Joana Oliveira (1978- ) a modelar uma Primavera de arco.
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À Boniqueira Joana,cuja magia das mãos me encantou à primeira.
A Boniqueira Joana
Calcorreou meio mundo.
Queria ter a visão,
conhecimento profundo
como as coisas aí são.
Até que lá chegou a altura,
numa certa ocasião,
para deixar a lonjura,
e vir pisar este chão.
Já depois de ter voltado
de muita e longa andança,
parou em Foros do Queimado,
lugar da sua mudança.
Seria nesse lugar,
que em sonhos lhe apareceu,
ela própria a modelar
e vá daí aprendeu.
A sua modelação
nasce com o pensamento.
Viaja até cada mão
p'ra lá encontrar seu assento.
É com barro e com amor,
logo ali ao começar.
Depois a forma e o calor
para lá continuar.
A pintura vem depois,
com amor, com alegria
e é sempre com os dois
que trabalha dia-a-dia.
Todas as formas são dela
e a cor nunca é limite,
límpida como aguarela
e não existe quem a imite.
A experiência de vida,
os seus livros e viagens,
são memória construída
que lhe revelam imagens.
E é assim que compõe
com farta imaginação,
tudo aquilo que propõe
com base na tradição.
Criatividade ardente,
inata em quem só produz
aquilo que também sente
e p'ra além disso a seduz.
Não é este o seu Universo,
é mesmo muito mais,
já que o limite do verso
não dá para dizer mais.
Estremoz, Dia de Reis de 2021
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