi promulgado pelo Papa Gregório XIII a 24 de Fevereiro do ano 1582, para substituir o calendário juliano.
É, em média, o mês mais quente na maior parte do Hemisfério Norte (onde é o segundo mês de Verão) e o mês mais frio em grande parte do Hemisfério Sul (onde é o segundo mês de Inverno). A segunda metade do ano começa em Julho. No Hemisfério Sul, Julho é o equivalente sazonal de Janeiro no Hemisfério Norte.
Julho começa no mesmo dia da semana que Abril de um ano comum e que Janeiro em anos bissextos. Num ano comum nenhum outro mês termina no mesmo dia da semana que Julho, enquanto que num ano bissexto, Julho termina no mesmo dia da semana que Janeiro.
Os Signos do Zodíaco que correspondem ao mês de Julho são:
- Caranguejo (21 de Junho a 22 de Julho;
- Leão (23 de Julho a 22 de Agosto).
A pedra zodiacal de Julho é o rubi.
Como noutros meses há datas especiais a assinalar. Temos Dias Internacionais (ONU):
- 1º sábado de Julho - Dia Internacional das Cooperativas;
- 11 de Julho - Dia Mundial da População.
Temos também outras datas comemorativas:
-  Primeiro Domingo de Julho – Dia Mundial do Salvamento.
- 1 de Julho - Dia da Região e das Comunidades Madeirenses;
                      Dia Mundial da Arquitectura;
                      Dia da Mulher Portuguesa;
                      Dia da Força Aérea Portuguesa;
                      Dia do Antigo Estudante de Coimbra;
                      Dia das Bibliotecas.
- 2 de Julho – Dia da Polícia de Segurança Pública.
- 4 de Julho - Dia Mundial do Salvamento.
- 7 de Julho - Dia das Cooperativas.
- 8 de Julho - Dia da Marinha.
- 11 de Julho - Dia Mundial da População.
- 12 de Julho - Dia Mundial contra o Trabalho Infantil.
- 13 de Julho - Dia do Agricultor;
                       Dia Mundial do Rock.
- 14 de Julho – Dia do Doente;
                       Dia Mundial da Liberdade de Expressão.
- 20 de Julho – Dia Internacional da Amizade.
- 22 de Julho – Dia do Cantor Lírico.
- 25 de Julho - Dia do Exército Português.
- 26 de Julho - Dia Mundial dos Avós.
- 28 de Julho – Dia Nacional da Conservação da Natureza.
Temos ainda datas patrióticas (Portugal):
- 25 de Julho (1139) - Trava-se a Batalha de Ourique. D. Afonso Henriques derrota os reis mouros da Península, o que se traduz na Reconquista Cristã de Portugal. A data é assinalada no Dia do Exército Português.
- 25 de Julho (1415) - Parte do Tejo a Armada de D. João I, para a conquista de Ceuta.
- 26 de Julho (1139) – Afonso, conde portucalense é aclamado rei de Portugal e proclama a sua independência face a Leão.
No calendário Mariano, Nossa Senhora, Mãe de Deus, é honrada com muitos e muitos títulos e festejada ao longo do ano. No mês de Julho temos:
- Dia 1 de Julho – Dia de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
- Dia 13 de Julho - Dia de Nossa Senhora da Rosa Mística.
- Dia 16 de Julho - Dia de Nossa Senhora do Carmo.
- Dia 29 de Julho - Dia de Nossa Senhora da Ajuda.

Publicado inicialmente em 1 de Julho de 2010

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Adagiário dos Santos Populares Portugueses

 



As actividades agro-pastoris e pescatórias estão associadas ou são balizadas por determinadas datas, tanto do calendário juliano como do calendário hagiológico. Daí não ser de estranhar que os nomes dos Santos Populares integrem o adagiário português.

Santo António (13 de Junho)
- Dia de Santo António vêm dormir as castanhas ao castanheiro.
- Não peças água a Luzia e a Simão, nem sol a António e a João, que eles tudo isso te darão.

