domingo, 10 de maio de 2015

Efemérides de Junho (Nova versão)

 29 de Junho
A 29 de Junho de 1840 é inaugurado o Museu Portuense, actual Museu Nacional
Soares dos Reis, instalado no Palácio dos Carrancas, construção de finais do
séc. XVIII. As suas colecções incluem cerâmica, escultura, gravura, joalharia,
mobiliário, ourivesaria, pintura, têxteis e vidros.
28 de Junho 
A 28 de Junho de 1867 é inaugurado em Lisboa, o monumento a Luís Vaz de
Camões, da autoria do escultor Victor Bastos (1830–1894), projectado a partir
de 1860 e inaugurado em 1867, na presença do rei D. Luís I (1838-1889) e de
seu pai D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry (1816-1885), rei consorte.
A estátua evocativa do poeta é de bronze e mede 4 metros de altura. Assenta
num pedestal oitavado, de mármore branco, com 7,5 metros de altura. Em seu
redor, oito estátuas, de pedra lioz, de 2,40 metros de altura, representam vultos
notáveis da cultura portuguesa: Fernão Lopes, Pedro Nunes, Gomes Eanes de
Azurara, João de Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Vasco Mouzinho de
Quevedo, Jerónimo Corte-Real e Francisco de Sá de Meneses. ARCHIVO
PITTORRESCO – Tomo X, nº 28, 1867.
27 de Junho
A 27 de Junho de 1850 é fundada a Associação dos Operários, primeira organização
portuguesa de trabalhadores e o jornal O Eco dos Operários. Painel de azulejos da
entrada do bairro operário “Estrela d'Ouro”, na Graça, em Lisboa.
26 de Junho
 A 26 de Junho de 1982 morre Alfredo Marceneiro (1891-1982), glória portuguesa
do fado, conhecido por cantar de boné e lenço ao pescoço. Foi o mais castiço
fadista e um dos maiores intérpretes, no cantar e sentir o fado. Dos muitos temas
que cantou destaca-se a Casa da Mariquinhas,  da autoria do poeta Silva Tavares.
Compôs 22 fados: Aida, Laranjeira, Eu lembro-me de ti, Bailado, Bailarico, Balada,
Cabaré, Cravos, CUF, Moda, Traição, Louco, Marcha do Alfredo Marceneiro, Maria
Alice, Maria do Anjos, Maria Marques, Menor, Mocita dos Caracóis, Odéon, Pajem,
Pierrot e Vestido Azul. Retirou-se oficialmente dos palcos em 1980, com 89 anos,
tendo-lhe sido outorgada pela Câmara Municipal a Medalha de Ouro da Cidade de
Lisboa. Em 10 de Junho de 1984, foi condecorado, a título póstumo, com a
Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República
Portuguesa, General Ramalho Eanes.
25 de Junho
A 25 de Junho de 1948 morre em Lisboa, Bento de Jesus Caraça (1901-1948),
natural de Vila Viçosa, matemático, professor catedrático do Instituto Superior
de Ciências Económicas e Financeiras, etnocientista, pedagogo e divulgador
científico, militante comunista, dirigente do Movimento Nacional de Unidade
Anti-fascista e do Movimento de Unidade Democrática. BENTO DE JESUS CARAÇA 
Fotografia de autor não identificado. Biblioteca Nacional de Portugal.
24 de Junho
A 24 de Junho de 1360 nasce em Cernache do Bonjardim ou Flor da Rosa, Nuno
Álvares Pereira (1360-1431), filho ilegítimo de D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior
do Hospital. Foi para a Corte aos 13 anos, sendo armado cavaleiro por Dona Leonor
Teles com o arnês do Mestre de Avis, de quem se torna amigo. Adere à causa do
Mestre, que o nomeia fronteiro da comarca de Entre Tejo e Odiana. Vencedor da
Batalha dos Atoleiros (6 de Abril de 1384), de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385) e
de Valverde (15 de Outubro de 1385), D. Nuno Álvares Pereira desempenhou um
papel fundamental na resolução da crise de 1383-1385 com Castela e na consolidação
da independência. Por isso sempre foi, desde sempre, muito justamente considerado
como um símbolo da independência nacional. Nomeado 2º Condestável do Reino e 38º
Mordomo-mor,  recebeu ainda de D. João I, os títulos de 3º conde de Ourém, de 7º
conde de Barcelos e de 2º conde de Arraiolos. Em 1388 iniciou a edificação da capela
de São Jorge de Aljubarrota e, em 1389, a do Convento do Carmo, em Lisboa, onde se
instalaram os frades da Ordem do Carmo, no ano de 1397. Após a morte de sua esposa,
Leonor de Alvim, com quem casara em 1376, torna-se Carmelita em 1423, recolhendo
ao Convento do Carmo, em Lisboa, onde ingressa sob o nome de Irmão Nuno de Santa
Maria. Ali permanece até à sua morte em 1 de Novembro de 1431, aos 71 anos de idade
e já com fama de Santo. D. Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de
1918 pelo Papa Bento XV e é desde 26 de Abril de 2009, mais um Santo português,
após a cerimónia de canonização em Roma, do Beato Nuno de Santa Maria. O anúncio
fora feito pela Santa Sé, no final do Consistório de 21 de Fevereiro de 2009, presidido
por Sua Santidade o Papa Bento XVI. D.NUNO ÁLVARES PEREIRA – xilogragruva da
“Coronica do condestabre de purtugal Nuno Aluarez Pereyra: principiador da casa
que agora he do Duque de Bragãça. 1. ed. Lisboa: Germão Galharde, 1526”. A obra
pertence à Biblioteca Nacional de Portugal e é a versão mais antiga conhecida da
crónica composta por autor anónimo após a morte do Condestável D. Nuno Álvares
Pereira, em 1431. A imagem é pois a imagem mais antiga a representar o Condestável.
