domingo, 25 de agosto de 2013

Comemorações do Cinquentenário do Cortejo de Trabalho de 1963

 Rancho de azeitoneiras e varejadores da Freguesia de Santo Estevão (Estremoz).
Cliché de Rogério de Carvalho (1915-1988), grande fotógrafo de Estremoz. 

No sábado, 31 de Agosto, terão lugar em Estremoz, as COMEMORAÇÕES DO CINQUENTENÁRIO DO CORTEJO DE TRABALHO DE 1963, as quais decorrerão a partir das 16 horas na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na rua João de Sousa Carvalho.
As comemorações visam evocar o Cortejo do Trabalho que teve lugar em 1963, na Avenida 9 de Abril, em Estremoz, no decurso das Festas à Exaltação da Santa Cruz. Tratou-se de um Cortejo organizado pela Comissão de Festas, com o apoio da Câmara Municipal e que mostrou à população e aos visitantes, os vários sectores do artesanato e indústria locais, bem como os múltiplos aspectos da agricultura e da vida rural de então.
Uma tal evocação justifica-se pela importância que o Cortejo teve e como tal honrar a memória de todos aqueles que o ergueram e apontá-lo como exemplo à juventude, porque ali estavam reunidos todos os traços da nossa identidade cultural concelhia e regional.
O evento de grande qualidade e fidelidade etnográfica, foi registado pelo grande fotógrafo Rogério de Carvalho e deu lugar a uma Exposição Retrospectiva do Cortejo, patente ao público no local das Comemorações, até ao próximo dia 31 de Dezembro.
As Comemorações e a Exposição são da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e têm o apoio da Câmara Municipal de Estremoz. 


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Agosto na Pintura Universal


Agosto (1412-16). 
Paul, Jean et Herman de Limbourg (1370/80 – 1416).
Livro de Horas do Duque de Berry. 
Musée Condé, Chantilly.

“Agosto” é o tema central de obras executadas por grandes mestres da pintura universal, dos quais destacamos, associados por épocas/correntes da pintura, os seguintes:
- RENASCENÇA: Paul, Jean et Herman de Limbourg (1370/80 – 1416), holandeses; Cosmè Tura (1430-1495), italiano; Jean Poyer (activo pelo menos de 1483 até c.1503), francês; Gerard Horenbout  (c. 1465–1541), holandês; Simon Bening (1483/84-1561), flamengo; António de Holanda (1480/1500 – c. 1571), holandês; Oficina Simon Bening (c. 1483 – 1561), flamengo; Pieter Bruegel, o Velho (1525-1569), flamengo;
- BARROCO: Leandro Bassano (1557-1622), italiano; Adriaan van Stalbemt (1580-1662). Flamengo;
- ESCOLA VENEZIANA: Bernardo Bellotto (1720-1780), italiano;
- ROMANTISMO: Francisco da Silva (séc. XVIII), português;
- IMPRESSIONISMO: Alfred Sisley (1839-1899), francês;
- ABSTRACCIONISMO: Gregory Amenoff (1948-  ), mericano;
Por norma, as pinturas destacam as actividades senhoriais ou agro-pecuárias características do quente mês de Agosto: ceifa, acarreto e debulha do cereal, trabalhos de eira, descanso e refeição de ceifeiros, colheita de frutos e tosquia de ovelhas. A noção de calor pode também ser transmitida através da presença de nadadores ou pelo trabalho de tanoeiros que fabricam vasilhame que vai ser usado após as vindimas do mês de Setembro que se avizinha.

Publicado inicialmente em 21 de Agosto de 2013 

Alegoria de Agosto: Triunfo de Ceres (1476-84).
Cosmè Tura (1430-1495).
Fresco (500 cm x 320 cm).
Palazzo Schifanoia, Ferrara. 
Agosto (c. 1500).
Jean Poyer (activo pelo menos de 1483 até c.1503).
Livro de Horas de Henrique VIII (c/1500).
Morgan Library, New York. 
O Mês de Agosto (c. 1510).
Gerard Horenbout  (c. 1465–1541).
Breviário Grimani (28 cm x 21,5 cm).
Biblioteca Nazionale Marciana, Venice.
 Agosto (c.1515).
Simon Bening (1483/84-1561).
Livro de Horas da Costa (c/ 1515).
Morgan Library, New York.