São João (24 de Junho)
- A chuva de S. João, bebe o vinho e come o pão.
- A chuva de S. João, tolhe o vinho e não dá pão.
- Água de S. João, tira o vinho e não dá pão.
- Ande o Verão por onde andar, pelo S. João cá vem parar.
- Até S. Pedro, o vinho tem medo.
- Cavas em Março e arrenda pelo São João, todos o sabem, mas poucos o dão.
- Chuva de S. João, acaba com o vinho e não ajuda o pão.
- Chuva de S. João, talha vinho e não dá pão.
- Chuva pelo S. João, bebe o vinho e come o pão.
- Chuvinha de S. João, cada pinga vale um tostão.
- Do Natal a São João, seis meses são.
- Em Abril queima a velha o carro e o carril, uma camba que ficou, ainda em Maio a queimou e guardou o seu melhor tição para o mês de São João.
- Em dia de São Pedro, vê o teu olivedo e se vires um bago espera por um cento.
- Galinhas de S. João, pelo Natal poedeiras são.
- Galinhas de São João, pelo Natal ovos dão.
- Guarda pão para Maio, lenha para Abril e o melhor tição para o S. João.
- Lavra pelo S. João e terás palha e pão.
- Lavra pelo S. João se queres ter pão.
- Lavra pelo São João se queres ter palha e pão.
- Maio louro, mas nem muito louro e São João claro como olho-de-gato.
- Março amoroso, Abril chuvoso, Maio ventoso, São João calmoso, fazem o ano formoso.
- Março chuvoso, S. João farinhoso.
- Março duvidoso, S. João farinhoso.
- Março molinhoso, S. João farinhoso.
- Não peças água a Luzia e a Simão, nem sol a António e a João, que eles tudo isso te darão.
- Ouriços do S. João, são do tamanho de um botão.
- Pelo S. João, a sardinha pinga no pão.
- Pelo S. João, ceifa o teu pão.
- Pelo S. João, deve o milho cobrir o cão.
- Pelo S. João, figo na mão, pelo S. Pedro, figo preto.
- Pelo S. João, lavra e terás palha e pão.
- Pelo S. João, perdigoto na mão.
- Pelo S. João, semeia o teu feijão.
- Pelo São João, foice na mão.
- Pintos de S. João, pela Páscoa ovos dão.
- Porco, no São João, meão; se meão se achar, podes continuar; se mais de meão, acanha a ração.
- Quando Jesus se encontra com João, até as pedras dão pão.
- Quando o vento ronda o mar na noite de S. João, não há Verão.
- Quem quiser bom melão, semeia-o na manhã de São João.
- S. João e S. Miguel passados, tanto manda o amo como o criado.
- Sardinha de S. João, já pinga no pão.
- Se bem me quer João, suas obras o dirão.
- Se queres ter pão, lavra pelo São João.
-Tem o porco meão pelo S. João.

São Pedro (29 de Junho)
- Até São Pedro, há o vinho medo.
- Dia de São Pedro, tapa o rego.
- Dia de São Pedro, vê o teu olivedo; e, se vires um grão, espera por cento.
- Nevoeiro de São Pedro põe em Julho o vinho a medo.
- Pelo São Pedro vai ao arvoredo; se vires uma, conta um cento.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Provérbios de Fevereiro


FEVEREIRO - Iluminura (10,8x14 cm) do “Livro de Horas de D. Manuel I”
[Século XVI (1517-1551)], manuscrito com iluminuras atribuídas a
ntónio de Holanda, conservado no Museu Nacional de Arte Antiga.
Pintura a têmpera e ouro sobre pergaminho.

