terça-feira, 3 de junho de 2014

O corta-massa

Corta- massas lisos. 

O corta-massa é uma pequena forma oca de folha-de-flandres, que serve para recortar a massa para certos bolos. Pode ser lisa ou canelada, ter múltiplas formas e existe em vários tamanhos. Pode ou não ter uma pega de suporte na parte superior. 
Na nossa colecção de utensílios de cozinha antigos temos exemplares lisos das seguintes formas: azevinho, circular, cordiforme, elíptica, estrela de cinco pontas, estrela de seis pontas, hexagonal, letras (L,M), meia-lua, quadrada, rectangular, rosácea hexalobada, rosácea trilobada, sino, zoomórfica (em forma de cão, coelho, gato, pássaro, peixe), bem como algumas formas difíceis de descrever.
Quanto a exemplares canelados, temos as seguintes formas: circular, elípica, losangolar,  peixe, pinheiro, quadrada,  rectangular, sector circular, triangular.


Corta- massas lisos, alguns de forma difícel de descrever.
Corta- massas lisos, de forma zoomórfica. 
Corta- massas canelados.


sexta-feira, 30 de maio de 2014

A lavadeira nas lengalengas

MULHER A LAVAR A ROUPA. Maria Luísa da Conceição.
Marcas: ESTREMOZ aposta por carimbo (0,7 cm x 2,5 cm) e
M. Luísa manuscrita. Dimensões (cm): Alt. 16,5; Larg. 7; Prof. 13.
Peso (g): 489. Colecção particular.

A nossa abordagem temática das “lavadeiras” e da “lavagem” ficaria incompleta em termos de literatura oral, se não referíssemos conhecidas lengalengas. Estas são especímenes da tradição oral, transmitidas de geração em geração, que assumem a forma de cantilenas constituídas por frases curtas, em geral rimadas e com repetições, as quais permitem que sejam decoradas com facilidade. Geralmente, as lengalengas estão associadas a brincadeiras e a jogos infantis.
Da temática referida, conhecemos duas, que registamos aqui:

Ó Senhora Lavadeira

Ó senhora lavadeira
Já matou o seu porquinho?
Traga cá uma talhada
Do rabo até ao focinho
Aqui estou à sua porta
Sentada numa cortiça
Não me vou daqui embora
Sem me dar uma linguiça.

Senhora Dona Anica

Senhora Dona Anica
Sra. D. Anica
venha abaixo ao seu jardim
Venha ver as lavadeiras
a fazer assim - assim (gesto de esfregar roupa)

Sra. D. Anica
venha abaixo ao seu jardim
Venha ver as costureiras
a fazer assim - assim (gesto de bordar)

Sra. D. Anica
venha abaixo ao seu jardim
Venha ver os jardineiros
a fazer assim - assim (gesto de cavar)

Sra. D. Anica
venha abaixo ao seu jardim
Venha ver os sapateiros
a fazer assim - assim (gesto de martelar)

Sra. D. Anica
venha abaixo ao seu jardim
Venha ver os carpinteiros
a fazer assim - assim (gesto de serrar)

Sra. D. Anica
venha abaixo ao seu jardim
Venha ver os cozinheiros
a fazer assim - assim (gesto de mexer a sopa)
  

quinta-feira, 29 de maio de 2014

2 - Invariância e Mutabilidade nos Bonecos de Estremoz

Mulher a lavar a roupa. 
Liberdade da Conceição (1913-1990).
 Colecção particular.