23 de Junho
A 23 de Junho de 1940 é inaugurada a Exposição do Mundo Português, organizada
Pelo Estado Novo para comemorar o Duplo Centenário da Independência (1140) e
da Restauração (1640) de Portugal. Bilhete-postal ilustrado, comemorativo da
Exposição do Mundo Português.
22 de Junho
A 22 de Junho de 1633, Galileo Galilei (1564-1642) é condenado pelo Tribunal do
Santo Ofício pela publicação do livro “Diálogos sobre os Dois Máximos Sistemas do
Mundo”  que defendia a teoria heliocêntrica. A pena consiste em: abjuração, proibição
do livro, residência fixa e penitências religiosas. A humilhante condenação de Galileu
foi uma  tentativa desesperada da Igreja para salvar o sistema cosmológico geocêntrico,
peça-chave da escolástica, a grande síntese da filosofia aristotélica (século IV a.C.) e da
doutrina cristã, que dominou o pensamento europeu durante a Baixa Idade Média
(séculos XI a XIV). RETRATO DE GALILEO (1636). Jost Sustermans (1597-1681).
Óleo sobre tela. Galleria degli Uffizi, Firenze.
21 de Junho
Em 21 de Junho ou próximo a este dia, o Sol atinge o ponto mais ao norte na
sua trajectória pelo céu. É o solstício de Verão, momento em que o Sol, no seu
movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude,
medida a partir da linha do equador. A duração do dia é então a mais longa do
ano. VERÃO (1607) - Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619). Óleo sobre painel
(33x47 cm). Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerp.
20 de Junho
A 20 de Junho de 1921, nasce Matilde Rosa Araújo (1921-2010), que viria a ser
pedagoga e escritora especializada em literatura infantil e que enquanto cidadã
se dedicou ao longo da sua vida, aos problemas da criança e à defesa dos seus
naturais direitos. Foi distinguida com diversos prémios literários e em 2004 foi
agraciada com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
FOTO: Matilde Rosa Araújo, Sebastião da Gama e Maria Alice Botelho Moniz,
em Dezembro de 1947, momentos depois de Sebastião da Gama ter levantado
da tipografia os primeiros exemplares de “Cabo da Boa Esperança”.
19 de Junho
A 19 de Junho de 1731, nasce em Coimbra, Joaquim Machado de Castro
(1731-1822), um dos maiores e mais célebres escultores portugueses, que
exerceu enorme influência na Europa do século XVIII e princípio do século XIX
O seu trabalho de maior projecção foi a estátua equestre do Rei D. José I de
Portugal, datada de 1775. Em sua homenagem abriu ao público em 11 de
Outubro de 1913, em Coimbra, o Museu Nacional de Machado de Castro, um
dos mais importantes museus de Belas Artes e Arqueologia de Portugal.
18 de Junho
A 18 de Junho de 1953, o empresário e mecenas Calouste Sarkis Gulbenkian
(1869-1955), assina o testamento que determina a criação da Fundação Calouste
Gulbenkian, em Lisboa, que ficou herdeira do remanescente da sua fortuna,
e que tem fins caritativos, artísticos, educativos e científicos.
17 de Junho
A 17 de Junho de 1665 travou-se a Batalha de Montes Claros num local perto
de Borba, a meio caminho entre Estremoz e Vila Viçosa. Nela pelejaram mais
de quarenta mil homens: 20.500 do lado português sob o comando do Marquês
de Marialva e 22.600 do lado espanhol sob o comando do Marquês de Caracena.
Morreram nesse dia, 700 combatentes portugueses, registando-se ainda 2.000
feridos. Do lado espanhol, tombaram 4.000 homens e foram feitos 6.000
prisioneiros. Esta foi a última das cinco grandes batalhas ganhas pelos
portugueses na Guerra da Restauração, iniciada a 1 de Dezembro de 1640.
Três anos depois, em 1668, seria finalmente assinada a paz com a Espanha,
que pelo Tratado de Lisboa, reconheceu decisivamente a restauração da
independência de Portugal. BATALHA DE MONTES CLAROS – Gravura
seiscentista italiana. Biblioteca Nacional, Lisboa.
16 de Junho
A 16 de Junho de 1853 é aprovado o projecto de construção da linha ferroviária
entre Lisboa e Porto. Comboio em Lisboa (zona de Xabregas), no século XIX.
15 de Junho
 A 15 de Junho de 1970 morre José Sobral de Almada Negreiros (1893-1970).
“Pela sua obra plástica, que o classifica entre os primeiros valores da pintura
moderna; pela sua obra literária, que vibra de uma igual e poderosa originalidade;
pela sua acção pessoal através de artigos e conferências - Almada-Negreiros,
pintor, desenhador, vitralista, poeta, romancista, ensaísta, crítico de arte,
conferencista, dramaturgo, foi, pode dizer-se que desde 1910, uma das mais
notáveis figuras da cultura portuguesa e uma das que mais decisivamente
contribuíram para a criação, prestígio e triunfo de uma mentalidade
moderna entre nós". Assim o apresenta Jorge de Sena (1919-1978), no
primeiro volume das “Líricas Portuguesas”, antologia da poesia lírica
portuguesa contemporânea por ele organizada e publicada em 1958.
ALMADA NEGREIROS -  Teatro da República, Lisboa, 1917.
14 de Junho 
A 14 de Junho de 1910, no crepúsculo da Monarquia Portuguesa, a Maçonaria
constitui a comissão de resistência, encarregada de colaborar com a Carbonária.
SALA DA COMISSÃO DE RESISTÊNCIA DA MAÇONARIA - Sala de visitas de José de

