sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Outono na Pintura Universal

OUTONO (Finais do séc. XIV). Iluminura do “Tacuinum Sanitatis”, livro medieval sobre o bem-estar, com base na al Taqwin Taqwin تقوين الصحة ("Quadros de Saúde"), tratado do século XI da autoria do médico árabe Ibn Butlan de Bagdá, o qual pertence à Biblioteca Casanatense, em Roma.

O Outono começa com o Equinócio de Outono. O Equinócio é o instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, cruza o equador celeste. A palavra de origem latina significa "noite igual ao dia", uma vez que nesta data, o dia têm duração igual à noite.

São múltiplas as referências bíblicas ao Outono:
- "Eu dar-vos-ei chuva no seu tempo: chuvas de Outono e de Primavera. Deste modo, poderás recolher o teu trigo, o teu vinho novo e o teu azeite." (Deuteronómio 11,14)
- "Pudesse eu reviver os dias do meu Outono, quando Deus era íntimo na minha tenda," (Jó 29,4)
- "Quem armazena no Outono é prudente; quem dorme no tempo da colheita cobre-se de vergonha." (Provérbios 10,5)
- "No Outono o preguiçoso não lavra, e na colheita vai procurar e nada encontra." (Provérbios 20,4)
- "Não pensaram: “Vamos temer a Javé nosso Deus, que nos dá a chuva do Outono e da Primavera no tempo certo; e ainda estabeleceu as semanas certas para a colheita”. (Jeremias 5,24)
- "Alegrai-vos, filhos de Sião, e rejubilai em Javé, vosso Deus. Pois Ele mandou no devido tempo as chuvas do Outono e fez cair chuvas abundantes: as chuvas do Outono e da Primavera, como antigamente." (Joel 2,23)
- "Irmãos, sede pacientes até à vinda do Senhor. Vede como o agricultor espera pacientemente o fruto precioso da terra, até receber a chuva do Outono e da Primavera." (São Tiago 5,7)
- "São eles que participam descaradamente nas vossas refeições fraternas, apascentando-se a si mesmos com irreverência. São como nuvens sem água, levadas pelo vento, ou como árvores no fim do Outono que não dão fruto, duas vezes mortas e arrancadas pela raiz." (São Judas 1,12)

A igualdade dos dias e das noites, característica do equinócio de Outono é referida por Luís por Camões (c. 1524 - 1580) nos Lusíadas (II, 63):

"Vai-te ao longo da costa discorrendo,
E outra terra acharás de mais verdade,
Lá quase junto donde o Sol ardendo
Iguala o dia e noite em quantidade;
Ali tua frota alegre recebendo
Um Rei, com muitas obras de amizade,
Gasalhado seguro te daria,
E, para a Índia, certa e sábia guia."

Em 2011, o Equinócio de Outono, ocorre no dia 23 de Setembro às 9h 5min (tempo universal), 10h 5min em Portugal continental. Este instante assinala o começo do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se até ao próximo Solstício que ocorre no dia 22 de Dezembro às 05h30m.
O Outono é a estação do ano que estabelece a transição do Verão para o Inverno. É caracterizada por um abaixamento de temperatura e pelo amarelecer das folhas das árvores. Estes factos, por vezes associados às fainas agro-pastoris característicos da época, constituem o tema central de telas criadas por grandes nomes da pintura universal, dos quais destacamos, agrupados por períodos:

- IDADE MÉDIA: Autor desconhecido (Finais do séc. XIV);
- RENASCENTISMO: Francesco del Cossa (c. 1435- c. 1477), italiano;
- MANEIRISMO: Jacob Grimmer (c. 1525-1590), flamengo; Giuseppe Arcimboldo (1526-1593), italiano; Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619), flamengo;
- BARROCO: Francesco Albani (1578-1660), italiano; Pieter Pauwel Rubens (1577-1640), flamengo; Nicolas Poussin (1594-1665), francês; Jacques Bailly (c. 1634-1679), francês; Rosalba Carriera (1675-1757), italiano; Anton Kern (1709-1747), alemão; Jacob van Strij (1756-1815), holandês;
- RÓCÓCÓ: François Boucher (1703-1770), francês; Jacob Cats (1741-1799), holandês; Jacob Philipp Hackert (1737-1807), alemão;
- REALISMO: Jean-François Millet (1814-1875), francês;
- ROMANTISMO: Frederic Edwin Church (1826-1900), americano;


O OUTONO: A MUSA POLÍMNIA (1455-1460).
Francesco del Cossa (c. 1435-c. 1477).
Óleo sobre madeira (116,6 x 70,5 cm).
Gemäldegalerie Deutsch, Berlin.

