quinta-feira, 20 de abril de 2017

Descoordenação cultural


Estremoz, terra de encantos. Ano de Graça das Eleições Autárquicas de 2017, que muitos entendem ser ano de “Mudar o rumo, construir o futuro”. Sábado, dia 15 de Abril. Tarde de um dia soalheiro, mais de Verão que de Primavera.
- 16 HORAS – Inauguração da Exposição “Quem tem vagar, faz colheres: arte pastoril, ilustração e design” de Sílvia Lezico, na sala de exposições temporárias do Museu Municipal Professor Joaquim Vermelho. Ambiente de vernissage, onde se respiram pinceladas de cor, volumes e formas, naquele que é o nosso Louvre caseiro.
- 16 HORAS – Concerto de Páscoa com a Banda “União” e com a Orquestra Juvenil “União”, frente à sede da União das Freguesias de Estremoz. Ambiente de arraial popular, onde se escutam maviosas pifaradas e percussões de grupo que nos estimulam os sentidos e nos transportam aos terrenos de Euterpe, a Musa da Música.
Pinceladas e pifaradas não são incompatíveis mas complementares, visto serem aspectos distintos da Arte, que apesar de única e indivisível, é multifacetada. A paixão pelas Artes Plásticas não exclui a paixão pela Música e vice-versa. Daí que seja sempre de evitar a simultaneidade temporal de eventos culturais. Quem goza do direito à pincelada, goza igualmente do direito à pifarada e vice-versa. Todavia, o usufruto desses direitos exige alguma coordenação cultural, inexistente no dia de São Crescente.
Calhou o grupo CIDADE estar de folga, senão corríamos ainda o risco de simultaneamente poder usufruir do deleite da audição de uma douta sumidade cultural a discursar algures na cidade.    
Nesta altura, alguns que eu cá sei, discordando da minha opinião, já terão perguntado: “Quem te manda a ti sapateiro, tocar rabecão?”. Começo por responder-lhes dizendo: “Palmatória quebra dedo, mas não quebra opinião” e aconselho-os a procederem, tal como eu: “Não digas tudo o que pensas, mas pensa em tudo o que dizes.”.
Publicado no Jornal E nº 175 , de 20 de Abril de 2017

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