segunda-feira, 18 de agosto de 2025
Todo o mundo é composto de mudança
quarta-feira, 23 de julho de 2025
Assobios de Jorge da Conceição
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Carlos Alberto Alves e a Música Popular Alentejana
Pintura de Cristina Malaquias.
Colecção Hernãni Matos
Em comunicação datada de 1998 (*), demonstrei que pela sua paisagem própria, pelo carácter do povo alentejano, pelo trajo popular, pela gastronomia, pela arte popular, pelo cancioneiro popular, pelo cante, pela música popular, pela casa tradicional, o Alentejo é uma região com uma identidade cultural própria.
No caso muito particular da
música popular alentejana, também os executantes e os instrumentos musicais
populares alentejanos, são parte integrante da identidade cultural alentejana,
a qual urge preservar e valorizar enquanto memória do povo.
Etno-musicólogos como Michel
Giacometti e Fernando Lopes Graça calcorrearam os campos do Alentejo nos anos
60 do século passado e efectuaram o registo etno-musical da região.
Conhecedor deste registo e
daqueles que nele participaram, entre eles o seu tio Aníbal Falcato Alves, o
barrista Carlos Alberto Alves, no mais estrito respeito pela técnica de
produção e pela estética do Boneco de Estremoz, criou um conjunto de figuras
sob a epígrafe MÚSICA POPULAR ALENTEJANA, o qual incorpora os tocadores dos
seguintes instrumentos musicais populares alentejanos: adufe, bombo, cana
aberta, cântaro, ferrinhos, harmónio, reco-reco, ronca, tambor, tamboril,
trancanholas e viola campaniça. Com esta criação procura homenagear todos
aqueles que contribuíram para o registo etno-musical do Alentejo.
Felicito o barrista pela qualidade do seu trabalho e pela iniciativa de criar estas figuras, a qual além de louvável é simultaneamente uma forma de afirmação pessoal que constitui
mais um passo importante na consolidação da sua carreira como barrista.
Hernâni Matos
(*) - “A necessidade da criação da Região Administrativa
do Alentejo” no Encontro promovido pelo Movimento “Alentejo – Sim à
Regionalização por Portugal”. Estremoz, Junta de Freguesia de Santa Maria, 24
de Outubro de 1998.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
Assobios de se lhes tirar o chapéu
Desde 2019 que venho acompanhando
o trabalho da barrista Inocência Lopes e a ele me tenho referido nos meus
escritos. Daí que possa afirmar que o mesmo se pauta por um estrito respeito pela
técnica de produção e pela estética do Boneco de Estremoz. É, de resto, um
trabalho revelador duma busca incessante de perfeição e de um caminho muito próprio.
A barrista, dotada de forte
personalidade artística, tem-se afirmado através de um estilo pessoal, caracterizado
por marcas identitárias diferenciadoras que a distinguem dos demais barristas.
A minha colecção integrava até
agora apenas três trabalhos seus, correspondentes a temas que me são gratos: “Ceifeira”,
“Primavera” e “Amor é cego”. A eles se
vieram juntar recentemente quatros assobios: “Pucarinho enfeitado”, “Candelabro
enfeitado”, “Terrina enfeitada” e “Arco enfeitado”, encomendados há um ano
atrás, no acto inaugural da sua exposição no Centro Interpretativo do Boneco de
Estremoz. Tal facto é revelador de que a barrista “não tem mãos a medir”, o que
muito me congratula, por confirmar o reconhecimento público do trabalho da
barrista.
Os assobios criados por Inocência
Lopes, constituem uma verdadeira mudança de paradigma. Na verdade, os assobios
de barro vermelho de Estremoz integravam até então na sua decoração uma figura
zoomórfica, antropomórfica ou mista. Com Inocência Lopes, os assobios passam
também a incorporar espécimes de olaria enfeitada como elementos decorativos.
Trata-se de uma inovação visualmente harmoniosa, que eu aplaudi e subscrevi,
assim que se tornou conhecida.
Com tais criações a barrística de
Estremoz ficou mais rica e a barrista prestou uma singela homenagem às
bonequeiras de setecentos que estiveram na criação das peças de olaria
enfeitada.
Bem-haja, Inocência Lopes.
Estamos todos de parabéns.
sábado, 26 de abril de 2025
Os assobios de Jorge Carrapiço
Ao barrista Jorge Carrapiço dedico
Cesto de ovos.