Agosto (1517-1551).
António de Holanda (1480/1500 – c. 1571). 
Livro de Horas de D. Manuel I. Pintura a têmpera e ouro sobre pergaminho
(10,8 cm x 14 c m). Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
Agosto (1530-1534)
Oficina Simon Bening (c. 1483 – 1561).
Livro de Horas de D. Fernando. Pintura a têmpera e ouro
sobre pergaminho (9,8 cm x 13,3 cm).
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
 A colheita de milho – Agosto (1565).
Pieter Bruegel, o Velho (1525-1569).
Óleo sobre madeira (118 cm x 161 cm).
Metropolitan Museum of Art, New York.
Agosto (1595/1600)
Leandro Bassano (1557-1622).
Óleo sobre tela (145 cm x 213 cm).
Museu de Arte Regional, Tula. 
 Alegoria do Mês de Agosto (?).
Adriaan van Stalbemt (1580-1662).
Oleo sobre madeira (76 cm x 123 cm).
Colecção privada.
Julho, Agosto (1731)
Francisco da Silva (séc. XVIII).
Óleo sobre madeira (23 cm x 33 cm).
Museu de Évora.
Dresden a partir da margem direita do rio Elba, acima da Augustusbrücke (1747).
Bernardo Bellotto (1720-1780).
Óleo sobre tela (132 cm x 236 cm).
Gemäldegalerie, Dresden.
Uma tarde de Agosto próximo de Veneux (1881).
Alfred Sisley (1839-1899).
Óleo sobre tela (54 cm x 73 cm).
Colecção privada.
Luz em Agosto (1996).
Gregory Amenoff (1948-  ).
Óleo sobre tela (233.7 cm x 304,8 cm).
Kemper Museum of Contemporary Art, Kansas City.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Dia de aniversário

Eu e a Fátima, minha mulher.

O relógio da vida aumenta-nos a idade e todos nós, enquanto vivos, vamos ficando continuamente mais velhos. Todavia, anualmente há um dia, em que duma forma oficial, isso acontece. É o chamado “dia de aniversário”. Ontem coube-me a mim, dar um novo salto. Desta feita, dos 66 para os 67 anos, já que sou da colheita de 1946. 
Para assinalar a efeméride, fui almoçar com a minha mulher e a minha filha à “Taberna do Adro” em Vila Fernando, a caminho de Elvas.
Trata-se dum excelente restaurante com cozinha tradicional alentejana, decorado com múltiplos ícones materiais da nossa identidade cultural, com especial destaque para a loiça vidrada da Vila de Redondo.
Ambiente acolhedor e atendimento simpático.
Sentimo-nos bem por dentro e por fora.
Iremos voltar, assim que se proporcionar.
Recomendamos vivamente a “Taberna do Adro” a todos os nossos amigos.


 Eu e a Catarina, minha filha. 
 Eu, frente a uma típica casa alentejana do povoado.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Eu sou da natureza de não me render


PAISAGEM ALENTEJANA COM PASTOR OVELHAS E CÃO (1941).
Simão César Dórdio Gomes (1890-1976).
Óleo sobre tela (100 cm x 70 cm).
Colecção particular.

 Ao António Simões:

Eu sou da natureza de não me render, tal como os alentejãos que em batalhas múltiplas e sucessivas, com denodo e entroncados gestos valerosos, fizeram irreversivelmente pender o futuro para o lado da Causa do Mestre.
Assim não é rendição o cabal reconhecimento do potencial das palavras mestras com que tu, Poeta e Mor Pedreiro Livre, alicerças o teu Pensamento. Por elas me vergo e me descubro, tirando o chapeirão que cobre a cabeça com que a minha mãe me pariu no calor basto de um dia de Agosto, há sessenta e sete anos atrás.
Um varão parido em Agosto conhece na carne o clima que o Diabo amassou e como tal não é dado a fraquezas. Apesar dessa mais valia sempre presente em tudo o que a mim diz respeito, como homem nado e medrado nesta terra transtagana, sou levado a proferir com humildade:
- Obrigado Irmão, pelas palavras doutas que semeias, que nos dessedentam a Alma e que mitigam algumas das fomes que sazonal e ciclicamente nos atormentam.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O meu caminho


Nuvens cor-de-rosa de manhã. A chuva está a caminho (2012).  Sandrine Gergaud. 
Acrílico sobre tela (20 cm x 60 cm). Colecção particular.



