2009 > Acrílico sobre tela > 100 x 100 cm
“Árvores” é o tema integrador da mais recente exposição de pintura de Armando Alves, inaugurada no passado dia 16 de Maio, na Cooperativa Árvore, no Porto.
O evento integra-se nas “Comemorações dos Cinquenta Anos da Árvore”, Cooperativa de Actividades Artísticas. Nela, o consagrado pintor português, fundador do grupo “Os Quatro Vintes”, apresenta 25 pinturas a acrílico sobre tela.
Segundo palavras de Armando Secca, dirigente da “Árvore”, “Armando Alves é um criador que muito admiramos e que espalha o seu talento em várias áreas do saber, nomeadamente a pintura, o desenho, a escultura, obra gráfica e também nas artes gráficas, de que é um dos mais notáveis designers dos tempos modernos.” E mais adiante: “A exposição que Armando Alves apresenta na Árvore, onde foi diversas vezes dirigente, é um tributo às comemorações dos seus 50 anos de existência e representa também de nossa parte o reconhecimento pela sua desinteressada colaboração e pela excelência do seu trabalho.”
De acordo com o crítico Bernardo Pinto de Almeida, “As árvores de Armando, agora tomam o primeiro plano nos quadros das suas mais recentes séries, erguendo os ramos ao céu como se fossem braços. Mas não são dramáticas estas árvores como o eram as dos artistas do Neo-realismo, que pareciam tão esfomeadas como as figuras que emagreciam nos quadros, também eles magros de imagens que o atestavam como estética afirmada. Nem se debatem contra o vento insensato da planície, cujo louco arbítrio as vergaria como frágeis canas. “ E acrescenta: “Não, estas árvores não são as da fome (que todos sabemos bem que há, infelizmente, mas que nada adianta pintar) já que nelas se exalta, antes, pela solidez do seu porte, pela vertical afirmação de vida que transportam, essa espécie de alegria órfica que povoa quase todos os seus quadros desde há pelo menos três décadas para cá, isto é, dito brevemente, essa alegria simples das paisagens reinventadas como registos simples, quase diagramáticos, de cores, linhas, movimentos, fluxos. (…) Reverberam de luz, de sensualidade. São como mãos que buscam na doçura da terra de onde antes emergiram, o corpo a que, incessantes, voltam (…). “
Armando Alves nasceu em Estremoz em 1935. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, e na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Aqui conclui o curso de Pintura com vinte valores, o que originou, em 1968, a formação do grupo “Os Quatro Vintes” com Ângelo de Sousa, José Rodrigues e Jorge Pinheiro, com o qual se apresenta em exposições no final da década de 60. Entre 1963 e 1973 foi professor assistente na escola portuense, tendo aí introduzido o estudo das Artes Gráficas. A sua saída da Escola implicou, aliás, a dedicação às artes gráficas como responsável por essa área na Editorial Inova, fundada no Porto em 1968, e foi nesse domínio que recebeu o 1º prémio da Grafiporto, em 1983.
Tendo começado por uma figuração que pode aproximar-se do universo neo-realista, optou seguidamente por um informalismo matérico desenvolvido na década de 60. Nos anos 70 dedica-se à construção de objectos pintados, de grande depuração formal. A partir dos anos 80 retoma os valores da paisagem que reformula à luz de um abstraccionismo lírico.
Começou a expor individualmente em 1964, na Escola Superior de Belas-Artes do Porto para apresentar exclusivamente trabalhos de artes gráficas. Neste ano expõe na Cooperativa Árvore, onde voltaria em 1985 e 1993. Em 1978 e 1981 realiza exposições na Galeria do Jornal de Notícias, no Porto e em 1987 e 1990 apresenta-se na Galeria Nasoni, Porto. Em 1994 e 1995 expõe na mesma cidade, respectivamente na galeria Degrau Arte e na Galeria Fernando Santos. Em 1996 realiza nova exposição na Pousada de S. Francisco, em Beja, e em 1997 na Galeria Municipal de Vila Franca de Xira e na Galeria da Praça, Porto. Em 2001 expõe na Sala Maior, na cidade do Porto.
Com o grupo “Os Quatro Vintes” realizou exposições na Galeria Dominguez Alvarez, Porto (1968), Galeria Zen, Porto (1969), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1969) e Galeria Jacques Desbrière, Paris (1970).
Entre 1997 e 2007 participou em exposições no Brasil, Chile, Cabo Verde, Maputo e Ryahd – Arábia Saudita. De então para cá tem realizado várias exposições individuais e participado em muitas outras exposições colectivas.
Em 2006 é agraciado pelo Presidente da República com o Grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito. Em Outubro desse mesmo ano, é homenageado pelo Município de Estremoz com a Medalha de Mérito Municipal – Ouro. Em Dezembro de 2009, recebe o “Prémio de Artes Casino da Póvoa”.
A mostra patente o público na Cooperativa Árvore, poderá ser visitada até ao próximo dia 17 de Junho.
2012 > Acrílico sobre tela > 30 x
2012 > Acrílico sobre tela > 30 x
2012 > Acrílico sobre tela > 50 x
2012 > Acrílico sobre tela > 50 x
2012 > Acrílico sobre tela > 50 x
2012 > Acrílico sobre tela > 60 x
2012 > Acrílico sobre tela > 60 x
2012 > Acrílico sobre tela > 100 x
2012 > Acrílico sobre tela > 100 x
2012 > Acrílico sobre tela > 100 x
2012 > Acrílico sobre tela > 100 x
2012 > Acrílico sobre tela > 150 x
2013 > Acrílico sobre tela > 100 x
2013 > Acrílico sobre tela > 100 x
2013 > Acrílico sobre tela > 100 x
2013 > Acrílico sobre tela > 50,5 x
2013 > Acrílico sobre tela > 105 x
2013 > Acrílico sobre tela > 100 x
2013 > Acrílico sobre tela > 99 x
2013 > Acrílico sobre tela > 92 x
2013 > Acrílico sobre tela > 45 x
2013 > Acrílico sobre tela > 96 x
2014 > Acrílico sobre tela > 100 x
Belíssimo trabalho sobre Armando Alves. Admiro muito a pintura de Armando Alves. O despojamento é total, cores do Alentejo incríveis
ResponderEliminarPara além de genial pintor e de cidadão do mundo, o Armando tem como eu, o Alentejo na massa do sangue.
EliminarBeijinhos para ti, Zu.
Como não me foi possívelcorresponder ao convite que foi feito agradeço-te a ti meu amigo a visita à exposição . Muito bela!
ResponderEliminarDo Tempo da Outra Senhora procura cumprir a sua missão.
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