- A castanha e o besugo, em Fevereiro não têm sumo.
- A doçura de Fevereiro, faz o dono cavalheiro.
- A dois dias de Fevereiro, sobe ao outeiro: se a candelária chorar, está o Inverno a chegar; se a candelária sorrir, está o Inverno para vir.
- A Fevereiro e ao rapaz perdoa tudo quanto faz, se Fevereiro não for secalhão e o rapaz não for ladrão.
- A neve que em Fevereiro cai das serras, poupa um carro de estrume às vossas terras.
- Água de Fevereiro enche o celeiro.
- Água de Fevereiro mata o onzeneiro.
- Aí vem o meu irmão Março que, de oito só deixa quatro.
- Aí vem o meu irmão Março, que fará o que eu não faço.
- Ao Fevereiro e ao rapaz, perdoa tudo quanto faz.
- Aproveite em Fevereiro quem folgou em Janeiro
- Aproveite Fevereiro quem folgou em Janeiro.
- Aveia de Fevereiro enche o celeiro.
- Bons dias em Janeiro enganam o homem em Fevereiro.
- Bons dias em Janeiro, pagam-se em Fevereiro.
- Candelária (2/2) chovida, à candeia dá vida.
- Chuva de Fevereiro mata o onzeneiro.
- Chuva de Fevereiro vale por estrume.
- Chuva em Dia das Candeias(2/2), ano de ribeiras cheias.
- Dia de S. Brás (3), a cegonha verás, e se não a vires o Inverno vem atrás.
- Dia de S. Matias (24), começam as enxertias. .
- Em dia de S. Matias (24) começam as enxertias.
- Em Fevereiro chega-te ao lameiro.
- Em Fevereiro chuva, em Agosto uva.
- Em Fevereiro enche a velha o fumeiro.
- Em Fevereiro entra o sol em qualquer rigueiro.
- Em Fevereiro mata o teu carneiro.
- Em Fevereiro mete obreiro.
- Em Fevereiro neve e frio, é de esperar calor no estio.
- Em Fevereiro põe a mãe ao soalheiro e manda-lhe um saraivem.
- Em Fevereiro põe o teu fumeiro.
- Em Fevereiro põe o teu porquinho ao sol.
- Em Fevereiro, cada sulco um regueiro.
- Em Fevereiro, chega-te ao lameiro.
- Em Fevereiro, ergue-se o centeio, a aveia enche o celeiro e a perdiz faz-se ao poleiro.
- Em Fevereiro, frio ou quente, chova sempre.
- Em Fevereiro, mete obreiro; pão te comerá, mas obra te fará.
- Em Fevereiro, no primeiro jejuarás, no segundo guardarás, no terceiro dia de S. Brás.
- Em Fevereiro, vai acima ao outeiro: se vires verdejar, põe-te a chorar; se vires terrear, põe-te a cantar.
- Fevereiro afoga a mãe no ribeiro.
- Fevereiro chuvoso faz o ano formoso.
- Fevereiro coxo, em seus dias vinte e oito.
- Fevereiro couveiro faz a perdiz ao poleito
- Fevereiro é dia, e logo é Santa Maria (2/2).
- Fevereiro é o mais curto mês e o menos cortês.
- Fevereiro enxuto rói mais que todos os ratos do mundo.
- Fevereiro enxuto, rói mais pão do que quantos ratos há no mundo.
- Fevereiro faz dia, e logo Santa Maria (2/2).
- Fevereiro matou a mãe no soalheiro.
- Fevereiro quente, traz o diabo no ventre.
- Fevereiro recoveiro faz a perdiz ao poleiro; Março três ou quatro.
- Fevereiro trocou dois dias por uma tijela de papas.
- Fevereiro, chover.
- Fevereiro, enganou a mãe ao soalheiro.
- Fevereiro, fêveras de frio, e não de linho.
- Fevereiro, matou a mãe ao soalheiro.
- Fevereiro, o mais curto mês e o menos cortês.
- Fevereiro: rego cheio.
- Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.
- Lá vem Fevereiro, que leva a ovelha e o carneiro.
- Janeiro gioso, Fevereiro nevoso, Março molinhoso, Abril chuvoso, Maio ventoso faz o ano formoso.
- Luar de Janeiro faz sair a galinha do poleiro, lá vem Fevereiro que leva a galinha e o carneiro.
- Neve de Fevereiro, presságio de mau celeiro.
- Neve em Fevereiro não faz bom celeiro.
- Neve em Fevereiro, é como a água carregada num cesteiro.
- Neve em Fevereiro, é mau para o celeiro.
- Neve que em Fevereiro cai das serras, poupa um carro de estrume às vossas terras.
- O primeiro de Fevereiro jejuarás, o segundo guardarás e o terceiro é dia de S. Brás; semeia o cebolinho e tê-lo-ás.
- O sol de Fevereiro matou a mãe ao soalheiro.
- O tempo de Fevereiro enganou a mãe ao soalheiro.
- Para parte de Fevereiro, guarda a lenha no quinteiro.
- Para parte de Fevereiro, guarda lenha.
- Pelo S. Matias (24), noites iguais aos dias.
- Por S. Brás (3) atirarás.
- Por S. Matias (24) começam as enxertias.
- Por S. Matias (24), antes de Março cinco dias salta da boga na cascalheira.
- Quando a candeia (2) chora, já o Inverno vai fora, quando a candeia ri, ainda o Inverno está para vir.
- Quando a Candelária (2) chora, o inverno já está fora; quando a Candelária ri, o inverno está para vir.
- Quando Fevereiro não tem grande frio, o vento dominará até ao Estio.
- Quando não chove em Fevereiro, não há bom prado, nem bom centeio.
- Quando não chove em Fevereiro, não há bom prado, nem bom palheiro.
- Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado nem bom celeiro.
- Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado, nem bom centeio
- Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado, nem bom lameiro, nem bom corno no carneiro.
- Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado, nem bom palheiro.
- Quando não chove em Fevereiro, nem prados nem centeio.
- Quando não chove em Fevereiro; nem bom centeio nem bom lameiro.
- Quem andar a gosto, não sai de casa em Fevereiro.
- Quem quiser o alho cabeçudo, planta-o no mês do Entrudo.
- Quem quiser o alho cabeçudo, sache-o pelo Entrudo.
- Quer no começo quer no fundo, em Fevereiro vem o Entrudo.
- Rindo se vai Fevereiro, porque lhe jejuam no seu dia primeiro.
- S. Brás (3) te afogue que Deus não pode.
- Se a Candelária (2/2) chora, está o Inverno fora, se a Candelária rir está o Inverno para vir.
- Se a Senhora das Candeias (2/2) ri e chora, está o inverno meio dentro e meio fora.
- Se a Senhora das Candeias (2/2) chora, está o inverno fora.
- Se a Senhora das Candeias (2/2) rir, está o inverno para vir.
- Se o Inverno não faz o seu dever em Janeiro, faz em Fevereiro.
- Se queres ser bom grãoseiro, semeia-o em Fevereiro.
- Se seco e quente é o mês de Fevereiro, guarda para os cavalos o feno no celeiro.
- Tanta chuva pelas candeias (2/2), tantas abelhas pelas colmeias.
- Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro.
- Vai-te embora Fevereirinho de vinte e oito, que deixaste os meus bezerrinhos todos oito; deixo estes, que
- aí vem Março que de oito deixa quatro.
- Vai-te embora Fevereiro com os teus vinte e oito; se durasses mais quatro, não durava cão nem gato.
- Vai-te embora Fevereiro que levaste o meu cordeiro! Aí vem meu irmão Março que de oito te deixa quatro.
- Vai-te embora Fevereiro, que não me deixaste nenhum cordeiro.
- Vai-te embora irmão Fevereiro que cá fica a minha ovelha com o meu cordeiro; mas lá vem o irmão Março que não deixará ovelha nem farrapo, nem o pastor se for fraco.
- Vale mais no rebanho ter um lobo, que mês de Fevereiro formoso.
- Vale mais uma raposa no galinheiro, que um homem em camisa em Fevereiro.