2 – Invariância e Mutabilidade nos Bonecos de Estremoz

Os bonecos de Estremoz são pela sua excelência, notórias marcas de identidade desta terra transtagana. E são-no duma maneira que supera o estatismo e que se torna dinâmica. É que a manufactura de cada boneco encerra em si duas componentes distintas: a invariância e a mutabilidade.
Em primeiro lugar, invariância, porque encerram em si mesmos, traços de identidade que se mantêm de barrista para barrista, tal como o gesto augusto do semeador reproduz ancestrais trejeitos padrão.
Em segundo lugar, mutabilidade, já que cada barrista tem a sua própria individualidade, o seu próprio modo de observar o mundo que o cerca e de o interpretar à sua maneira. Lá diz o rifão: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. É assim que cada barrista, sem pôr em causa a essência temática de cada figura, acrescenta-lhe pormenores através dos quais fixa a posição da mesma ou sugere movimento, bem como pormenores do vestuário e dos utensílios usados, assim como particularidades da actividade desenvolvida. Com esta mutabilidade, os bonecos de Estremoz transvazam a mera produção monolítica e ascendem a novos patamares em que se revigoram, qual Fénix renascida das cinzas, o que vem acontecendo desde a sua génese. 
Exemplo disso é a figura da mulher a lavar a roupa (lavadeira), a qual integra o núcleo central do figurado de Estremoz, muito em particular, o conjunto das figuras intimistas que têm a ver com o quotidiano doméstico, sendo que os exemplares mais antigos conhecidos, pertencem às oficinas de Estremoz, dos finais do séc. XIX – princípios do séc. XX.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Armando Alves - Árvores

2009 > Acrílico sobre tela > 100 x 100 cm

“Árvores” é o tema integrador da mais recente exposição de pintura de Armando Alves, inaugurada no passado dia 16 de Maio, na Cooperativa Árvore, no Porto. 
O evento integra-se nas “Comemorações dos Cinquenta Anos da Árvore”, Cooperativa de Actividades Artísticas. Nela, o consagrado pintor português, fundador do grupo “Os Quatro Vintes”, apresenta 25 pinturas a acrílico sobre tela.
Segundo palavras de Armando Secca, dirigente da “Árvore”, “Armando Alves é um criador que muito admiramos e que espalha o seu talento em várias áreas do saber, nomeadamente a pintura, o desenho, a escultura, obra gráfica e também nas artes gráficas, de que é um dos mais notáveis designers dos tempos modernos.” E mais adiante: “A exposição que Armando Alves apresenta na Árvore, onde foi diversas vezes dirigente, é um tributo às comemorações dos seus 50 anos de existência e representa também de nossa parte o reconhecimento pela sua desinteressada colaboração e pela excelência do seu trabalho.”
De acordo com o crítico Bernardo Pinto de Almeida, “As árvores de Armando, agora tomam o primeiro plano nos quadros das suas mais recentes séries, erguendo os ramos ao céu como se fossem braços. Mas não são dramáticas estas árvores como o eram as dos artistas do Neo-realismo, que pareciam tão esfomeadas como as figuras que emagreciam nos quadros, também eles magros de imagens que o atestavam como estética afirmada. Nem se debatem contra o vento insensato da planície, cujo louco arbítrio as vergaria como frágeis canas. “ E acrescenta: “Não, estas árvores não são as da fome (que todos sabemos bem que há, infelizmente, mas que nada adianta pintar) já que nelas se exalta, antes, pela solidez do seu porte, pela vertical afirmação de vida que transportam, essa espécie de alegria órfica que povoa quase todos os seus quadros desde há pelo menos três décadas para cá, isto é, dito brevemente, essa alegria simples das paisagens reinventadas como registos simples, quase diagramáticos, de cores, linhas, movimentos, fluxos. (…) Reverberam de luz, de sensualidade. São como mãos que buscam na doçura da terra de onde antes emergiram, o corpo a que, incessantes, voltam (…). “
Armando Alves nasceu em Estremoz em 1935. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, e na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Aqui conclui o curso de Pintura com vinte valores, o que originou, em 1968, a formação do grupo “Os Quatro Vintes” com Ângelo de Sousa, José Rodrigues e Jorge Pinheiro, com o qual se apresenta em exposições no final da década de 60. Entre 1963 e 1973 foi professor assistente na escola portuense, tendo aí introduzido o estudo das Artes Gráficas. A sua saída da Escola implicou, aliás, a dedicação às artes gráficas como responsável por essa área na Editorial Inova, fundada no Porto em 1968, e foi nesse domínio que recebeu o 1º prémio da Grafiporto, em 1983.
Tendo começado por uma figuração que pode aproximar-se do universo neo-realista, optou seguidamente por um informalismo matérico desenvolvido na década de 60. Nos anos 70 dedica-se à construção de objectos pintados, de grande depuração formal. A partir dos anos 80 retoma os valores da paisagem que reformula à luz de um abstraccionismo lírico.
Começou a expor individualmente em 1964, na Escola Superior de Belas-Artes do Porto para apresentar exclusivamente trabalhos de artes gráficas. Neste ano expõe na Cooperativa Árvore, onde voltaria em 1985 e 1993. Em 1978 e 1981 realiza exposições na Galeria do Jornal de Notícias, no Porto e em 1987 e 1990 apresenta-se na Galeria Nasoni, Porto. Em 1994 e 1995 expõe na mesma cidade, respectivamente na galeria Degrau Arte e na Galeria Fernando Santos. Em 1996 realiza nova exposição na Pousada de S. Francisco, em Beja, e em 1997 na Galeria Municipal de Vila Franca de Xira e na Galeria da Praça, Porto. Em 2001 expõe na Sala Maior, na cidade do Porto.
Com o grupo “Os Quatro Vintes” realizou exposições na Galeria Dominguez Alvarez, Porto (1968), Galeria Zen, Porto (1969), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1969) e Galeria Jacques Desbrière, Paris (1970).
Entre 1997 e 2007 participou em exposições no Brasil, Chile, Cabo Verde, Maputo e Ryahd – Arábia Saudita. De então para cá tem realizado várias exposições individuais e participado em muitas outras exposições colectivas.
Em 2006 é agraciado pelo Presidente da República com o Grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito. Em Outubro desse mesmo ano, é homenageado pelo Município de Estremoz com a Medalha de Mérito Municipal – Ouro. Em Dezembro de 2009, recebe o “Prémio de Artes Casino da Póvoa”.
A mostra patente o público na Cooperativa Árvore, poderá ser visitada até ao próximo dia 17 de Junho.



