Afonso Ginja.
Colecção particular.
Transcrevo com regozijo e com a devida vénia,
a Notícia do Município de Estremoz, nº 2066,
de 7 de Maio de 2015.
Foi publicado hoje, 7 de
maio, em Diário da República, o parecer favorável da Direção-Geral do Património
Cultural sobre o pedido apresentado pelo Município de Estremoz para a inscrição
da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» no Inventário Nacional do
Património Cultural Imaterial.
A decisão da Direção-Geral
do Património Cultural, tomada a 17 de dezembro de 2014, sobre o pedido de
inventariação da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» teve por
fundamento a importância de que se reveste esta manifestação do património
cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade de Estremoz em
que esta tradição se pratica; a importância pela sua profundidade histórica,
com origens que remontam pelo menos ao século XVII, assim como pela sua forte
ancoragem social na comunidade de Estremoz; a produção e reprodução efetivas
que caracterizam esta manifestação do património cultural na atualidade, não
obstante as atuais ameaças expressas na dificuldade de formação de novos
praticantes da tradição no âmbito da própria comunidade; a importância de que
se reveste o pedido de inventariação em apreço, em virtude de ter resultado de
investigação desenvolvida pelo Museu Municipal de Estremoz; e as medidas de
salvaguarda e valorização preconizadas para a salvaguarda e viabilidade futura
da tradição em apreço, designadamente as de âmbito patrimonial, científico e
educativo.
A decisão da Direção-Geral
do Património Cultural sobre o pedido de inventariação da «Produção de Figurado
em Barro de Estremoz», teve ainda por fundamento a conformidade do pedido de
inventariação com os requisitos definidos; a ausência de pareceres contrários à
conclusão do procedimento de inventariação, quer em sede da fase de consulta
direta sobre o procedimento de inventariação, quer em sede da fase de consulta
pública; e o facto de que o pedido de inventariação resultou da iniciativa da
comunidade no âmbito da qual se realiza a «Produção de Figurado em Barro de
Estremoz», tendo em vista a valorização desta manifestação do património
cultural imaterial à escala nacional.
Em resultado da conclusão
do procedimento de inventariação a respetiva Ficha de Inventário é
disponibilizada publicamente na página eletrónica de acesso ao Inventário
Nacional do Património Cultural Imaterial, através do endereço web:
www.matrizpci.dgpc.pt.
A inventariação da
«Produção de Figurado em Barro de Estremoz» é objeto de revisão ordinária em
períodos de 10 anos, sem prejuízo de revisão em período inferior sempre que
sejam conhecidas alterações relevantes, sendo que qualquer interessado pode
suscitar, a todo o tempo, a revisão ou a atualização do respetivo inventário.
Está assim concluído o
primeiro grande objetivo do Plano de Salvaguarda e Valorização do Boneco de
Estremoz, a inscrição neste inventário, situação que potencia o conhecimento
desta arte, mas também será factor de promoção junto da comunidade científica
de um património único no mundo. De salientar que é a primeira tradição
cerâmica nacional a ser incluída neste inventário.
Brevemente o Plano terá
mais ações concluídas, como a renovação museográfica do Museu Municipal (a
decorrer) e a entrega da proposta de integração na Lista Representativa do
Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).
Entretanto, desde o início
da colocação em prática deste Plano, que perto de 2 mil crianças e jovens já
tiveram a oportunidade de conhecer e modelar um Boneco ao modo de Estremoz, por
intermédio de ações educativas realizadas no âmbito do Museu Municipal. Para a
concretização destas atividades, foi adquirida uma mufla para este mesmo Museu,
que potenciou a capacidade de acolhimento destas oficinas de Bonecos. Assim,
através da prática, acompanhada de teoria, pretende-se criar junto dos mais
novos o gosto pela arte bonequeira e potenciar o despertar de futuros (as)
bonequeiros(as).
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