Publicado inicialmente em 4 de Fevereiro de 2011


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Adagiário do frio


Mulher da azeitona de Estremoz. Ilustração de Cesar Abbott.
Bilhete-postal ilustrado edição Centro de Novidades (Porto, 1942).

O QUE É O FRIO
O Inverno é caracterizado por baixas temperaturas, responsáveis por sentirmos frio. Este é uma sensação fisiológica contrária à sensação de calor e está associado às baixas temperaturas.
É sabido da Física que pelo “Princípio Fundamental da Calorimetria”, “Quando se põem em contacto dois corpos a temperaturas diferentes, o mais quente arrefece e o mais frio aquece, até ficarem ambos à mesma temperatura”. Por isso no Inverno, como o meio ambiente está a uma temperatura inferior à do nosso corpo, este tende a perder calor por irradiação a favor do meio ambiente, o que se traduz num abaixamento da temperatura do nosso corpo. Por isso sentimos frio. No Verão é exactamente o contrário, pois o meio ambiente está a uma temperatura superior à do nosso corpo, pelo que tende a perder calor por irradiação a favor do nosso corpo, pelo que a temperatura deste aumenta. Daí sentirmos calor.

TRAJE POPULAR ALENTEJANO
Para nos protegermos do frio usamos vestuário, que funciona como barreira à perda de calor corporal, por isolamento térmico. O traje popular alentejano assegurava sabiamente esse isolamento.
O camponês alentejano usava barrete na cabeça que lhe protegia as orelhas do frio, ao contrário do chapéu. Usava ainda pelico ou samarra de pele de borrego ou de ovelha e por baixo destes, sucessivamente colete, camisola e camisa. Uma cinta cingia a cintura. Nas pernas, safões de pele de ovelha ou de borrego. Por baixo, sucessivamente calças de saragoça forte e ceroulas de flanela. Podia ainda cobrir-se ou transportar ao ombro uma espessa, pesada e quente manta alentejana, fabricada em centros com tradições tecelãs (Reguengos de Monsaraz, Mértola, Castro Verde, Grândola, Almodôvar e Serpa.). Nos pés, sapatos grossos de atanado com polainas ou botas caneleiras ou joelheiras e por baixo destas, grossas meias de lã. Assim trajavam pastores e ganhões durante a jorna (lavrar, charruar, cavar, podar). Terminada esta e em certas circunstâncias podiam usar capote de saragoça ou de burel.