 2009 > Acrílico sobre tela > 100 x 100 cm
2012 > Acrílico sobre tela > 30 x 40 cm
2012 > Acrílico sobre tela > 30 x 40 cm
2012 > Acrílico sobre tela > 50 x 45 cm
 2012 > Acrílico sobre tela > 50 x 50 cm
 2012 > Acrílico sobre tela > 50 x 50 cm
 2012 > Acrílico sobre tela > 60 x 60 cm
 2012 > Acrílico sobre tela > 60 x 60 cm
2012 > Acrílico sobre tela > 100 x 100 cm
2012 > Acrílico sobre tela > 100 x 100 cm
2012 > Acrílico sobre tela > 100 x 100 cm
 2012 > Acrílico sobre tela > 100 x 100 cm
2012 > Acrílico sobre tela > 150 x 150 cm
2013 > Acrílico sobre tela > 100 x 90 cm
2013 > Acrílico sobre tela > 100 x 90 cm
2013 > Acrílico sobre tela > 100 x 88 cm
2013 > Acrílico sobre tela > 50,5 x 40,5 cm
 2013 > Acrílico sobre tela > 105 x 75,5 cm
 2013 > Acrílico sobre tela > 100 x 70 cm
2013 > Acrílico sobre tela > 99 x 69,5 cm
 2013 > Acrílico sobre tela > 92 x 73 cm
 2013 > Acrílico sobre tela > 45 x 50 cm
2013 > Acrílico sobre tela > 96 x 130 cm
2014 > Acrílico sobre tela > 100 x 80 cm

terça-feira, 27 de maio de 2014

A lavagem nas alcunhas alentejanas

MULHER A LAVAR A ROUPA. José Moreira (1996-1991).
Marcas: ESTREMOZ/ALENTEJO/PORTUGAL aposta por carimbo (1,3 cm x 2,5 cm) e
J.M. manuscrita. Dimensões (cm): Alt. 12,5; Larg. 5,5; Prof. 10,5 cm.
Peso (g): 234. Colecção particular.

