Paisagem com a Paz e a Justiça
abraçando-se (1654).
Laurent de la Hire
(1606-1656).
“É a guerra
aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue,
das vidas, e quanto
mais come e consome, tanto menos se farta. É a
guerra aquela tempestade
terrestre, que leva os campos, as casas, as
vilas, os castelos, as cidades, e
talvez em um momento sorve os reinos
e monarquias inteiras. É a guerra aquela
calamidade composta de todas
as calamidades, em que não há mal algum que, ou se
não padeça, ou se
não tema, nem bem que seja próprio e seguro. O pai não tem seguro o
filho, o rico não tem segura a fazenda, o pobre não tem seguro o seu
suor,
o nobre não tem segura a honra, o eclesiástico não tem segura a
imunidade,
o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus nos templos e nos sacrários
não está seguro”.
Padre António Vieira
(1608-1697)
(Sermão Histórico e
Panegírico nos Anos
da Rainha D. Maria Francisca de Sabóia”, II)
A 21 de Setembro celebra-se o Dia Internacional da Paz, proclamado pela Organização das Nações Unidas em 30 de Novembro de 1981, como um dia de cessar-fogo e de não-violência em todo o mundo.
A finalidade da comemoração não é apenas que as pessoas pensem na paz, tem como objectivo a consciencialização pública da importância de que se reveste a necessidade da paz no mundo, bem como a promoção de actos cujo resultado se traduza no fim dos conflitos entre povos e a consagração da paz mundial.
Resolvemos dar um contributo para essa consciencialização, recorrendo à tradição oral e mais particularmente ao adagiário português sobre a paz. Naturalmente que não subscrevemos alguns desses adágios, por porem em causa a igualdade de género, actualmente consagrada na lei.
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A boa guerra faz a boa paz.
- A felicidade
consiste em trabalho, paz e saúde.
- A mediania é o refúgio da paz.
- A mulher e o rapaz são pouco amigos de paz.
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A paz é dom de Deus.
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A paz há-de se procurar sempre.
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Antes um ovo com paz que um boi com guerra.
- Boa guerra faz boa paz.
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Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz.
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Cada um só goza a paz que o vizinho quer.
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Casa com a filha do rei, que as pazes eu as faço.
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Com os bons te ajuntarás, se quiseres viver em paz.
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Com paz é que se trabalha.
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Comida meada, faca embainhada.
- Da guerra a paz, da paz a abundância, da abundância
o ócio, do ócio a malícia, da malícia a guerra.
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Em guerra e em paz, quem mal sai, mal jaz.
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Entre guerra e paz, quem mal sai, mal jaz.
- Família criada, paz
arrasada.
- Feliz e boa festa faz, quem em sua casa fica em
paz.
- Guerra bem guerreada traz boa paz
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Guerra de S. João paz de todo o ano.
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Hajamos paz, morreremos velhos.
- Livra-te de dever, se queres em
paz viver.
- Livra-te de questões, se queres
viver em paz.
- Mais vale guerra declarada que paz simulada.
- Mais vale paz que vitória.
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Mais vale vaca em paz do que pombo em guerra.
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Não há paz entre gente, nem entre as tripas da gente.
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Não há paz entre gente, nem entre as tripas do ventre.
- Não há paz onde canta a galinha
e cala o galo.
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Não há paz onde canta a galinha e canta o galo.
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No forno se ganha a paz, no forno se perde.
- Nunca existiu uma guerra boa nem uma paz má.
- O fim da guerra é a paz; o do trabalho é o tempo
livre.
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O medo da guerra é a maior garantia da paz.
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O que é de paz cresce por si.
- O segredo da vida
alegre e contente é estar em paz com Deus e com a Natureza.
- Onde a mulher reina e governa, raras vezes mora
a paz.
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Paz de cajado guerra é.
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Paz e paciência, morte com penitência.
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Paz e saúde, dinheiro a quem o quiser.
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Paz em casa e guerra com todo o mundo.
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Pouco e em boa paz, muito se me faz.
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Pouco e em paz, muito se me faz.
- Prepara-te para a
guerra, se queres a paz.
- Quanto sabes, não dirás; quantos vês, não julgarás, e
viverás em paz.
- Quem a paz quer conservar, deve
ver, ouvir e calar.
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Quem acorda cão dormido, vende paz e compra arruído.
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Quem em paz quiser estar, deve ver, ouvir e calar.
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Quem leva e trás não deixa paz.
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Quem nega e depois faz, quer paz.
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Quem vive em paz, dorme em sossego.
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Saúde e paz, dinheiro atrás.
- Se anelas a paz de tua alma,
retém tua paixão em calma.
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Se queres a paz, prepara a guerra.
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Se queres paz, evita a guerra.
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Se queres viver em paz, tuas portas fecharás.
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Sem tempo nada se faz, mas aproveita-o em paz.
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Tenhamos paz e morreremos velhos.
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Tenhamos saúde e paz e teremos assaz.
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Teus ouvidos selarás se quiseres viver em paz.
- Todas as cousas têm cabo; seja paz ou seja
guerra.
- Trégua não é paz.
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Vale mais uma sardinha com paz do que galinha com guerra.
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Veste-te em guerra, arma-te em paz.
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Vive bem e em paz quem em sua casa festa faz.
