Joaquim
José Vermelho (1927-2002). Arquivo Fotográfico Municipal de Estremoz / BMETZ.
Joaquim
José Vermelho (1927-2002). Colaborou na imprensa nacional e regional,
nomeadamente nos jornais: A Planície (Moura), Brados do Alentejo (Estremoz),
Democracia do Sul (Évora), Eco de Estremoz, Jornal de Almada, Jornal de
Estremoz, Jornal de Notícias (Porto), O Calipolense e Primeiro de Janeiro
(Porto). Colaborou igualmente em revistas como Almanaque Alentejano, Boletim da
Casa do Alentejo, Revista Filme, Revista Celulóide, Revista do IEFP, Revista
Objectiva, Revista Olaria, Revista Transtagana e Revista Visor. Obras: Barros
de Estremoz (1990), Pousada da Rainha Santa Isabel, Histórias de um Castelo
(1992), Estremoz Terra de Encantos (1995), Estremoz Património (1996), 500 Anos
/ Santa Casa da Misericórdia de Estremoz (Co-autor, 2002), Nas lavras do tempo…
Sementes e Raízes (2003), Poesia (2003), Ler nas Pedras (2004), Sobre as
Cerâmicas de Estremoz (2005).
BONECOS DE ESTREMOZ
Joaquim Vermelho
Joaquim Vermelho
Bonecos de Estremoz na
cantareira
da saleta de estar, sempre
sorrindo:
a Primavera vive ali florindo
ao lado do Pastor, da
Azeitoneira!
Nesse canto da casa há
claridade,
passam beijos de sol da
fantasia;
vivem ali os sonhos de outra
idade,
fagueiras ilusões da
mocidade,
nessa bonecaria!
É um "mundo" de
sonho, encantador,
que os meus olhos contemplam,
enlevados;
"planície fora segue o
bom pastor
mais os seus fartos
gados!"
Moços de harmónio, cheirando
a função,
camponeses de fato domingueiro!!
De todos se desprende uma
canção
que me vem embalar o coração
o santo dia inteiro!
E toda a minha terra, num
sorriso,
eu guardo no cantinho dessa
casa,
sentindo o coração a arder em
brasa,
vivendo o Paraíso!
Figuras de Presépio! O Deus
menino
nas palhas a sorrir, meigo,
deitado;
a boa Virgem olha o pequenino
e S. José de lado! Que divino
encanto irradia esse barro
moldado!
Meu lindo bonequinho! Tão
bizarro!
És um beijo de eterna
mocidade,
deram-te vida as mãos que o
mole barro
moldaram com carinho e
habilidade!
Um bocado de barro, e nada
mais!
Mas quanta vida, quanta cor
encerra!
A resumir em si carinhos
tais,
sonhos da minha terra!
E nas feiras alegres do
Alentejo,
com toda essa graça que o bom
Deus lhe pôs,
nas bocas dos rapazes são
desejos
os meus lindos bonecos de
Estremoz!
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