No Alentejo são conhecidas alcunhas em que figura a palavra “lavadeira” ou palavras derivadas de “lavar”. Destacamos algumas:
- LAVA POTES – O visado adquiriu esta alcunha através da profissão (Campo Maior). (*)
- LAVA ROUPA - Alcunha profissional (Alandroal). (*)
- LAVADEIRA – Alcunha outorgada a mulher que é muito bisbihoteira (Vendas Novas); epíteto herdada da avó, que era lavadeira de várias famílias (Serpa); alcunha atribuída a mulher que é muito faladora (Fronteira). (*)
- LAVADINHO – designação atribuída a um indivíduo que anda muito sujo (Campo Maior, Odemira e Ourique). (*)
- LAVADO -  O alcunhado ficou com este nome porque anda sempre muito asseado (Ferreira do Alentejo). (*)

BIBLIOGRAFIA
(*) - RAMOS, Francisco Martins; SILVA, Carlos Alberto da. Tratado das Alcunhas Alentejanas. 2ª edição. Edições Colibri. Lisboa, 2003.


segunda-feira, 26 de maio de 2014

O franco-atirador

Secção mantida no jornal E, de Estremoz
(Consulte os links abaixo)



O REGRESSO DO FRANCO- ATIRADOR


105 - Estremoz e o 5 de Outubro (Jornal E nº 296 – 29-09-2022)
104 - Falem português, por favor (Jornal E nº 295 – 15-09-2022)
103 - Os Bonecos de Estremoz na vida de Madalena Bilro (Jornal E nº 294 – 21-07-2022) 
102 - Município e ambiente - Uma no cravo, outra naferradura (Jornal E nº293 – 07-07-2022)
101 - Perguntar não ofende (Jornal E nº292 – 23-06-2022)
100 - Mercado das Velharias de Estremoz - Crónica duma morte previsível (Jornal E nº 291 - 9 de Junho de 2022)
99 - Males que podiam ter sido evitados (Jornal E n.º 290 - 26 de Maio de 2022)
98 - FIAPE 2022 - Fénix renascida das cinzas (Jornal E nº 289 – 12-05-2022)
97 - Qual morte, qual carapuça! (Jornal E nº 288 – 29-04-2022)

