A Obra de Espiga Pinto na sua
fase dos anos 60 do século 20, interpreta duma forma magistral as mais variadas
cenas da vida agro-pastoril do Alentejo de antanho. Por isso, os seus trabalhos
são um reflexo da identidade cultural alentejana. Daí a emoção estética e
regionalista que a sua obra desperta.
Os sobrenomes “Espiga” e “Pinto”,
atribuídos na pia baptismal, terão sido, porventura, o prenúncio de que a sua obra de artista plástico, iria abordar o “agro” (Espiga) e o “pastoril” (Pinto).
Espiga Pinto (1940-2014), natural
de Vila Viçosa, pintor da 3ª Geração Modernista e da fase tardia do
Neo-realismo, foi professor na Escola Industrial e Comercial de Estremoz
(1960-1965), era eu adolescente e já admirava a sua Obra. Muitos anos mais
tarde e já neste século, tive o privilégio de falar com ele algumas vezes em Estremoz.
Uma das suas preocupações na época era a dificuldade que estava a sentir com a
Câmara Municipal de Vila Viçosa, no sentido de esta lhe assegurar um edifício
que pudesse funcionar como espaço exposicional, o qual permitisse alojar o seu
legado, de modo que o público pudesse usufruir do conhecimento da sua Vida e da
sua Obra.
Neste momento, parece que o
actual executivo municipal de Vila Viçosa está interessado em concretizar a
intenção do artista. Vejamos o que o futuro nos reserva.
A importância da obra de Espiga
Pinto é consensual entre “quem percebe da poda” e justifica plenamente o
empenhamento da comunidade no sentido de que o desejo do artista se torne
realidade.
A exposição “Espiga Pinto –
Memórias do Alentejo”, promovida pela Galeria Howard’s Folly e o Legado de
Espiga Pinto, no espaço daquela Galeria, por ocasião da celebração do 85º
aniversário do nascimento do artista, decerto que irá aumentar e reforçar as
hostes dos admiradores da sua Vida e da sua Obra, o que constituirá um
justificado motivo de júbilo para o universo dos seus admiradores, entre os
quais humildemente me posiciono.
Sem comentários:
Enviar um comentário