segunda-feira, 24 de maio de 2021

Amor aos Bonecos de Estremoz


O professor (2012). Irmãs Flores e Ricardo Fonseca. Exemplar dos Bonecos de
Estremoz que me procurou representar na época e que me foi oferecido por aqueles
barristas, o que simultaneamente me surpreendeu e comoveu. A oferta ocorreu
no final de um almoço-convívio de amigos, testemunho de amizade com o autor,
como reflexo de actividades conjuntas que tinham sido desenvolvidas, bem como de
cumplicidades que tinham partilhado.

O meu amor aos Bonecos de Estremoz é um amor indissociável da atracção visual, a qual conduz à dissecação e daí à meditação, visando encontrar sempre uma razão última das coisas que o barro modelado e pintado me diz ou que julgo que me diz, se porventura estiver louco.
Ainda que nunca haja caminho, essa é uma possível receita para procurar encontrar o caminho, que nunca sei se conseguirei encontrar, embora nunca deva duvidar nem sequer por um instante que ele possa ser encontrado, pois então não o encontraria mesmo. E isso seria o assassinato a sangue frio das paixões que o barro me desperta, me emocionam e aquecem a alma. E isso não quero. Por isso não vou por aí.


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