Maioral e ajuda, figuras da pastorícia alentejana, no início do séc. XX.
Bilhete-postal ilustrado edição Malva (Lisboa).

Pastor alentejano.
Aguarela de Alberto de Souza (1880-1961), pintada em 1935. 

Pastor (Início do séc. XX).
Bilhete-postal ilustrado edição de Faustino António Martins (Lisboa). 

Um campónio alemtejano em dia de festa.
Bilhete-postal ilustrado edição Costa (Lisboa).

As camponesas alentejanas que participavam na apanha da azeitona e na monda, usavam uma saia forte, atada em forma de calças, a fim de facilitar o trabalho. Nas pernas, grossas meias de lã e nos pés sapatos fortes de atanado. No tronco, para além da roupa interior, camisa, blusa de malha e xaile. Nos braços, mangueiras de um tecido barato, visando proteger as mangas da blusa durante o trabalho. A cabeça era protegida por um lenço, atado atrás. Por cima do lenço usavam um chapéu de feltro.

ADAGIÁRIO DO FRIO
É diversificado e vasto o adagiário português, onde é utilizada explicitamente a palavra frio. Até à presente data recolhemos 100 adágios sobre o frio, os quais foram sistematizados, conforme adiante se indica.
  
Existem indícios do frio:
- Quando a candeia chora, está o frio fora; quando ri está o feio para vir.
O frio tem determinadas consequências:
- A chuva e o frio metem a lebre a caminho. (1)
- A fome e o frio metem um homem em casa do inimigo. (2)
- A fome e o frio nunca criaram infante.
- A fome e o frio obrigou-o a fazer as pazes com o tio.
- Dá-lhes frio e sequidão que as terras te gearão
- Fome e frio fazem o gado galego. (3)
- Frio e fome não fazem bom cabelo.
- Frio, focinho e bico, não fazem ninguém rico.
- Manhã fria traz bom dia.
- Norte frio, água no rio.
- Um dia frio e outro quente, põem o homem doente. (4)
Nem tudo é consequência do frio:
- Frio não quebra osso e chuva não quebra costela.
O frio pode ser um mal menor:
- Antes frio e geada que chuva porfiada.
- Não temam o frio nem a geada, mas a chuva porfiada. (5)
O frio pode ser superado:
- Quem tem brio não tem frio.
- Frio a valer, trabalhar para aquecer.
- Quem não anda por frio e por sol não faz seu prol.
O frio pode ser uma livre opção:
- Pai com frio, filho com cobertor.
Existem relações do frio com o calor:
- O que tapa o frio tapa o calor.
- Calma em tempo frio traz molhado. (6)
-  Calor em tempo frio, chuva por castigo. (7)
O frio é medido fisiologicamente por órgãos anatómicos animais ou humanos:
- Frio como nariz de cão. (8)
O frio está indissociavelmente relacionado com o vestuário:
- A cada qual dá Deus o frio conforme o vestido. (9)
- Cada um sente o frio, conforme a coberta. (10)
- Dá Deus roupa segundo o frio.
A sanidade exige o equilíbrio entre o frio e o calor:
- A saúde é a justa medida entre o calor e o frio.
O frio pode gerar o ruído:
- O bácoro, a fome e o frio, fazem grande ruído.
- Porcos com frio e homens com vinho fazem grande ruído.
O frio está patente no adagiário dos meses:
- Bom tempo no Janeiro e mau no estio, bom ano de fome, mau ano de frio.
- Chuva em Janeiro e não frio, dá riqueza no estio. (11)
- Janeiro frio e molhado não é bom para o gado.
- Janeiro frio e molhado, enche a tulha e farta o gado.
- Janeiro frio ou temperado, passa-o enroupado. (12)
- Janeiro geoso, Fevereiro nevoso. Março frio e ventoso, Abril chuvoso e Maio pardo, fazem um ano abundoso.
- Em Fevereiro neve e frio, é de esperar calor no estio.
- Em Fevereiro, frio ou quente, chova sempre.
- Fevereiro, fêveras de frio e não de linho. (13)
- Abril frio e molhado, enche o celeiro e o gado. (14)
- Abril frio, pão e vinho. (15)
- Frio de Abril as pedras vai ferir. (16)
- Maio frio e Junho quente fazem o lavrador valente.
- Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente. (17)
- Maio frio e ventoso, faz o ano formoso.
- Em Junho, frio como punho.
- Agosto, frio em rosto. (18)
- Em Agosto passa o frio pelo rosto.
- Ande o frio onde andar, no Natal cá vem parar. (19)
- Ande o Natal por onde andar, que ele o frio há-de ir buscar.
- Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.
- Dezembro frio, calor no estilo.
- Em Dezembro treme de frio cada membro. (20)
O frio pode constituir uma qualidade:
- A água é fria, mas mais é quem com ela convida.
- A faneca, com três efes: fresca, fria e frita.
Há actos que devem ser praticados a frio:
- A vingança é um prato que se come frio.
- O caldo quente e a injúria em frio.