FRANCO- ATIRADOR


96 - Despedida Breve (Jornal E nº 199 – 03-05-2018)
95 - Hoje é dia de adivinha (Jornal E nº 198 – 19-04-2018)
94 - Bons filhos à casa tornam (Jornal E nº 197 – 05-04-2018)
93 - Paulo Varela e as suas "Memórias a carvão" (Jornal E nº 196 – 22-03-2018)
92 - À mesa com o Franco-atirador (Jornal E nº 195 – 08-03-2018)
91 - Pedonalização da rua de Santo André (Jornal E nº 194 – 22-02-2018)
90 - Estremoz - A selva urbana (Jornal E nº 193 – 08-02-2018)
89 - A berardização da paisagem rural (Jornal E nº 192 – 25-01-2018)
88 - BONECOS DE ESTREMOZ - Semear para colher (Jornal E nº 191 – 11-01-2018)
87 - Más-línguas contra a imprensa local (Jornal E nº 190 – 28-12-2017)
86 - BONECOS DE ESTREMOZ - A minha crença numa candidatura vitoriosa (Jornal E nº 189 – 14-12-2017)
85 -  O elogio das palavras - III (Jornal E nº 188 – 30-11-2017)
84 - O elogio das palavras - II   (Jornal E nº 187 – 16-11-2017)
83 - Estremoz – Caminhar nem sempre é fácil (Jornal E nº 186 – 02-11-2017)
82 - Grão a grão, enche a galinha o papo (Jornal E nº 185 – 19-10-2017)
80 - O termómetro da Singer (Jornal E nº 183 – 21-09-2017)
79 - O Elogio das palavras – I (Jornal E nº 182 – 27-07-2017)
78 - Berardo e Companhia (Jornal E nº 181 – 13-07-2017)
77 - Caixa Geral de Depósitos? Não obrigado! (Jornal E nº 180 – 20-06-2017)
76 -  Palavras Guardadas  (Jornal E nº 179 – 15-06-2017)
75 - Côvado à vista! (Jornal E nº 178 – 01-06-2017)
74 - A importância de comemorar Abril (Jornal E nº 177 – 18-05-2017)
72 -  Descoordenação cultural (Jornal E nº 175 – 20-04-2017)
71 - Reabilitação urbana da cidade de Estremoz - III (Jornal E nº 174 - 06-04-2017)
70 - Reabilitação urbana da cidade de Estremoz - II (Jornal E nº 173 - 23-03-2017)
69 - Receita para um Programa Autárquico (Jornal E nº 172 - 09-03-2017)
68 - Mercado das velharias (Jornal E nº 171 - 23-02-2017)
67 - Ensaio sobre a cegueira (Jornal E nº 170 - 09-02-2017)
66 - Reabilitação urbana da cidade de Estremoz - I (Jornal E nº 169 - 26-01-2017)
65 - Candidatura do Figurado de Estremoz a Património Cultural Imaterial da Humanidade (Jornal E nº 168 - 12-01-2017)
64 - Venham mais cinco! (Jornal E nº 167 - 29-12-2016)
63 - Sua Excelência, a Cunha (Jornal E nº 166 - 15-12-2016)
62 - Qual geringonça, qual carapuça! (Jornal E nº 165 - 01-12-2016)
61 - Salvemos a olaria! (Jornal E nº 164 - 17-11-2016)
60 - Manifesto anti-gralha (Jornal E nº 163 - 03-11-2016)
59 - Auto das beldroegas (Jornal E nº 162 - 20-10-2016)
58 - Acessibilidade a edifícios que recebem público (Jornal E nº 161 - 06-10-2016)
57 - MUSEU BERARDO ESTREMOZ: Dar um chouriço a quem lhe dá um porco (Jornal E nº 160 - 22-09-2016)
56 - Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém (Jornal E nº 159 - 08-09-2016)
55 - Receita para fazer uma geringonça (Jornal E nº 158 - 28-07-2016)
54 - Auto do arraial de Santo António (Jornal E nº 157 - 14-07-2016)
53 - Auto do Convento de São Francisco (Jornal E nº 156 - 30-06-2016)
52 - Auto das esplanadas andantes (Jornal E nº 155 - 16-06-2016)
51 - Auto da Feira (Jornal E nº 154 - 02-06-2016)
50 - Auto de Fé  (Jornal E nº 153 - 19-05-2016)
49 - Auto dos caixotões falantes (Jornal E nº 152 - 05-05-2016)
48 - Auto das placas malfadadas (Jornal E nº 151 - 21-04-2016)
47 - Auto do trânsito mal parado (Jornal E nº 150 - 07-04-2016)
46 - Auto da calçada reposta (Jornal E nº 149 - 24-03-2016)
45 - Auto dos pombos promíscuos (Jornal E nº 148 - 10-03-2016)
44 - Auto da calçada proscrita (Jornal E nº 147 - 25-02-2016)
43 - Sebastião da Gama, presente! (Jornal E nº 146 - 11-02-2016)
42 - Sinos: Velhos Tempos e Tempo Novo (Jornal E nº 145 - 28-01-2016)
41 - Janeiro e o Tempo Novo (Jornal E nº 144 - 14-01-2016)
40 - Mensagem de Ano Novo (Jornal E nº 143 - 31-12-2015)
39 - Mensagem de Natal (Jornal E nº 142 - 17-12-2015)
38 - O cavaleiro da esperança (Jornal E nº 141 - 03-12-2015)
37 - NÃO PASSARAM! (Jornal E nº 140 - 19-11-2015)
36 - NÃO PASSARÃO! (Jornal E nº 139 - 05-11-2015)
35 - As duas Igrejas (Jornal E nº 138 - 22-10-2015)
34 - Machismo? Não, obrigado! (Jornal E nº 137 - 08-10-2015)
33 - A Voz do Povo (Jornal E nº 136 - 24-09-2015)
32 - Touradas a Património Cultural Imaterial da Humanidade (Jornal E nº 135 - 10-09-2015)
31 - ASSOCIAÇÃO FILATÉLICA ALENTEJANA / O futuro começa agora (Jornal E nº 134 - 30-07-2015)
30 - Touradas a Património Cultural Imaterial da Humanidade (Jornal E nº 133 - 16-07-2015)
29 - Touradas a Património Cultural Imaterial da Humanidade (Jornal E nº 132 - 02-07-2015)
28 - Companheiros de estrada (Jornal E nº 131 - 18-06-2015)
27 - II Encontro de poetas populares de Arcos (Jornal E nº 130 - 04-06-2015)
26 - Aonde pára Santa Bárbara? (Jornal E nº 129 - 21-05-2015)
25 - 25 de Abril (Jornal E nº 128 - 07-05-2015)
24 - Que farei com esta coluna? (Jornal E nº 127 - 23-04-2015)
23 - Feira Medieval de Estremoz - 2015 (Jornal E nº 126 - 09-04-2015)
22 - Dia Mundial da Poesia (Jornal E nº 125 - 26-03-2015)   
21 - Fé precisa-se (Jornal E nº 124 - 12-03-2015)   
20 - Pedalar é preciso  (Jornal E nº 123 - 26-02-2015)   
19 - Resistir é preciso (Jornal E nº 122 - 12-02-2015)   
18 - Circular é preciso (Jornal E nº 121 - 29-01-2015)     
17 - Um novo rumo para o país  (Jornal E nº 120 - 15-01-2015)      
16 - Entre o brincar e o mentir (Jornal E nº 119 - 01-01-2015) 
15 - Massa crítica (Jornal  E nº 118 - 18-12-2014)
14 - Cante alentejano proclamado Património Imaterial da Humanidade (Jornal  E nº 117 - 04-12-2014)
13 - Estremoz - Defesa do Património - 7 (Jornal E nº 116 - 20-11-2014)
12 - Estremoz - Defesa do Património - 6 (Jornal E nº 115 - 06-11-2014)
11 - Estremoz - Defesa do Património - 5 (Jornal E nº 114 - 23-10-2014)
10 - Estremoz - Defesa do Património - 4 (Jornal E nº 113 - 09-10-2014)
 9 - Estremoz - Defesa do Património - 3 (Jornal E nº 112 - 25-09-2014)
 8 - Estremoz - Defesa do Património - 2 (Jornal E nº 111 - 11-09-2014)
 7 - Estremoz - Defesa do Património - 1 (Jornal E nº 110 - 29-08-2014)
 6 - Ir buscar lã e sair tosquiado (Jornal E nº 109 - 31-07-2014)
 5 - Primárias? Não, Obrigado! (Jornal E nº 108 - 17-07-2014)
 4 - Chega de Coelho! (Jornal E nº 107 - 03-07-2014)
 3 - Carta a um camarada (Jornal E nº 106 - 19-06-2014)
 2 - Cada macaco no seu galho (Jornal E nº 105 - 05-06-2014)
 1 - Pontos nos iis (Jornal E nº 104 - 22-05-2014)