Castro, onde se reuniu pela primeira vez a Comissão de Resistência da Maçonaria.
Ao fundo, a bandeira da Carbonária Portuguesa e um busto da República. Fundo:
Arquivo Mário Soares - Fotografias da Exposição Permanente.
13 de Junho
A 13 de Junho de 1231, morre em Pádua, Santo António de Lisboa (1195-1231),
frade franciscano português que ao longo da sua vida desenvolveu intensa vida
religiosa e apostólica. Canonizado em Maio do ano seguinte pelo papa Gregório IX,
foi declarado oficialmente Padroeiro de Portugal em 1932 e proclamado por Pio XII,
Doutor da Igreja, em 1946. É venerado pela Igreja Católica, que o considera um
grande taumaturgo e lhe atribui um extraordinário número de milagres. A
circunstância de o dia festivo de Santo António (13 de Junho) coincidir com as
festas do Solstício de Verão, faz com que seja celebrado em Portugal como um dos
santos mais populares. SANTO ANTÔNIO COM O MENINO JESUS (séc. XVIII) –
Francisco de Matos Vieira (1699 -1783), mais conhecido por Vieira Lusitano.
Óleo sobre tela (44,2 x 35 cm). Museu Nacional de Arte Antiga. Lisboa.
12 de Junho
A 12 de Junho de 1850 nasce Roberto Ivens (1850-1898), oficial da Armada,
administrador colonial e explorador do continente africano que participou
com Hermenegildo Capelo (1841-1917) na célebre travessia entre Angola e
a costa do Índico, descrita no livro conjunto De Angola à Contra-Costa”.
11 de Junho
A 11 de Junho de 1557 morre no Paço da Ribeira, em Lisboa, D. João III (1502-1557),
“O Piedoso” que permitiu a introdução da Inquisição em Portugal e em cujo reinado
se inicia uma crise que se amplifica sob o governo do seu neto e sucessor, o rei
D. Sebastião (1554-1578). D. JOÃO III (1552) -  Retrato do pintor Flamengo António
Moro (c. 1519 – c. 1576-78), Museo Lázaro Galdiano, Madrid).
10 de Junho
A 10 de Junho de 1580 morre na mais absoluta pobreza, Luís Vaz de Camões
(c.1524-1580), o maior poeta do Classicismo português, autor de "Os Lusíadas",
a epopeia portuguesa que canta os feitos guerreiros e marítimos de Portugal.
9 de Junho
 A 9 de Junho de 1879 verifica-se o regresso a Lisboa de Serpa Pinto (1846-1900)
após a travessia de África iniciada a 7 de Julho de 1877 com Roberto Ivens
(1850-1898) e Hermenegildo Capelo (1841-1917). SERPA PINTO COM DOIS
INDÍGENAS, NO DECURSO DA TRAVESSIA DE ÁFRICA.
8 de Junho
A 8 de Junho de 1663 trava-se a Batalha do Ameixial entre o exército espanhol
comandado por D. João José de Áustria e o exército português sob o comando
de D. Sancho Manoel, Conde de Vila Flor. A refrega saldar-se-ia por um êxito
retumbante para as forças portuguesas. BATALHA DO AMEIXAL - gravura do
séc. XVII.  Biblioteca Nacional, Lisboa.
7 de Junho
A 7 de Junho de 1801 verifica-se a assinatura do Tratado de Badajoz, com data
de 6 de Junho. Através dele, Portugal perde a cidade e o termo de Olivença.
PORTAL MANUELINO DO SÉC. XVI NOS PAÇOS DO CONCELHO DE OLIVENÇA.
6 de Junho
A 6 de Junho de 1789 é decretada a deserção de Manuel Maria Barbosa du Bocage
(1765-1805), tenente de infantaria da 5.ª Companhia da guarnição da Praça de Damão.
5 de Junho
A 5 de Junho comemora-se o “Dia Mundial do Ambiente”. PRIMAVERA (1882).
António Carvalho de Silva Porto (1850-1893), óleo sobre madeira (37,2 cm x 55 cm).
Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa.
4 de Junho
 A 4 de Junho comemora-se o “Dia Internacional das Crianças Vítimas Inocentes
da Violência e Agressão”.
3 de Junho
A 3 de Junho comemora-se o Dia Internacional para a Segurança em Passagens de
Nível,o qual visa consciencializar os utilizadores das passagens de nível para
as medidas de segurança que devem adoptar para evitar acidentes. 
2 de Junho
A 2 de Junho de 1940 verificou-se a abertura oficial das Comemorações dos
Centenários da Fundação e da Restauração da Nacionalidade, anunciadas pelo
Presidente da Comissão Executiva dos Centenários, Júlio Dantas.
1 de Junho
A 1 de Junho comemora-se o “Dia Mundial da Criança”.
























































































