OUTONO.
Jacob Grimmer (c. 1525-1590).
Óleo sobre madeira (36 x 60 cm).
Szépmûvészeti Múzeum, Budapest.
 
OUTONO (1572).
Giuseppe Arcimboldo (1526-1593).
Óleo sobre tela (93 x 72 cm).
Art Museum, Denver.

 
OUTONO (1607).
Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619).
Óleo sobre tela (33 x 47 cm).
Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerp.
 
OUTONO – VÉNUS E ADÓNIS (1616-1617).
Francesco Albani (1578-1660).
Óleo sobre tela (Diâmetro 154 cm).
Galleria Borghese, Rome.

Paisagem de Outono com vista de Het Steen (c. 1635).
Pieter Pauwel Rubens (1577-1640).
Óleo sobre madeira (137 x 235 cm).
National Gallery, London.

OUTONO (1660-1664).
Nicolas Poussin (1594-1665).
Óleo sobre tela (118 x 160 cm).
Musée du Louvre, Paris.
 
OUTONO. (1664-68).
Jacques Bailly (c. 1634-1679).
Iluminura.
Bibliothèque Nationale, Paris.
 
OUTONO (C. 1725).
Rosalba Carriera (1675-1757).
Pastel sobre papel colado em cartão cinzento (24 x 19 cm).
The Hermitage, St. Petersburg.
 
OUTONO E INVERNO (1747).
Anton Kern (1709-1747).
Óleo sobre tela (165 x 126 cm).
The Hermitage, St. Petersburg.

OUTONO PASTORIL (1749).
François Boucher (1703-1770).
Óleo sobre tela (260 x 199 cm).
Wallace Collection, London.

PAISAGEM DO OUTONO COM ARCO-ÍRIS (1779).
Jacob Cats (1741-1799).
Aguarela e caneta (334 x 415 mm).
Rijksmuseum, Amsterdam.

OUTONO (c. 1784).
Jacob Philipp Hackert (1737-1807).
Óleo sobre tela (96,5 x 64 cm).
Wallraf-Richartz Museum, Cologne.
 
PAISAGEM DE OUTONO (Segunda metade do século XVIII).
Jacob van Strij (1756-1815).
Óleo sobre tela (229 x 210 cm).
Colecção particular.

PALHEIROS: OUTONO (c. 1874).
Jean-François Millet (1814-1875).
Óleo sobre tela (85 x 110 cm).
Metropolitan Museum of Art, New York.
   
OUTONO (1875).
Frederic Edwin Church (1826-1900).
Óleo sobre tela (39 x 61 cm).
Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid.

Senhor dos Passos de Estremoz


Fig. 1 - Altar da Capela de D. Fradique de Portugal, no interior
da Igreja do Convento de São Francisco de Assis, em Estremoz.
Fotografia de Álvaro Azevedo Moura.