Pontos nos iis

Capa da revista “Pontos nos ii” de 5 de Janeiro de 1888, 

Pontos nos iis

Esta coluna agora iniciada, será trincheira, tribuna e espelho.
Trincheira na defesa da portugalidade, da língua portuguesa, do regionalismo, da tradição, da alma alentejana, da liberdade de pensar e do direito de opinar.
Tribuna de defesa da razão, da justiça, da solidariedade, do amor, da liberdade e da procura de novos caminhos.
Espelho dos nossos estados de alma, das nossas preocupações, das nossas motivações, dos nossos anseios, dos nossos sonhos e dos nossos desejos.
Esta coluna poderá vir a incomodar alguém, mas que fique desde já claro, que esta coluna não é quinta coluna de ninguém.
Não temos inimigos, embora admitamos poder ser inimigos de alguém, de quem não cumprimos os seus desígnios. Apenas cultivamos a amizade, um dos valores mais sagrados, tal como o carácter e o respeito pela palavra dada.
Somos capazes de ser amigos e de dialogar com quem pensa diferente de nós, apenas sob a condição de não nos quererem impor as suas ideias à força e nos deixarem a liberdade de decisão.
Não seguiremos cartilhas, não seremos a voz do dono, nem faremos de papagaios reais. Não somos súbditos de ninguém, nem prestamos vassalagem a ninguém. Temos dificuldade em dobrar a coluna vertebral, já que a nossa mãe nos pariu assim.
Como já dissemos algures, procuraremos que os nossos escritos tenham cabeça própria e mergulhem raízes na nossa identidade cultural, única forma de nos imunizar do contágio da eurocracia de pacotilha.
Seremos também artesãos das palavras, já que não se pode escrever a metro, como quem enche chouriços.
Procuraremos não errar. Por isso mesmo não nos meteremos por caminhos tortuosos e terrenos pantanosos, que não se sabe nunca onde vão desembocar. Trilharemos apenas caminhos seguros, nos quais possamos pisar chão firme. Será a nossa caminhada com os leitores, os quais serão nossos companheiros de estrada. Essa a nossa aposta.