30 de Junho
Em 30 de Junho de 1487 é publicado "Pentateuco", o primeiro livro impresso em
Portugal. A obra, de carácter religioso, constituída pelos cinco livros de Moisés
que compõem a “Torá”, foi impressa em 110 fólios, com composição de 30 – 32
linhas. De acordo com o colófon, saiu do prelo de Samuel Gacon, editor judeu,
operador da primeira oficina tipográfica, situada em Faro. Foram utilizados tipos
metálicos móveis com caracteres hebraicos, letras quadradas e elegantes, de dois
tamanhos, sendo a maior usada no texto e a outra, mais larga, nas rubricas. O
único exemplar conhecido da obra encontra-se na British Library, em Londres.
Foi roubada em Portugal no ano de 1596, no decurso da ocupação filipina, quando
a cidade de Faro foi saqueada e incendiada pelas tropas inglesas sob o comando de
Robert Devereux, 2.º Conde de Essex (1566-1601), favorito da Rainha Isabel I de
Inglaterra (1533-1603). A obra integra um conjunto de 65 títulos (de um total de
91 volumes), que pertenciam à biblioteca do então bispo do Algarve, D. Fernando
Martins de Mascarenhas (1594-1616). Em 1600, Robert Devereux doou o saque ao
seu amigo, o erudito e diplomata Thomas Bodley (1545-1613), pelo que este valioso
espólio se encontra depositado na Bodleian Library da Universidade de Oxford desde
a sua inauguração em 1602. FRONTISPÍCIO DO PENTATEUCO HEBRAICO (FARO, 1487)


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Arte pastoril alentejana


Colher (Dimensões: 31 x 8,5 cm; Peso: 82 g)Executada em 1974 em pau de bucho,
levou 35 horas a ser confeccionada e custou na época, 350$00, o que corresponde
hoje a 53,6 €. Colecção particular.

Tão certo como o Alentejo não ter sombra, senão a que vem do céu, é que sem sombra de dúvida, a arte pastoril alentejana é uma das mais ricas e expressivas manifestações de arte popular portuguesa.
Com uma simples navalha, ora se escava a madeira em baixo ou alto-relevo, ora se borda artística filigrana que nos faz lembrar o ouro minhoto. O motivo é fruto do imaginário do artista popular e tem sempre um significado expresso na pauta, muitas vezes de madeira, mas também de cortiça e de chifre, tal como um virtuoso violinista que com o seu preciso arco, faz vibrar as tensas cordas do seu violino. A sinfonia é a mesma. A peça executada tem sempre uma função para a qual foi concebida e executada: a de poder ser utilizada ou como forma de expressar a paixão nutrida pela mulher amada ou o respeito e consideração pelo patrão que dá trabalho. São certezas ancestrais que remontam à memória dos tempos. São estados de alma e convicções profundas que registam magistralmente naquilo que a terra dá, os traços indeléveis da identidade cultural alentejana.


Garfo (dimensões: (24 x 3,5 cm; Peso: 26 g).  Executado em 1973 em pau de
bucho. Em 1985 era vendido por 2000$00, o que corresponde hoje a 112,5 €.
Colecção particular.

Bonecos de Estremoz já constam no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

Amor é cego.
Afonso Ginja.
Colecção particular.

Transcrevo com regozijo e com a devida vénia, 
a Notícia do Município de Estremoz, nº 2066,
de 7 de Maio de 2015.
                                                                                                                                                                   
Foi publicado hoje, 7 de maio, em Diário da República, o parecer favorável da Direção-Geral do Património Cultural sobre o pedido apresentado pelo Município de Estremoz para a inscrição da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A decisão da Direção-Geral do Património Cultural, tomada a 17 de dezembro de 2014, sobre o pedido de inventariação da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» teve por fundamento a importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade de Estremoz em que esta tradição se pratica; a importância pela sua profundidade histórica, com origens que remontam pelo menos ao século XVII, assim como pela sua forte ancoragem social na comunidade de Estremoz; a produção e reprodução efetivas que caracterizam esta manifestação do património cultural na atualidade, não obstante as atuais ameaças expressas na dificuldade de formação de novos praticantes da tradição no âmbito da própria comunidade; a importância de que se reveste o pedido de inventariação em apreço, em virtude de ter resultado de investigação desenvolvida pelo Museu Municipal de Estremoz; e as medidas de salvaguarda e valorização preconizadas para a salvaguarda e viabilidade futura da tradição em apreço, designadamente as de âmbito patrimonial, científico e educativo.
A decisão da Direção-Geral do Património Cultural sobre o pedido de inventariação da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz», teve ainda por fundamento a conformidade do pedido de inventariação com os requisitos definidos; a ausência de pareceres contrários à conclusão do procedimento de inventariação, quer em sede da fase de consulta direta sobre o procedimento de inventariação, quer em sede da fase de consulta pública; e o facto de que o pedido de inventariação resultou da iniciativa da comunidade no âmbito da qual se realiza a «Produção de Figurado em Barro de Estremoz», tendo em vista a valorização desta manifestação do património cultural imaterial à escala nacional.
Em resultado da conclusão do procedimento de inventariação a respetiva Ficha de Inventário é disponibilizada publicamente na página eletrónica de acesso ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, através do endereço web: www.matrizpci.dgpc.pt.
A inventariação da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» é objeto de revisão ordinária em períodos de 10 anos, sem prejuízo de revisão em período inferior sempre que sejam conhecidas alterações relevantes, sendo que qualquer interessado pode suscitar, a todo o tempo, a revisão ou a atualização do respetivo inventário.
Está assim concluído o primeiro grande objetivo do Plano de Salvaguarda e Valorização do Boneco de Estremoz, a inscrição neste inventário, situação que potencia o conhecimento desta arte, mas também será factor de promoção junto da comunidade científica de um património único no mundo. De salientar que é a primeira tradição cerâmica nacional a ser incluída neste inventário.
Brevemente o Plano terá mais ações concluídas, como a renovação museográfica do Museu Municipal (a decorrer) e a entrega da proposta de integração na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).
Entretanto, desde o início da colocação em prática deste Plano, que perto de 2 mil crianças e jovens já tiveram a oportunidade de conhecer e modelar um Boneco ao modo de Estremoz, por intermédio de ações educativas realizadas no âmbito do Museu Municipal. Para a concretização destas atividades, foi adquirida uma mufla para este mesmo Museu, que potenciou a capacidade de acolhimento destas oficinas de Bonecos. Assim, através da prática, acompanhada de teoria, pretende-se criar junto dos mais novos o gosto pela arte bonequeira e potenciar o despertar de futuros (as) bonequeiros(as).                                                                                                                                       