SENHOR DOS PASSOS DE ESTREMOZ
Em Estremoz, na Igreja do Convento de São Francisco de Assis, actual sede da Paróquia de Santo André, existe uma capela, chamada de D. Fradique de Portugal (Fig. 1). Segundo Monsenhor Mendeiros: “(…) já havia sido rasgada, no século de Quinhentos, a Capela de D. Fradique de Portugal, filho dos Condes de Faro, Odemira e Vimieiro, instituída para panteão da sua família, que teve o senhorio de Estremoz.” (4) “Esta pequena capela, aberta no terceiro tramo do flanco Sul do corpo da Igreja do Convento de São Francisco, é a principal obra manuelina da actual cidade de Estremoz, não apenas pela qualidade artística que evidencia, mas, sobretudo, pela figura cimeira da história europeia que a mandou construir e no seu interior se fez sepultar.” (3)
“Consagrada de princípio a S. FRANCISCO, depois ao SANTO CRISTO CRUCIFICADO, na segunda metade do séc. XVII, a consentimento dos donatários, nela se instalou a IRMANDADE DO SENHOR JESUS DOS PASSOS, que lhe concedeu a invocação persistente.” (2)
O retábulo do altar está dividido em três planos, com pinturas referentes à Paixão de Cristo. No plano superior destaca-se a imagem do Senhor Crucificado, ladeado pelas imagens em madeira estofada, representando S. Pedro de Verona e S. João de Capristano. No plano médio sobressai a imagem do Senhor dos Passos, ladeado pelas imagens de roca, de Nossa Senhora das Dores e de S. João Evangelista.
Sobre o altar diz o prior Fr. Fernando Roberto de Gouveia na “Memória sobre a Freguesia de Santo André de Estremoz”, redigida a 20 de Junho de 1758”: “O seu altar é de talha dourada, em que há muitas imagens, sendo as principais a do Senhor dos Passos, que por tradição se diz ser angelical e é uma das mais formosas de toda a Hespanha; a imagem perfeitíssima de Cristo Crucificado, em cujo lado se expõe(m) o Sacramento.” (1)
“No camarim forrado com placas de entalhe dourado, expõe-se a devotíssima imagem do padroeiro esculpido em lenho encarnado, de singular devoção dos antigos povos estremocenses.” (2)
“A imagem do Senhor dos Passos é a de maior devoção em Estremoz e considerada uma das mais artísticas do País.” (4) O Senhor dos Passos é uma invocação de Jesus Cristo que faz memória ao caminho por ele percorrido desde a sua condenação à morte no Pretório de Pôncio Pilatos até ao seu enterro, após ter sido crucificado no Calvário. Trata-se de uma devoção muito especial na Igreja Católica.
Em Estremoz, a Procissão do Senhor dos Passos, tem lugar no domingo anterior ao Domingo de Ramos ou seja duas semanas antes do Domingo de Páscoa. O trajecto da Procissão passa pelas Capelas dos Passos existentes na cidade, mandadas construir no início do séc. XVIII pela Irmandade do Senhor Jesus dos Passos. Inicialmente eram cinco, tendo desaparecido em 1960, a que estava junto da extinta Igreja de Santo André. As restantes, estão situadas na Rua da Porta da Lage (Bairro de Santiago), na embocadura da Rua Alexandre Herculano com o Largo do Espírito Santo, no alçado exterior direito da Igreja de São Francisco e do lado esquerdo da frontaria do Convento das Maltesas.
A Procissão do Senhor dos Passos, se num ano tem início na Igreja de Santa Maria do Castelo e termina na Igreja do Convento de São Francisco de Assis, no ano seguinte segue o trajecto inverso. Quando sai da Igreja de Santa Maria, o trajecto da Procissão é o seguinte: Largo de D. Dinis, Rua do Arco de Santarém, Rua Direita, Rua da Freirinha, Rua da Porta da Lage, Rua Alexandre Herculano, Largo do Espírito Santo, Rua Magalhães de Lima (antiga Rua das Freiras), Rua Vasco da Gama, Praça Luís de Camões, Largo da República e Rossio Marquês de Pombal (passagem frente à Igreja dos Congregados, seguida de viragem à esquerda e paragem junto ao Paço do Convento das Maltesas, para depois virar à esquerda, em direcção ao Passo da Igreja de São Francisco, onde para, para depois prosseguir em direcção à Igreja do Convento de São Francisco de Assis, no Largo dos Combatentes da Grande Guerra, onde termina.

ICONOGRAFIA DO SENHOR DOS PASSOS DE ESTREMOZ
É variada a iconografia do Senhor dos Passos de Estremoz. Assim, no Programa das Festas à Exaltação da Santa Cruz de 1902, editado pela Tipografia Samuel, de Estremoz, aparece uma gravura (Fig. 2) da autoria de Francisco Pastor, representando aquela imagem.

Fig. 2 - Gravura de Francisco Pastor, impressa no programa
das Festas da Exaltação da Cruz de 1902,
representando o Senhor dos Passos de Estremoz.

Saliente-se que Francisco Pastor (1850-1922), foi um notável gravador espanhol, que em Madrid foi discípulo de Severini. Em 1873 abriu um “Atelier de Gravura” na Rua do Ouro, 243-2º, em Lisboa. Ilustrador do “Diário Ilustrado” e do “Correio da Europa”. Criou uma editora própria que publicou obras de grande envergadura, entre as quais o “Dicionário Ilustrado” de Francisco de Almeida, para o qual abriu mais de três mil gravuras, assim como foi editor do “Almanach Ilustrado” que no ano de 1895 ia no 13º ano e custava 200 réis.
Foi com registo do Senhor dos Passos de Estremoz da autoria de Francisco Pastor, que “O falar das Mãos de Guilhermina Maldonado” criou a lâmina da Fig. 3. O registo impresso a preto sobre papel branco amarelecido pelo tempo, contém a legenda “Vera Effigie do Senhor Jesus dos Passos d’Estremoz”. As matérias-primas utilizadas foram: cartão, vidro, espelho, seda, frio prateado, canotilho de prata, flores de prata, galões, arame e fita de seda. O resto foi a paciência, o requinte, a delicadeza, a sensibilidade e a mensagem de Paz e Harmonia sempre presentes, que nos fazem render à Arte de Guilhermina Maldonado. A lâmina tem as seguintes dimensões 31,5cm x 34, 5 cm x 4,5 cm.

