Um aspecto da sessão de
apresentação do livro “PALAVRAS GUARDADAS” de
Contantina Babau, na Casa
de Estremoz. Fotografia de seu neto, Nuno Ângelo.
No passado dia 10 de Junho, teve lugar na Casa de
Estremoz, a partir das 10 horas, a apresentação do livro “PALAVRAS GUARDADAS”
da poetisa estremocense Constantina Babau.
A sessão iniciou-se com a intervenção de Marisa
Serrano que falou em representação do Município, seguindo-se José Carlos
director da Editora Paulus e Fátima Lameiras em nome da família. Fez a apresentação
da obra, o autor destas linhas.
Em 2009,
a poetisa lançou o livro de poemas “ESTREMOZ E EU”, a
que se seguiu em 2015 “ESTREMOZ, EU E A CANETA DE DEUS”, pelo que o livro agora
dado à estampa não será, decerto, o seu último livro, já que a poetisa tem
sempre palavras guardadas para nos revelar o que lhe vai na alma. E felizmente
que essas palavras não se perdem, porque graças à “Divina Arte Negra”, ficam
perpetuadas em suporte físico de papel.
No livro “PALAVRAS GUARDADAS”, a modalidade de
poesia dominante é a décima, embora ao sabor da inspiração também surjam e por
ordem decrescente de número: quadras, sextilhas e quintilhas.
Pessoa de fortes convicções religiosas, a sua
poesia reflecte a sua profunda fé em Deus e em Jesus Cristo, bem como uma
intensa devoção por Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Conceição e
Rainha Santa Isabel. São traços indeléveis da sua poesia marcadamente intimista
e de cariz religioso, que remontam aos livros que antecederam o actual. Para
além disso, o livro poetiza ainda nove grandes temas: - REFLEXÃO SOBRE O ACTO
POÉTICO - A poesia não se aprende, nasce com o poeta e é uma herança. Rima-se
sem querer e fazer poesia é ler o livro do pensamento. Este, é liberto pela
poesia, que assim desempenha uma função terapêutica; - AMOR À FAMÍLIA - Dá
muito valor à família e ainda hoje sente a falta da mãe; - SENTIMENTOS - Dá
importância à amizade, enaltece a felicidade e valoriza a alegria. Dá conselhos
relativamente à tristeza e à inveja. Rejeita a solidão, é assaltada pela
dúvida, diz viver na incerteza e sente intensamente a saudade, da qual a maior
de todas é a saudade da mãe; - IDADES DA VIDA - Fala-nos sobretudo da sua
infância e da velhice, com realce para esta última. Faz um balanço da vida e dá
um conselho aos jovens: “Vão gozando a mocidade / Aproveitem bem a vida / Se
estão na flor da idade / Essa flor vai ser perdida / E depois de ressequida / As
folhas irão cair / Vão ter que se despedir / As forças vão‑lhe faltar /Agora podem‑se rir / Um dia vão cá
chegar”; - AMOR A ESTREMOZ - Da cidade diz: “És a pérola mais brilhante / Do
Alentejo és a rosa / As pedras são diamantes / Estremoz terra mimosa”. Em
particular, dedica poemas ao Castelo, à Igreja de Santa Maria, à Capela da
Rainha Santa, ao Centro Histórico, ao Cortejo do Trabalho de 1963, aos Bonecos
de Estremoz, à Feira Medieval, ao Gadanha, à União de Freguesias, à Rádio
Despertar, ao Aniversário dos Bombeiros e ao Intermarché; - AMOR AO ALENTEJO -
É uma constante na sua poesia; - ADMIRAÇÃO POR PERSONALIDADES E GRUPOS - Umas
de âmbito nacional como Ronaldo, Manuel Luís Goucha, Nicolau Breyner e a
Selecção Nacional. A nível local, o Prior, a Rádio Despertar, os Bombeiros
Voluntários e Joaquim Vermelho; - FESTAS CÍCLICAS - Fala do Carnaval da sua
Infância e do Natal; - CRÍTICA SOCIAL - Fala do desprezo de alguns pela
pobreza, constata que a miséria continua e fala da falta de perspectivas da
juventude.
Por tudo aquilo que nos diz em “PALAVRAS
GUARDADAS”, sou levado a felicitar a poetisa por nos ter distinguido com este
livro, que é um fiel reflexo da sua grande alma de poeta popular.
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