quarta-feira, 6 de maio de 2015

25 - Os bonecos de Estremoz na literatura oral


Amazona (apito). Ana das Peles  (1870-1945)]. Colecção particular.

O núcleo tradicional do figurado de Estremoz incorpora entre outros apitos, três figuras a cavalo: Peralta a cavalo, Sargento a cavalo e Amazona. Estas imagens têm base rectangular e o apito está localizado na cauda do cavalo. Um rolo de barro foi aí colado com barbutina e depois furado com um arame grosso da base exterior do rolo para o interior, até cerca de metade do comprimento. Na parte superior do rolo foi depois efectuado outro furo, até encontrar o primeiro. Esta particularidade da manufactura dos apitos induziu a que no domínio dos ditos e ápodos colectivos, aplicados aos estremocenses, se dissesse “Têm o apito no cú” (DAVID DE MORAIS 2006). Daí que quando alguém disparava um traque, acompanhando ou não de pestilenta semeadura de fedores fecais, se dissesse: “És como os de Estremoz: tens o apito no cú” (DAVID DE MORAIS 2006). Outro dito e ápodo colectivo aplicado aos estremocenses era o de “Bonecos” (SOEIRO DE BRITO 1938) numa clara alusão à produção do figurado de Estremoz. De acordo com este autor, quando faltava qualquer coisa, costumava dizer-se. “Então o que quer que lhe faça? Quer que o mande vir de Estremoz?”
A nível de cancioneiro popular é conhecida a moda alentejana “Se eu quisesse amar bonecos”, recolhida em Reguengos de Monsaraz (POMBINHO JÚNIOR 1936):

Se eu quisesse amar bonecos,
Mandav’òs vir de ‘Stremôris,
Vergonha da minha cara
Se eu contigo tinha amôris.

Se eu contigo tinha amôris,
Se eu era o namorado,
Mandav’òs vir de ‘Stremôris,
Mandav’òs vir do Chiado!

Os exemplos apontados mostram bem como os bonecos de Estremoz estão perpetuados na literatura oral, um filão com potencial que urge explorar, para bem da cultura popular.

 BIBLIOGRAFIA
– DAVID DE MORAIS, J.A. Ditos e Ápodos Colectivos. Edições Colibri. Lisboa, 2006.
- POMBINHO JÚNIOR, J.A. Cantigas Populares Alentejanas e seu subsídio para o léxico  português. Edições Maranus. Porto, 1936.
- SOEIRO DE BRITO, J.M. Ditados Tópicos Alentejanos. Tipografia Progresso. Elvas, 1938.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

25 de Abril


 
Uma imagem de 25 de Abril de 1974, que correu mundo.

