Santo António (séc. XVIII).
Oficinas de Estremoz.
Colecção Júlio Reis Pereira.
Museu Municipal de Estremoz.
O culto de Santo foi incentivado em Estremoz pelos
religiosos da ordem de S. Francisco de Assis, sediados no Convento de S.
Francisco, desde os primórdios da sua construção no século XIII, em data
imprecisa, balizada pelos reinados de D. Sancho II – D. Afonso III (1239-1255).
A popularidade do culto antoniano levou o povo a
recriar pequenos altares nas suas casas e a ter o Santo exposto em oratórios. A procura
de imagens estará na origem do aparecimento da figura de Santo António na
barrística popular estremocense. As fontes de inspiração possíveis são: - A
imagem seiscentista de Santo António em lenho dourado, do altar homónimo do
Convento de São Francisco em Estremoz, situado no lado esquerdo da Capela Maior
e referenciada nas Memórias Paroquiais de 1758; - A Imagem seiscentista de
Santo António em mármore branco existente no nicho da parte superior das Portas
de Santo António, em Estremoz.
No acervo do Museu Municipal de Estremoz existem
imagens que vão desde o século XVIII até à actualidade e com dimensões e
atributos variáveis. Nessas imagens, Santo António enverga um hábito
franciscano cingido à cintura por um cordão e uma capa. Calça sandálias e está
assente numa peanha oca que pretende imitar as de talha. Na mão esquerda, o
Doutor da Igreja segura um livro no qual está sentado o Menino Jesus. Qualquer das
imagens ostenta auréolas. A mão direita do taumaturgo segura um lírio ou um
crucifixo, que conjuntamente com o livro e o Menino Jesus, são outros dos
atributos deste Santo.
De salientar que nas imagens há elementos amovíveis
(auréolas, Menino Jesus, cruz, lírio e até a própria cabeça de Santo António),
que eram retirados da imagem e guardados, até o devoto ver o ser desejo
satisfeito. Daí que em muitas destas imagens faltem alguns destes elementos. A
pressão sobre o Santo a fim de que produzisse milagres, ia ao ponto de alguns
porem a sua imagem de castigo, virada para a parede. Em casos extremos, a
imagem era posta de cabeça para baixo e até mesmo atada a um cordel e
mergulhada num poço. Seria para o Santo refrescar as ideias e fazer o milagre
pretendido? Vejam lá o extremo a que podia chegar a religiosidade popular…
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