Foi em 25 de Abril de 1974, graças à acção militar coordenada do
Movimento das Forças Armadas – MFA, que foi conseguido o derrube da ditadura
mais velha da Europa – o regime totalitário e fascista de Salazar e de Caetano.
O 25 de Abril foi antecedido de muitas lutas contra o regime por parte
de múltiplos sectores da sociedade portuguesa. Entre eles a frente cultural de
escritores e artistas plásticos, descontentes com a política cultural do regime
e que integrou o chamado “Movimento Neo-realista Português”. Este surge em
finais dos anos 30 e identifica-se com a oposição ao regime, afirmando-se como
representante e porta-voz dos anseios das classes trabalhadoras, retratando a
realidade social e económica do país e empenhando-se na transformação das
condições sociais do mesmo. Nesse sentido, foca-se no homem comum, procurando
saber como vivem operários e camponeses. Aborda e aprofunda temas como as
desigualdades sociais e a exploração do homem pelo homem. Escrutina as injustiças
e analisa o modelo social vigente. Pugna pela elevação moral dos oprimidos e
deposita esperança no futuro do Homem.
Na passagem dos 50 anos do 25 de Abril de 74, tomei a liberdade, de
fazer uma selecção de poemas e obras plásticas de autores neo-realistas, para
divulgara aqui nas páginas do jornal E. Tal é possível, porque Abril nos
restituiu a liberdade e este jornal é assumidamente um espaço de liberdade.
É a maneira encontrada de reconhecer e louvar o papel daqueles que na
frente cultural antifascista lutarem e bem, com as armas que tinham na mão: as
canetas e os pinceis.
Bem hajam, companheiros de estrada.
25 DE ABRIL, SEMPRE! FASCISMO NUNCA
MAIS!
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