Fig. 3 - Lâmina com registo do Senhor dos Passos de Estremoz da autoria
de Francisco Pastor, que “O falar das Mãos de Guilhermina Maldonado” criou.
Dimensões: 31,5cm x 34, 5 cm x 4,5 cm.
Colecção do autor

Conhecemos igualmente medalhas de barro vermelho representando o Senhor dos Passos de Estremoz. Trata-se de medalhas comemorativas das Festas da Exaltação da Santa Cruz de 1963 (Fig. 4) e de 1964 (Fig. 6). Qualquer delas tem de módulo 5,8 cm, 4 mm de espessura sem o relevo e pesa 20g. Ao centro a imagem do Senhor dos Passos de Estremoz. À esquerda, distribuída por três linhas a legenda: “FESTAS DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ / EM ESTREMOZ / ANO”. À direita da imagem do Senhor dos Passos, um ramo de sobreiro carregado de bolotas. Na parte superior, as medalhas têm um orifício para passar um fio, uma fita ou um alfinete-de-ama. A de 1963 apresenta no verso, a marca “OLARIA ALFACINHA / ESTREMOZ / PORTUGAL “ distribuída por três linhas e ocupando uma superfície de 1, 2 cm x 3 cm (fig. 5). Já a de 1964, ostenta a marca “ OLARIA ALFACINHA / ESTREMOZ “ inscrita numa coroa circular de 1,5 cm e 2 cm de diâmetro, com a palavra “PORTUGAL”, ao centro (Fig. 7).

 Fig. 4 - Medalha de barro vermelho, comemorativa das Festas da Exaltação da Santa Cruz
em Estremoz, no ano de 1963, representando o Senhor dos Passos de Estremoz.
Módulo: 5,8 cm; Espessura: 4 mm, sem o relevo; Peso: 20g.
Fabrico da Olaria Alfacinha.
Colecção do autor.

Fig. 5 - No verso da medalha anterior, a marca “OLARIA ALFACINHA / ESTREMOZ / PORTUGAL “
distribuída por três linhas e ocupando uma superfície de 1, 2 cm x 3 cm.

Fig. 6 - Medalha de barro vermelho, comemorativa das Festas da Exaltação da Santa Cruz
em Estremoz, no ano de 1964, representando o Senhor dos Passos de Estremoz.
Módulo: 5,8 cm; Espessura: 4 mm, sem o relevo; Peso: 20g.
Fabrico da Olaria Alfacinha. 
Colecção do autor.

Fig. 7 - No verso da medalha anterior, a marca “ OLARIA ALFACINHA / ESTREMOZ “ inscrita
numa coroa circular de 1,5 cm e 2 cm de diâmetro, com a palavra “PORTUGAL”, ao centro.

Também no figurado de Estremoz encontramos representações do Senhor do Passos, como é o caso da imagem da Fig. 8, da autoria da barrista Maria Luísa da Conceição. À semelhança da imagem sagrada, Jesus é aqui representado envergando túnica roxa, carregando a cruz, com o joelho direito assente no solo e com a túnica a mostrar o pé esquerdo. Na cabeça, um esplendor e uma coroa de espinhos. A imagem assenta num andor sensivelmente quadrado, decorado à frente com flores.

Fig. 8 - Andor com o Senhor dos Passos de Estremoz,
da autoria da barrista estremocense Maria Luísa da Conceição.

Os exemplares da iconografia local do Senhor dos Passos, mais que objectos decorativos, são objectos de veneração e de oração dos fiéis.


BIBLIOGRAFIA

(1) – COSTA, Mário Alberto Nunes. Estremoz e o seu concelho nas “Memórias Paroquiais de 1758”. Separata do Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, Vol. XXV. Coimbra, 1961.
(2) - ESPANCA, Túlio. Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, Vol.VIII. Academia Nacional de Belas Artes. Lisboa, 1975.
(3) – IGESPAR
(4) - MENDEIROS, José Filipe. Património Religioso de Estremoz. Câmara Municipal de Estremoz. Estremoz, 2001.

Publicado inicialmente em 21 de Setembro de 2012

O Outono na Pintura Portuguesa


Cena de Merenda de Caça no Outono (1767). Autor Desconhecido (?-?).
Óleo sobre tela (192 cm x 156 cm). Palácio Nacional de Queluz, Queluz. 

O Outono, estação caracterizada por um declínio gradual da temperatura, é marcada por tempo chuvoso, ventoso e pouco ensolarado. Corresponde aos meses de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro no Hemisfério Norte.
A pintura portuguesa alegórica a esta época reflecte as características deste período: paisagens com folhas amarelecidas e que caem, vinhas e naturezas mortas com frutos ou flores característicos da época.
Por ordem cronológica, os pintores por nós identificados que abordaram a temática “Outono” foram: Autor Desconhecido (?-?), Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), José de Brito (1855-1946), José Malhoa (1855-1933), Adriano Sousa Lopes (1879-1944), Ferreira da Costa (1885-?), Joaquim Francisco Lopes (1886-1956), Ferreira da Costa (1885-?), Maria Eduarda Lapa e Sousa Caldeira (1895-1976), Ventura Moutinho (1903-1967) e Silva Lino (1911-1984).