Abril trouxe-nos a Liberdade, como nos disse Sophia de Mello Breyner Andresen em “25 de Abril”: “Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo”. Testemunho análogo nos deu António Simões em “25 de Abril, 1974: a primeira manhã”: “foste pranto e crime e viuvez – / que bom dizer-te: “Foste, já não és, / Abril deu liberdade a todos nós!” .Por sua vez, José Fanha em “Eu sou Português Aqui”, referiu-se à liberdade, dizendo: “Nasci / aqui / no mês de Abril /quando esqueci toda a saudade / e comecei a inventar / em cada gesto / a liberdade”. Daí a importância de comemorar Abril no exercício diário da cidadania e na defesa dos valores que lhe estão associados. Abril é quando um homem quiser e como quiser, porque Abril é plural, tal como proclamou Manuel Alegre em “Abril de Abril”: “Era um Abril na praça Abril de massas / era um Abril na rua Abril a rodos / Abril de sol que nasce para todos”.
Não existem receitas nem fórmulas mágicas para comemorar ou sentir Abril. No meu caso, Abril está-me na massa do sangue, que o transporta do coração até à flor da pele. Aqui brota com cheiro a cravos vermelhos, a papoilas, a esteva e a rosmaninho, que são plantas desta terra transtagana, que foi de Florbela, mas também de Catarina e muitos outros mais, cuja memória todos nós registamos na nossa Alma Alentejana.
Cabe-nos a missão histórica e inescapável de transmitir aos vindouros, o testemunho de Abril. Convenhamos que muitas vezes não é fácil, dado o facilitismo que se instalou na sociedade, com a crença errónea de que é desnecessário lutar por aquilo a que temos direito, já que alguns crêem que compete aos timoneiros do (des)governo de ocasião, decidir se, de facto, temos ou não direito e quando é que temos direito. Paralelamente, Abril tem sido ritualizado pelo poder que o acantona e espartilha em comemorações oficiais, repletas de pompa e circunstância, confinadas ao hemiciclo de São Bento. Mas, Abril não é isso. Abril é sair à rua como um mar de gente, em comunhão de ideais e ânsia de justiça social, como bem expressou Jorge de Sena em “Cantigas de Abril”: “Saem tanques para a rua, / sai o povo logo atrás: / estala enfim altiva e nua, / com força que não recua, / a verdade mais veraz”. A mesma ideia foi partilhada por José Carlos Ary dos Santos em “As Portas que Abril Abriu”: “Foi então que Abril abriu / as portas da claridade / e a nossa gente invadiu / a sua própria cidade”. E o povo saiu à rua, empunhando cravos vermelhos, como relatou Armindo Rodrigues, em “Portugal, cravo vermelho”: “Mal rompeu o dia novo, / logo por ruas e praças, / das cidades às aldeias, / floriram cravos vermelhos”. Porque a rua é o palco onde se julgam os algozes e se esconjuram os fantasmas do passado, tal como verbalizou José Carlos Ary dos Santos em “As Portas que Abril Abriu”: “Quando o povo desfilou / nas ruas em procissão / de novo se processou / a própria revolução”. E concluiu: “Agora que já floriu / a esperança na nossa terra / as portas que Abril abriu / nunca mais ninguém as cerra”.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Provérbios de Maio


MAIO - Iluminura do “Livro de Horas do Duque de Berry” (Século XV), manuscrito
com iluminuras dos irmãos Paul, Jean et Herman de Limbourg, conservado no
Museu Condé, em Chantilly, na França.

