Mestre Mário Lagartinho (1935-2016)
Este o
título da exposição que desde o dia 8 de Março e até 3 de Junho, estará patente
ao público na Galeria D. Diniz, em Estremoz.
O certame visa ser espaço de homenagem a Mestre
Mário Lagartinho (1935-2016), o último oleiro de Estremoz, falecido no passado
dia 4 de Setembro. Para tal, dá a conhecer ao público os exemplares de figurado
de Estremoz e as peças de olaria por ele criadas e que integram o acervo do
Museu Municipal. A exposição pretende também sinalizar o desaparecimento da
arte oleira em Estremoz, já referida no foral afonsino de 1258.
Por iniciativa do Museu Municipal, a obra do Mestre
já fora objecto de destaque recente nas exposições: “Mário Lagartinho - Olaria
de Estremoz” (2004) e “Motivos decorativos na olaria de Estremoz do século XX”
(2013), às quais há que acrescentar “O vasilhame de barro de
Estremoz” (2012), graças à iniciativa da Associação Filatélica Alentejana.
Sob a epígrafe “MÁRIO LAGARTINHO, O ÚLTIMO OLEIRO
DE ESTREMOZ”, tracei o seu perfil biográfico e fiz o seu elogio fúnebre no
jornal Brados do Alentejo de 15 de Setembro passado. Também a Assembleia
Municipal de Estremoz reunida em sessão ordinária no passado dia 24 de
Setembro, por proposta do Grupo do PS aprovou por unanimidade um voto de pesar
pelo falecimento do Mestre e recolheu-se num minuto de silêncio em sua Memória.
No E’ e sob o título SALVEMOS A OLARIA”, publiquei
artigos em 17 de Novembro passado, 12 de Janeiro e 23 de Fevereiro. Neles e em
resumo, dei conta que a olaria estremocense é das mais ricas do mundo, pela
variedade morfológica das suas peças e pela diversidade e riqueza da sua
decoração, constituindo por isso uma das expressões mais elevadas da nossa
identidade cultural local. Nesses artigos também referi que quase sempre a
transmissão de saberes oleiros foram transmitidos de pais para filhos e
aprendizes. A interrupção desta cadeia é sempre uma tragédia e a olaria
estremocense corre o risco de extinção. Igualmente salientei que a preservação
da nossa memória colectiva e dos saberes tradicionais exige da parte da
comunidade local, um esforço para que tal não aconteça. Não basta a nossa
olaria estar musealizada. É preciso que esteja viva.
Tive oportunidade também de chamar a atenção para o
facto de estar em curso uma Candidatura do Figurado de Estremoz a Património
Cultural da Humanidade, na qual a comunidade local se revê e que tudo indica
sairá vencedora. Não faz sentido que paralelamente se deixe extinguir a olaria
local, a outra componente da nossa barrística. Temos que dar as mãos e
unirmo-nos, para que tal não aconteça.
As fotografias seguintes foram recolhidas do Facebook do Município de Estremoz
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