Publicado inicialmente em 21 de Setembro de 2012

Natureza morta (1899). Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929). Óleo sobre
 madeira  (26 cm x 21 cm). Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte
 Contemporânea, Lisboa.

Alegoria do Outono (Séc. XIX). Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929). Óleo sobre
 tela (88,5 cm x 139 cm). Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa.

Paisagem da Margem do Vouga (séc. XIX –XX). José de Brito (1855-1946). Óleo sobre
madeira (34 x 50 cm). Museu Grão Vasco, Viseu.

Frutos de Outono (1907). Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929). Óleo sobre tela
(59 cm x 73 cm). Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Vinha no Outono (1914). José Malhoa (1855-1933). Óleo sobre tela (16,5 x; 21,5 cm).
Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.

Outono (1918). José Malhoa (1855-1933). Óleo sobre tela (46 cm x 38 cm).
Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Castelo de Vide (1925). Adriano Sousa Lopes (1879-1944). Óleo sobre tela (73 cm x 105 cm).
Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Outono em Castelo de Vide (Séc. XX). Adriano Sousa Lopes (1879-1944).  Óleo sobre tela
(33 cm x 41 cm). Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Outono (Primeiras chuvas) (1939). Joaquim Francisco Lopes (1886-1956). Óleo sobre tela
(70 cm x 90 cm). Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Manchas de Outono (1942). Ventura Moutinho (1903-1967). Óleo sobre tela (78 cm x 67 cm).
Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Bosque da Bélgica (séc. XX). Ferreira da Costa (1885 - ?). Óleo sobre tela
(40,3 cm x 32 cm). Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.

Natureza morta (com flores de Outono) (Séc. XX). Maria Eduarda Lapa e Sousa Caldeira
(1895-1976). Óleo sobre tela (56 x 82 cm). Museu da Guarda.

Paisagem de Outono - Azeitão (1956). Silva Lino (1911 - 1984). Óleo sobre aglomerado de madeira
(58,7 cm x 72,7 cm). Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O São Mateus em Elvas


Romeiros na Avenida da Piedade, em Elvas, no ano de 2011. Fotografia recolhida em

HISTORIAL
A romaria do Senhor Jesus da Piedade de Elvas, organizada pela Confraria do Senhor Jesus da Piedade tem início no dia 20 de Setembro, principiando com a Procissão dos Pendões. Esta sai da Igreja de Nossa Senhora da Assunção e da Ermida de Nossa Senhora das Dores. No cortejo, com a duração de três horas e com destino ao Santuário do Senhor Jesus da Piedade, incorporam-se estandartes e pendões em representação das paróquias, irmandades e confrarias do concelho de Elvas, bem como da Câmara Municipal, dos Bombeiros Voluntários e doutras colectividades. Quando ali existiam unidades militares, também os seus estandartes integravam o cortejo. Este encerra com o pendão da Confraria do Senhor Jesus da Piedade. Acompanham o cortejo três bandas filarmónicas.
À chegada ao Parque do Piedade tem lugar uma sumptuosa sessão de fogo de artifício. No local decorre de 20 a 30 de Setembro, a tradicional Feira de São Mateus, com animação variada, que atrai romeiros de todo o Alto Alentejo e da raia espanhola. A romaria e a Feira de São Mateus terminam uma semana depois, com a Procissão de Retorno dos Pendões.
A romaria remonta ao Verão de 1736, quando o clérigo elvense Manuel Antunes se dirigia à "Horta dos Passarinhos", da qual era capelão e donde recebia rendimentos. Vinha das Portas da Esquina, montado numa pequena mula e caiu por duas vezes sucessivas, tendo ficado bastante ferido. Quase inconsciente, seguiu a pé, crendo ser capaz de chegar à Horta. Na sua caminhada chegou a um outeiro de pedras onde se erguia uma cruz mal feita e tosca, assinalando a morte do lavrador da Torre dos Arcos. Aí ajoelhado, jurou mandar consertá-la e celebrar uma missa naquele local, se conseguisse chegar à propriedade sem mais contrariedades e se não tivesse consequências funestas das quedas aparatosas que tinha sofrido. Findo o Verão, durante o qual reconquistou a saúde, cumpriu a promessa. Com a constatação do local, muitos daqueles que se encontravam em aflições, temendo pela sua saúde, recorreram ao "Senhor Jesus da Piedade", como lhe passaram a chamar desde então. Mais milagres ocorreram e mais promessas foram cumpridas, o que levou a erigir primeiro uma capela e depois uma igreja, na qual se encontram patentes milhares de ex-votos.
O São Mateus de Elvas era até meados do século passado uma das maiores romarias do Alto Alentejo. Durante meses poupava-se para se poder ir a Elvas, por volta de 21 de Setembro, dia de São Mateus. Era em churriões puxados por mulas que se ia às Festas. Era na altura em que os ganhões que mourejavam nas herdades, iam aquelas Festas gastar a maçaroca amealhada a custo. Lá diz uma quadra do rico cancioneiro popular alentejano:

Ó feira de S. Matheus,
Onde as ganharias vão
A gastarem o dinheiro
Da temporada do v’rão. (1)


Churrião junto ao Aqueduto – Elvas. Bilhete-postal ilustrado de meados do
 séc. XX. Edição da Livraria e Papelaria Rego - Elvas.

Era uma romaria que durava dias, entre o ir e o voltar. E ali os romeiros estacionavam os churriões por zonas, conforme a zona de proveniência. Digam-me lá, se o alentejano é ou não é um tipo organizado?   

Aspecto do Arraial da Feira de S. Mateus – Elvas.  Bilhete-postal ilustrado do início do séc. XX.
Edição da Tabacaria Costa – Lisboa.

Nas Festas do São Mateus havia para além das cerimónias religiosas, feira e bailaricos populares, longamente aguardados durante o resto do ano:

Ó Senhor da Piedade
Que estaes na vossa egreja,
O povo desta cidade
Bem alegre vos festeja. (2)

O Senhor da Piedade
Vae a ter festas de luxo,
Vão a fazer um bazar
Lá no sítio do repuxo. (2)

Eu também já fui à festa
e fiz promessas a deus
de cá voltar outra vez
a dançar no São Mateus. (3)


Igreja do Senhor da Piedade – Elvas. Bilhete-postal ilustrado do início
do séc. XX. Edição da Tabacaria Costa – Lisboa.

Bailarico popular no decurso das festas do São Mateus – Elvas. Bilhete-postal ilustrado do
início do séc. XX. Edição da Tabacaria Costa – Lisboa.

O SÃO MATEUS E OS CICLOS AGRO-PASTORIS
Em meados do século passado, o dia de São Mateus, marcava o início das fainas agro-pastoris, dependentes do início da época das chuvas:
- Águas verdadeiras, por São Mateus as primeiras.
O São Mateus assinalava também o início da lavra dos campos:
- Pelo São Mateus munge as vacas e lavra com Deus.
- Por São Mateus, pega no arado e lavra com Deus.
- Por São Mateus, pega nos bois e lavra com Deus.
Com o chegada das primeiras chuvas e com as terras lavradas para as sementeiras, começavam a aparecer as formigas de asa que atraíam os papa-moscas, aves vulgarmente conhecidas por taralhões, que eram caçadas pelos passarinheiros, especialmente rapazes. A ida à romaria do São Mateus, exigia o abandono temporário da actividade cinegética:
- Pelo São Mateus deixa os taralhões.
O brilhantismo da romaria de São Mateus era incompatível com a chuva que prejudicaria as Festas e muito em especial a feira e os bailaricos. O sol, esse era benvindo, conforme refere o adagiário:
- Não peças a morte a Deus, nem a chuva por São Mateus.
- Pelo São Mateus não peças chuva a Deus.
- Pelo São Mateus não peças água nem morte a Deus.
- Sol pelo São Mateus, chuva até ao Menino Deus.
O São Mateus assinalava a época da vindima:
- Dia de São Mateus, vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
- Pelo São Mateus, vindimam os sisudos e varejam os sandeus.
O São Mateus marcava nas hortas, o início da enxertia das plantas:
- Em Dia de São Mateus, começam as enxertias.
Em termos da pastorícia, o aparecimento das primeiras águas pelo São Mateus, favorecia o crescimento de ervas que alimentarão as crias:
- Pelo São Mateus, conta as ovelhas que os cordeiros são teus.
Pelo contrário, a falta de chuva prejudicava a alimentação e o crescimento das crias:
- Em não chovendo por São Mateus, faz conta com as ovelhas, que os borregos não são teus.

BIBLIOGRAFIA
(1) - PIRES, A. Tomaz. Cantos Populares Portuguezes. Vol. IV. Typographia e Stereotipía Progresso. Elvas, 1910.
(2) - PIRES, A. Tomaz. Cantos Populares Portuguezes. Vol. I. Typographia e Stereotipía Progresso. Elvas, 1909.
(3) -SANTOS, Victor. Cancioneiro Alentejano. Livraria Portugal. Lisboa, 1959.