- A água que no Verão há-de regar, em Abril e Maio há-de ficar.
- A água, Maio a dá, Maio a leva.
- A boa cepa, Maio a deita.
- A erva, Maio a dá, Maio a leva.
- A geira de Maio vale os bois e o carro, a de Julho vale os bois e o jugo.
- A melhor cepa, Maio a deita.
- A melhor cepa, para Maio a guardes.
- A ti chova todo o ano e a mim, Abril e Maio.
- A velha, em Maio, come castanhas ao borralho.
- Abril chove para os homens e Maio para as bestas.
- Abril chuvoso e Maio ventoso fazem o ano formoso.
- Abril chuvoso, Maio ventoso e Junho amoroso, fazem um ano formoso.
- Abril e Maio, chaves do ano.
- Abril frio, pão e vinho. Maio come o trigo e Agosto bebe o vinho.
- Abril, espigar; Maio, engrandecer; Junho, ceifar; Julho, debulhar; Agosto, engravelar; Setembro, vindimar.
- Abril, queijos mil e em Maio, três ou quatro.
- Agua d'Ascensão, tira o vinho e dá o pão.
- Água de Maio e três de Abril valem por mil.
- Água de Maio, pão para todo o ano.
- Água de Maio, pão tremês, não o percas nem o dês.
- Águas de regar, de Abril e Maio hão-de ficar.
- Ainda não nasceu nem há-de nascer, quem em Maio o Sete-estrelo há-de ver.
- As favas, Maio as dá e Maio as leva.
- Boa cepa, Maio a deita.
- Borreguinho de Maio, se to pedirem, dai-o.
- Chovam trinta Maios e não chova em Junho.
- Chova-te o ano todo, mas a mim, Abril e Maio.
- Chuva da Ascensão, das palhinhas faz pão,
- Chuva de Ascensão não dá palhas nem pão.
- Chuva de Maio faz as novas ranhosas e as velhas formosas.
- Chuvas da Ascensão, bebem vinho e comem pão.
- Chuvinha da Ascensão, até da palha faz pão.
- De Maio a Abril, ainda que te pese, me hei-de rir.
- De Maio a Abril, há muito que pedir.
- De Maio a Abril, não há muito que rir.
- De Maio a Abril, pouco vai que rir.
- Deixa lenha para Maio, que a fome de Maio sempre veio e há-de vir.
- Depois de Maio, a lampreia e o sável dai-o.
- Dia de Maio, dia de má ventura, mal amanhece, logo escurece.
- Dias de Maio, dias de amargura, ainda não é dia, já é noite escura.
- Dias de Maio, dias de amargura, mal amanhece é logo noite escura.
- Diz Maio a Abril: ainda que te pese, me hei-de rir.
- Do mês de Maio o calor, de todo o ano, o valor.
- Em Abril, águas mil e em Maio, três ou quatro.
- Em Abril dorme o moço ruim e em Maio dorme o moço e o amo.
- Em Abril e Maio, moenda para todo o ano.
- Em Abril queijos mil e em Maio, três ou quatro.
- Em Abril queima a velha o carro e o carril e deixa um tição para Maio, para comer as cerejas ao borralho.
- Em Abril queima a velha o carro e o carril e o que ficou, em Maio o queimou.
- Em Abril, queijos mil e em Maio, três ou quatro.
- Em casa vazia, Maio depressa se avia.
- Em Dezembro, descansar; em Janeiro, trabalhar.
- Em Janeiro junta a perdiz ao parceiro, em Fevereiro faz um rapeiro, em Março faz o covacho, em Abril enche o covil, em Maio, pi-pi-pi para o mato.
- Em Maio a quem não tem basta-lhe o saco.
- Em Maio bonitão, come-se vinho e muito pão
- Em Maio come a velha as cerejas ao borralho e ainda guarda o canhoto para Junho.
- Em Maio, a chuvinha da Ascensão dá palhinhas e dá pão.
- Em Maio, a quem não tem basta-lhe o saco.
- Em Maio, ainda os bois estão oito dias ao ramalho.
- Em Maio, as cerejas uma a uma, leva-as o gaio; em Junho a cesto e a punho.
- Em Maio, as cerejas, come-as a velha ao borralho.
- Em Maio, até a unha do gado faz estrume.
- Em Maio, bebe o boi no rego.
- Em Maio, canta o gaio.
- Em Maio, cerejas ao borralho.
- Em Maio, chocai-o.
- Em Maio, com sono caio.
- Em Maio, come a velha a cereja ao borralho.
- Em Maio, deixa a mosca o boi e toma o asno.
- Em Maio, espetam-se as rocas e sacham-se as portas.
- Em Maio, gradai-o.
- Em Maio, há muito ceifão, mas em Junho é que se vê quem eles são.
- Em Maio, iguala o pão com o mato, a noite com o dia, o Sol com a Lua e o Manei com a Maria.
- Em Maio, já a velha aquece o palácio.
- Em Maio, lava-se com água pelo rego.
- Em Maio, nem à porta de casa saio.
- Em Maio, o calor, a todo o ano dá valor.
- Em Maio, o rafeiro é galgo.
- Em Maio, onde quer eu caio.
- Em Maio, passarinho em raio.
- Em Maio, queima-se a cereja ao borralho.
- Em Maio, vai e torna com recado.
- Em Maio, verás a água com que regarás.
- Em princípio de Maio, corre o lobo e o veado
- Entre Abril e Maio, moenda para lodo o ano.
- Enxames em Abril, mil; em Maio, apanhai-os; pelo São João, apanhai-os ou não.
- Favas, Maio as dá, Maio as leva.
- Fevereiro couveiro faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio, pio-pio pelo mato; Junho, como um punho; em Agosto as tomarás a cosso.
- Fevereiro couveiro, faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio pio, pio pelo mato.
- Fevereiro faz o rapeiro; Março põe três ou quatro; Abril enche o covil; Maio, pi-pi pelo mato.
- Fevereiro ricoqueiro, faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio, pio, pio, pelo mato; Junho, como um punho; em Agosto, as tomarás em cosso.
- Fiandeira não ficaste, pois em Maio não fiaste.
- Fraco é o Maio que não rompe uma croça.
- Fraco é o Maio que não rompe uma palhoça.
- Fraco é o Maio se o boi não bebe na pegada.
- Guarda pão para Maio, lenha para Abril e o melhor tição para o S. João.
- Guarda pão para Maio, lenha para Abril, o melhor bicão para o São João.
- Guarda para Maio o teu melhor saio.
- Janeiro geadeiro. Fevereiro aguadeiro. Março chover cada dia seu pedaço. Abril águas mil coadas por um funil. Maio pardo celeiro grado. Junho foice em punho.
- Janeiro gear. Fevereiro chover. Março encanar. Abril espigar. Maio engrandecer. Junho ceifar. Julho debulhar. Agosto engavelar. Setembro vindimar. Outubro revolver. Novembro sêmea., Dezembro nasceu Deus para nos salvar.
