Primavera (1917).
José Maria Veloso Salgado (1864-1945).
Óleo sobre tela (108 x 160 cm).
Museu Abade de Baçal, Bragança.
A Primavera (do latim primus, primeiro, et tempus, tempo), é a estação do ano que sucede ao Inverno e antecede o Verão. Marca a renovação da natureza, sendo especialmente associada ao reflorescimento da flora e da fauna terrestres.
Entre nós, a Primavera tem início a 20 de Março e termina a 20 de Junho. Inicia-se no equinócio de Março, em que o dia e a noite têm exactamente a mesma duração. A partir daí, a cada dia que passa, a duração dos dias aumenta e a das noites diminui. É uma estação que corresponde aos meses de Março, Abril, Maio e Junho. Caracteriza-se pelo abrandamento dos rigores do tempo verificados durante o Inverno, pela fusão das neves, assim como pelo brotar e pelo florescer das plantas. As árvores privadas das suas folhas no Outono, revivescem graças à acção de chuvas frequentes e de temperaturas amenas, proporcionadas por um sol mais presente que durante o Inverno.
Algumas árvores de fruto assinalam a sua actividade através do aparecimento de flores, que cobrem igualmente os campos, nos quais a erva tenra, regala o gado, liberto da dieta de feno ocorrida durante o inverno.
É nesta estação que devido a um aumento significativo do calor, despertem as espécies hibernantes e regressem as migratórias.
É escasso o adagiário português onde é utilizada explicitamente a palavra Primavera:
- Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera.
- Dizem os antigos, gente rude e sincera: nunca passou por mau tempo a chuva da Primavera.
- Um dia de Outono vale por dois de Primavera.
- Como vires a Primavera, assim pelo al espera.
Na pintura portuguesa, a Primavera foi um tema abordado por mestres como: Silva Porto (1850-1893), Alfredo Keil (1854-1907), Veloso Salgado (1864-1945), José Malhoa (1855-1933) e Eduardo Malta (1900-1967). Nos seus quadros a natureza está verdejante, florida e por vezes regista-se a presença de graciosas figuras femininas, visando reforçar a alegoria.
Hernâni Matos
Publicado inicialmente em 20 de Março de 2012
Primavera (1882).
António Carvalho de Silva Porto (1850-1893).
Óleo sobre madeira (37,2 x 55 cm).
Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa.
Primavera (1882).
Alfredo Keil (1854-1907).
Óleo sobre tela (114 x 76 cm).
Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa.
Primavera (1932).
José Malhoa (1855-1933).
Óleo sobre tela (24,5 x 33, 5 cm).
Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.
Primavera (1933).
José Malhoa (1855-1933).
Pastel sobre papel (30 x 23 cm).
Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.
A Primavera (séc. XX).
Eduardo Malta (1900-1967).
Óleo sobre tela (46,2 x 33 cm).
Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.
Allegro do concerto para violino
“Primavera" das “Quatro Estações”
de Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741),
executado pela orquestra Filarmónica de Israel
sob a direcção do Maestro Itzhak Perlman.
Muito bom, senhor professor. Como sempre, é extremamente agradável, ler um texto como o que escreveu, numa manhã de primavera.
ResponderEliminarContinuação de bons post.
Um abraço,
Pedro Ramalho
Amigo Pedro:
EliminarEntretanto, o post já foi acondionado com a sempre necessária música.
A Primavera vai continuar nos próximos dias, com:
- A PRIMAVERA NA PINTURA UNIVERSAL
- A PRIMAVERA NO FIGURADO DE ESTREMOZ
Depois,logo se verá.
Um abraço,
caro Amigo como Madeirense vivendo em Lisboa,quero mesmo acreditar que começou a Primavera, mas hoje foi um dia duro de inverno.
ResponderEliminarobrigado. Abraço
joão
João:
EliminarMuito obrigado pelo seu comentário.
De facto, a prima Vera está a ser desconcertante.
Um abraço para si também, amigo.
Caro Hernâni
EliminarMas sobretudo muito obrigado por esta tão bela e generosa partilha, facto revelador que felizmente para além dos genes egoístas existem alguns,poucos, altruístas, sábios e generosos.
Muito obrigado.
joão
Obrigado, amigo.
EliminarEspero não vir a desmerecer o interesse manifestado e que a minha escrita o encante sempre.
Didáctica e estética de mãos dadas. Muito grata por estes belos momentos proporcionados.
ResponderEliminarRosário:
EliminarMuito obrigado pelo seu comentário.
Congratulo-me por ter gostado do meu post. Penso que outros poderá haver que sejam do seu interesse.
Os meus melhores cumprimentos.
Primavera para mim é o renascer da vida na natureza!
ResponderEliminarSão as árvores que se enchem de novas folhas, são as flores campestres que enchem os nossos campos e lhe transmitem uma nova alegria, a qual contrasta com a tristeza da estação que findou.
Na Primavera, as aves constroem os seus ninhos, e deliciam-nos com o seu canto. Quem nunca se entreteve a escutar estes grandes cantores? Para mim a Primavera é a estação do equilibrio, na qual nos vamos preparando a estação de excessos que vem a seguir.
Desejo-lhe muitas Primaveras, Hernâni.
Abraço
Abilio
Abílio:
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentário.
Igualmente para si.
Um abraço.
Gosto tanto da Primavera que gostaria que a morte não me viesse buscar antes da Primavera.
ResponderEliminarComo sempre gostei muito da sua prosa e das pinturas que escolheu e a música está invadido os sentidos....
Obrigada Hernâni, voltou em "cheio".