Publicado inicialmente a 20 de Setembro de 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Provérbios de Setembro


Mês de Setembro (c. 1510). Iluminura do miniaturista flamengo Gerard
Horenbout (c.1465 - c. 541). Breviário Grimani. Manuscrito (Ms. lat. I 99),
 28 x 21,5 cm. Biblioteca Marciana, Veneza.

- Abril, frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado. Agosto, debulhar, Setembro, vindimar.
- Agosto amadura, Setembro derruba.
- Agosto amadurece, Setembro vindimece.
- Agosto arder, Setembro beber.
- Agosto debulhar, Setembro vindimar.
- Agosto madura, Setembro vindima.
- Agosto tem a culpa, e Setembro leva a fruta.
- Agosto tem a culpa, Setembro leva a fruta,
- Águas verdadeiras, por S. Mateus as primeiras.
- Aí pela Senhora da Ajuda, às sete, é sol-posto.
- Arranja bom Setembro, com a burra fico eu.
- Arranja bom Setembro, com a burra te fico eu.
- Chovendo no S. Miguel, faz conta das ovelhas que os borregos são teus.
- Chovendo no São Miguel, faz conta das ovelhas que os borregos não são teus.
- Chuvas verdadeiras, em Setembro as primeiras.
- Corra o ano como for, haja em Agosto e Setembro calor.
- Dia de São Mateus, vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
- Em 29, São Miguel fecha as asas.
- Em Agosto secam os montes e em Setembro as fontes.
- Em Dia de São Mateus, começam as enxertias.
- Em Dia de São Mateus, vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
- Em dia de São Matias, começam as enxertias.
- Em não chovendo por São Mateus, faz conta com as ovelhas, que os borregos não são teus.
- Em Setembro ardem os montes e secam as fontes.
- Em Setembro ardem os montes, secam as fontes.
- Em Setembro cuida da vindima que olhar para a uva não mata a sede.
- Em Setembro lavra, semeia e colhe que é mês para tudo.
- Em Setembro palha no palheiro e meninas ao candeeiro.
- Em Setembro planta, colhe e cava, que é mês para tudo.
- Em Setembro ramo curto, vindima longa.
- Em Setembro S. Mateus, não peças chuva a Deus.
- Em Setembro secam as fontes e a chuva leva as pontes.
- Em Setembro secam as fontes e as chuvas lavam as pontes.
- Em Setembro semeia o teu pão mas escuta o que o teu vizinho diz, porque no dia oito o centeio deve estar da altura da pena da perdiz.
- Em Setembro semeia o teu pão.
- Em Setembro tem Deus a mesa posta.
- Em Setembro, andando e comendo.
- Em Setembro, ardem os montes e secam as fontes.
- Em Setembro, ardem os montes e secam as fontes.
- Em Setembro, ardem os montes, secam-se as fontes.
- Em Setembro, cara de poucos amigos e manhã de figos.
- Em Setembro, colhendo e comendo.
- Em Setembro, palha no palheiro e meninas ao candeeiro.
- Em Setembro, palhas ao palheiro, meninos ao candeeiro.
- Em Setembro, perdizes pequenas só das agostinhas me lembra.
- Em Setembro, planta, colhe e cava que é mês para tudo.
- Em Setembro, S. Miguel soalheiro enche o celeiro.
- Em Setembro, vai andando e correndo, mas às vezes também ardem as moitas e as fontes a secar vêm.
- Em Setembro, vai andando e vai comendo.
- Em tempo de figos não há amigos.
- Em vinte e nove, S. Miguel fecha as asas.
- Guarda prado, criarás gado.
- Lua Nova setembrina sete vezes domina.
- Não peças a morte a Deus, nem a chuva por São Mateus.
- Janeiro gear, Fevereiro chover. Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer, Junho ceifar, Julho debulhar. Agosto engavelar, Setembro vindimar. Outubro revolver. Novembro semear. Dezembro nascer.
- Janeiro gear, Fevereiro chover. Março encanar, Agosto recolher. Setembro vindimar.
- Janeiro gear. Fevereiro chover. Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer. Junho ceifar, Julho debulhar, Agosto engavelar. Setembro vindimar, Outubro revolver. Novembro semear, Dezembro nasceu Deus para nos salvar.
- Lua nova setembrina, sete luas domina.
- Lua nova trovejada, trinta dias é molhada e se for a de Setembro até Março irá chovendo.
- No dia oito de Setembro abalam as merendas, vêm os serões.
- No pó semeia que Setembro to pagará.
- No São Mateus vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