- Janeiro gear. Fevereiro chover. Março encanar. Abril espigar. Maio engrandecer. Junho ceifar. Julho debulhar. Agosto engavelar. Setembro vindimar. Outubro revolver. Novembro semear. Dezembro nascer.
- Janeiro geoso. Fevereiro nevoso. Março frio e ventoso. Abril chuvoso e Maio pardo, fazem um ano abundoso. Julho, debulhar. Agosto, engravelar. Julho é o mês das colheitas, Agosto o mês das festas.
- Maio alaga a fonte e passa a ponte.
- Maio às pedradas, deita por terra as searas.
- Maio chocoso e Junho claroso, fazem o ano formoso.
- Maio chocoso, ano formoso.
- Maio chuvoso ou pardo, faz pão vistoso e grado.
- Maio chuvoso torna o ano formoso
- Maio chuvoso, ano formoso.
- Maio claro e ventoso, faz o ano rendoso.
- Maio come o pão, Agosto bebe o vinho.
- Maio come o trigo, Agosto bebe o vinho.
- Maio come o trigo, Junho bebe o vinho.
- Maio couveiro não é vinhateiro.
- Maio é o mês em que canta o cuco.
- Maio engrandecer, Junho ceifar, Julho debulhar.
- Maio faz o pão e Agosto bebe o vinho que o tira do covil.
- Maio faz o pão e Agosto o milhão.
- Maio frio e Junho quente fazem o lavrador valente.
- Maio frio e Junho quente, trás o diabo no ventre.
- Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.
- Maio frio e ventoso, faz o ano formoso.
- Maio hortelão, muita parra e pouco pão.
- Maio jardineiro, enche o celeiro.
- Maio louro, mas nem muito louro e São João claro como olho-de-gato.
- Maio me molhou, Maio me enxugou.
- Maio não dá capote ao marinheiro.
- Maio não dá capote.
- Maio o deu, Maio o leva.
- Maio pardo e Junho claro podem mais que os bois e o carro.
- Maio pardo e ventoso, faz o ano formoso.
- Maio pardo e ventoso, faz o ano venturoso.
- Maio pardo, faz o ano farto.
- Maio pardo faz o lavrador honrado.
- Maio pardo, ano claro.
- Maio pardo, ano farto e ventoso, ano formoso.
- Maio pardo, ano farto.
- Maio pardo, centeio grado.
- Maio pardo, enche o saco.
- Maio pardo, faz o pão grado.
- Maio pardo, Junho claro, fazem o lavrador honrado.
- Maio pardo, Junho claro.
- Maio pardo. Junho claro, fazem pão grado.
- Maio pedrado destrói os pastos e não farta o gado.
- Maio pequenino, de flores enfeitadinho.
- Maio que não der trovoada, não dá coisa estimada.
- Maio que não rompe uma croça, não é Maio.
- Maio que seja de gota e não de mosca.
- Maio rompe uma croça.
- Maio serôdio ou temporão, espiga o grão
- Maio ventoso, ano formoso.
- Maio ventoso, ano rendoso.
- Maio venturoso, ano venturoso.
- Maio, ao princípio chuvoso e no meio pardo, enche o saco.
- Maio, cava de raio.
- Maio, come o trigo e Agosto, bebe o vinho.
- Maio, engrandecer; Junho, ceifar.
- Mal vai ao Maio se o boi não bebe na pegada.
- Março amoroso, Abril chuvoso, Maio ventoso, São João calmoso, fazem o ano formoso.
- Março amoroso, Abril ventoso e Maio remeloso, fazem o ano formoso.
- Mês de Maio, mês de má aventura, apenas anoitece é logo noite escura.
- Mês de Maio, mês das flores, mês de Maria, mês dos amores.
- Não há luar como o de Maio, mas lá virá o de Agosto que lhe dará no rosto.
- Não há Maio sem trovões, nem homem sem calções.
- O Maio me molha, o Maio me enxuga.
- Peixe de Maio, a quem vo-lo pedir dai-o.
- Pela Ascensão coalha a amêndoa e nasce o pinhão.
- Pela Ascensão nasce o pinhão.
- Por Abril dorme o moço madraceirão e por Maio, dorme o moço e o patrão.
- Por Abril, dorme o moço ruim e por Maio, dorme o moço e o amo.
- Por onde Abril e Maio passou, tudo espigou.
- Por onde Maio passou nado, tudo deixou espigado.
- Por Santo Urbão (25 de Maio), gavião na mão.
- Primeiro de Maio molhado, fruta bichada.
- Primeiro de Maio, corre o lobo e o veado.
- Quando chove na Ascensão, até as palhinhas dão pão.
- Quando em Maio arrulha a perdiz, ano feliz.
- Quando em Maio não troa, não é ano de broa.
- Quando em Maio relva, nem pão, nem erva.
- Quando Maio acha nado, deixa tudo espigado.
- Quando Maio chegar, é preciso enxofrar.
- Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.
- Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira.
- Quem em Maio não merenda, aos finados se encomenda.
- Quem em Maio relva, não tem pão nem erva.
- Quem me vir e ouvir, guarde pão para Maio e lenha para Abril.
- Quem quer mal à sua vizinha, dá-lhe em Maio uma sardinha e em Agosto a vindima.
- Sardinha de Maio não vale um zangaio.
- Sáveis em Maio, maleitas todo o ano.
- Se chover em Maio, carregará el-rei o carro e em Abril, carril e entre Abril e Maio, o carril e o carro.
- Se chover entre Maio e Abril, carregará o lavrador o carro e o carril.
- Se não chover em Maio, carregará el-rei o carro e em Abril o carril e, entre Abril e Maio, o carril e o carro.
- Se não chover em Março e Abril, dará el-rei o carro e o carril por uma fogaça e um funil e a filha a quem a pedir.
- Se não chover entre Maio e Abril, dará a velha o carro e o carril, por uma fogaça e um funil e a filha a quem lha pedir.
- Se não chover entre Maio e Abril, dará el-rei o carro e o carril, por uma fogaça e a filha a quem a pedir.
- Sol de Maio e boa terra, fazem melhor gado que o pastor mais afamado.
- Tantos dias de geada terá Maio, como de nevoeiro teve Fevereiro.
- Tantos dias de geada terá Maio, quantas vezes de nevoeiro teve Janeiro.
- Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro.
- Trovoada de Maio depressa passa.
- Trovões em Maio, morte de padre.
- Uma água de Maio e outra de Abril, valem por mil.
- Uma água de Maio e três de Abril valem por mil.
- Vai-te embora mês de Maio, mês de pouca ventura: mal amanhece é logo noite escura.
- Vento de Março, chuva de Abril, fazem o Maio florir.
- Vinho que nasce em Maio, é para o gaio; se nasce em Abril, vai ao funil; se nasce em Março, fica no regaço.
- Viva o Maio carambola, que lá se vai jogando à bola.

Publicado inicialmente em 1 de Maio de 2015