.....................

(1) Variante:
- A fome e o frio faz vir a lebre ao caminho.
(2) Variantes:
- Fome e frio entregam o homem ao seu inimigo.
- A fome e o frio fazem o homem acolher-se à casa do inimigo.
- Fome e frio metem a pessoa com seu inimigo.
- Fome e frio te fará meter com teu inimigo.
(3) Variantes:
- A fome e o frio fazem o gado galego.
- Fome, frio e mau trato, fazem o gado galego.
- O frio e a fome fazem o gado galego.
(4) Variantes:
- Dia frio e dia quente, fazem andar o homem doente.
- Dia frio e outro quente, faz o homem doente.
(5) Variante:
- Não hei medo ao frio nem à geada, senão á chuva porfiada.
(6) Variante:
- Calma em tempo frio traz molhado; frio em tempo molhado, traz resfriado.
(7) Variante:
- Calor em tempo frio, trá-lo molhado.
(8) Variantes:
- Calcanhar de homem, cu de mulher e focinho de cão, nunca sentem o Verão.
- Calcanhar de homem, cu de mulher e nariz de cão, três coisas frias são.
- Cu de mulher e nariz de cão, nunca conheceram Verão.
- Há duas coisas que não conhecem Verão: rabo de mulher e focinho de cão.
- Nariz de cão, cu de mulher e mãos de barbeiro, frios como gelo.
- Nariz de cão e cu de gente, nunca está quente.
- Nariz de cão e cu de mulher estão sempre frios.
(9) Variantes:
- A cada um dá Deus o frio conforme a roupa, mas mais a quem tem pouca.
- A cada qual dá Deus o frio conforme a roupa.
- A cada qual dá Deus o frio conforme anda vestido.
- Dá Deus o frio conforme a roupa.
- Deus dá o frio conforme a roupa.
(10) Variante:
- Cada um sente o frio, como anda vestido.
(11) Variante:
- Chuva de Janeiro e não frio, vai dar riqueza ao estio.
(12) Variante:
- Janeiro frio ou temperado, não deixa de ir enroupado.
(13) Variante:
- Em Fevereiro, febras de frio e não de linho.
- Em Fevereiro, fibras de frio e não de linho.
(14) Variante:
- Abril frio e molhado, enche celeiro e farta o gado.
(15) Variantes:
- Abril frio, traz pão e vinho.
- Abril frio, ano de pão e vinho.
(16) Variante:
- Frio de Abril, nas pedras vá ferir.
(17) Variante:
- Maio frio, Junho quente, bom pão, vinho valente.
(18) Variante:
- Agosto, frio no rosto.
(19) Variantes:
- Ande o frio por onde andar que o Natal o irá buscar.
- Ande o frio por onde andar, ao Natal há-de vir parar.
- Ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar.
- Ande o frio por onde andar, o Natal o vai buscar.
- Ande o frio por onde andar, pelo Natal cá vem parar.
- Ande o frio por onde andar, pelo Natal há-de chegar.
(20) Variante:
- Em Dezembro treme o frio em cada membro.
(21) Variante:
- O caldo em quente, a injúria em frio.

Texto publicado inicialmente em 25 de Outubro de 2012