- Nunca se viu nem se há-de ver, Feira Franca sem chover.
- Nuvens em Setembro: chuva em Novembro e neve em Dezembro.
- O São Miguel ou seca as fontes ou leva açudes e pontes.
- Para boas colheitas, pede bom tempo a Deus nas têmporas de São Mateus.
- Para que o ano não vá mal, hão-de encher os rios três vezes entre S. Mateus e o Natal.
- Para vindimar deixa Setembro acabar.
- Para vindimar deixa o Setembro acabar.
- Pela senhora da Ajuda, às sete o sol é posto.
- Pelo S. Mateus não peças chuva a Deus.
- Pelo S. Mateus, pega nos bois e lavra com Deus.
- Pelo São Bernardo seca-se a palha pelo pé.
- Pelo São Gil adoba o teu candil.
- Pelo São Mateus deixa os taralhões.
- Pelo São Mateus faz contas das ovelhas, que os borregos são teus.
- Pelo São Mateus munge as vacas e lavra com Deus.
- Pelo São Mateus não peças água nem morte a Deus.
- Pelo São Mateus não peças chuva a Deus.
- Pelo São Mateus vindimam os sisudos, semeiam os sandeus.
- Pelo São Mateus, conta as ovelhas que os cordeiros são teus.
- Pelo São Mateus, pega nos bois e lavra com Deus.
- Pelo São Mateus, vindimam os sisudos e varejam os sandeus.
- Pelo São Miguel, estão as uvas como mel.
- Pelo São Miguel dá-se as figueiras ao rabisco.
- Pelo São Miguel os figos são mel.
- Pelo São Miguel, estão as uvas como mel.
- Por São Mateus, faz conta das ovelhas que os borregos são teus.
- Por São Mateus pega no arado e lavra com Deus.
- Por São Mateus, pega nos bois e lavra com Deus.
- Quando não chove depois do São Mateus, é por milagre de Deus.
- Quando não chove por São Mateus, é por milagre de Deus.
- Quem planta no S. Miguel, vai à horta quando quer.
- Quem planta no São Miguel, vai à horta quando quer.
- Quem se aluga no S. Miguel, não se senta quando quer.
- São João e São Miguel passados, tanto manda o amo como o criado.
- São Miguel das uvas, tanto tardas e tão pouco duras!
- São Miguel passado, tanto manda o amo como o criado.
- São Miguel passado, todo o amo é mandado.
- São Miguel soalheiro, enche o celeiro.
- Se acaso em Setembro a cigarra cantar, não compres trigo para o vir a guardar.
- Se chover pelo São Mateus, cuida das ovelhas que os borregos são teus.
- Se em Setembro a cigarra cantar, não compres trigo para guardar.
- Se houvesse dois S. Miguéis no ano, não havia moço que parasse no amo.
- Se por acaso em Setembro a cigarra cantar, não compres trigo para o vires a guardar.
- Setembro a comer e a colher.
- Setembro cara de poucos amigos e manhã de figos.
- Setembro cara de poucos amigos, cara de figos.
- Setembro é o Maio do Outono.
- Setembro matou a mãe à sede.
- Setembro molhado, figo estragado.
- Setembro ou seca as fontes ou leva as pontes.
- Setembro ou seca as fontes, ou leva açudes e pontes.
- Setembro que enche o celeiro dá triunfo ao rendeiro.
- Setembro que enche o celeiro, salva o rendeiro.
- Setembro seca os montes, rios e fontes.
- Setembro, andando e comendo.
- Setembro, cara de poucos amigos e manhã de figos.
- Setembro, comendo e colhendo.
- Setembro, molhado, figo estragado.
- Setembro, ou seca as fontes ou leva açudes e pontes.
- Setembro, ou seca as fontes ou leva as pontes.
- Setembro, ou seca os montes ou lava as fontes.
- Setembro, ou seca os montes ou leva as fontes.
- Setembro, que enche o celeiro, dá triunfo ao rendeiro.
- Setembro, vindimar.
- Sol pelo São Mateus, chuva até ao Menino Deus.
- Terra de gramão, terra de pão.
- Trinta dias tem Novembro, Abril, Junho e Setembro; de vinte e oito, só há um, e os mais têm trinta e um.
- Vai-te com Deus e S. Miguel com as almas.
- Vindima molhada, pipa depressa despejada.

Publicado inicialmente em 19 de Setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

15 de Setembro


Imagem de Rita Gorgulho.


Hoje, foi o primeiro dia do resto das nossas vidas. O povo saiu à rua, porque o governo perdeu o apoio do país. À semelhança das massas populares, eu quero este (des)governo na rua. Todavia, como não tenho memória curta, clamo igualmente:
- Volta Sócrates, para seres julgado!