Por vezes questionam-me sobre certas coisas das quais eu também não estou certo. A minha única certeza é de a de não ter certeza nenhuma. É a de procurar caminhos, caminhando. E dessa incerteza toda, nasce a legítima esperança de um dia ser capaz de realizar aquilo que alguns apelidaram de Magna Obra.
Não sei quantos degraus percorri, nem tão pouco quantos patamares me faltam atingir. Sei que vou jornadeando à medida de mim próprio e em sincronia com os fluxos espirituais que o Universo partilha comigo.
A certeza da minha incerteza, resulta daí. Sinto e vivo animicamente cada passo. Todavia não sei quantos passos me faltam dar, nem tampouco o caminho que vou seguir. Apenas sei que tenho de continuar a caminhar, com denodo e esperança. Só assim descobrirei o meu caminho.

(Texto publicado inicialmente em 14 de Agosto de 2013)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Livrai-nos Senhor dos badamecos!


Estamos numa República das Bananas governada por quadrilheiros, tanto a nível a nível nacional, como a nível local.
A democracia é tão frágil e com tão poucos sistemas de defesa que qualquer badameco pode chegar a Presidente de Câmara. Basta que tenha sabido escolher o partido certo, que fruto de circunstâncias aleatórias, teve que o aceitar na hora errada. Depois disso é saber iludir quanto baste e fugir ao controle do colectivo sob os mais diversos argumentos. É que o badameco tem mais que fazer que prestar contas ao público.
O execrável badameco é um actor de terceira categoria que procura manipular as pessoas. Trata-se de uma atitude tanto mais grave quanto se sabe que, por norma, as suas interpretações têm lugar por detrás do pano de cena e não decorrem necessariamente ao ritmo das pancadas de Moliére.
O badameco pode mudar de funções, mas fruto do trabalho de sapa e da rede de cumplicidades e dependências que criou durante toda a sua vida, encontra tacho fácil com gamela sempre cheia, proporcionada pelos da mesma camarilha, que dele se serviram e o instrumentalizaram tal como ele fez aos outros.
O badameco tem deficiência de formação, mas como é manipulador, o sistema promove-o a Dr.
É caso para exclamar:
- Livrai-nos Senhor dos badamecos!  



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Estamos fartos de circo

Palhaços
Larousse du XX siècle, 1928.

É sobejamente conhecida a minha natureza leonina com ascendente de touro. Significa isto que marro a direito. Esta é uma forma eufemística de dizer que escrevo direito por linhas tortas, já que o caminho se faz caminhando.
Farto de malabaristas, contorcionistas e fantoches de circos de terceira categoria, estou sempre de pé atrás, relativamente aos embustes que nos querem impingir como se de coisas sérias se tratasse.
Igualmente me sinto ludibriado por títeres e por palhaços, sejam eles o palhaço magrizela com cara de alvaiade ou o palhaço barrigudo faz-tudo e desgraçado, que há muito e tal como o primeiro perdeu a graça.
Nós não precisamos de circo. Estamos fartos de malabaristas, de contorcionistas, de fantoches, de títeres e de palhaços. Nós precisamos é de coisas sérias que não nos desviem do que é essencial a troco do acessório. Temos necessidade urgente de dar passos seguros e firmes que nos tirem deste atoleiro onde fomos metidos, muitos de nós sem dar por isso. Temos que pôr fim ao circo. E que não haja medos. Os novos actores temos que ser nós próprios. Não podemos permitir que o futuro nos escape das mãos. Vamos a isso?