sexta-feira, 8 de maio de 2015

Bonecos de Estremoz já constam no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

Amor é cego.
Afonso Ginja.
Colecção particular.

Transcrevo com regozijo e com a devida vénia, 
a Notícia do Município de Estremoz, nº 2066,
de 7 de Maio de 2015.
                                                                                                                                                                   
Foi publicado hoje, 7 de maio, em Diário da República, o parecer favorável da Direção-Geral do Património Cultural sobre o pedido apresentado pelo Município de Estremoz para a inscrição da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A decisão da Direção-Geral do Património Cultural, tomada a 17 de dezembro de 2014, sobre o pedido de inventariação da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» teve por fundamento a importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade de Estremoz em que esta tradição se pratica; a importância pela sua profundidade histórica, com origens que remontam pelo menos ao século XVII, assim como pela sua forte ancoragem social na comunidade de Estremoz; a produção e reprodução efetivas que caracterizam esta manifestação do património cultural na atualidade, não obstante as atuais ameaças expressas na dificuldade de formação de novos praticantes da tradição no âmbito da própria comunidade; a importância de que se reveste o pedido de inventariação em apreço, em virtude de ter resultado de investigação desenvolvida pelo Museu Municipal de Estremoz; e as medidas de salvaguarda e valorização preconizadas para a salvaguarda e viabilidade futura da tradição em apreço, designadamente as de âmbito patrimonial, científico e educativo.
A decisão da Direção-Geral do Património Cultural sobre o pedido de inventariação da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz», teve ainda por fundamento a conformidade do pedido de inventariação com os requisitos definidos; a ausência de pareceres contrários à conclusão do procedimento de inventariação, quer em sede da fase de consulta direta sobre o procedimento de inventariação, quer em sede da fase de consulta pública; e o facto de que o pedido de inventariação resultou da iniciativa da comunidade no âmbito da qual se realiza a «Produção de Figurado em Barro de Estremoz», tendo em vista a valorização desta manifestação do património cultural imaterial à escala nacional.
Em resultado da conclusão do procedimento de inventariação a respetiva Ficha de Inventário é disponibilizada publicamente na página eletrónica de acesso ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, através do endereço web: www.matrizpci.dgpc.pt.
A inventariação da «Produção de Figurado em Barro de Estremoz» é objeto de revisão ordinária em períodos de 10 anos, sem prejuízo de revisão em período inferior sempre que sejam conhecidas alterações relevantes, sendo que qualquer interessado pode suscitar, a todo o tempo, a revisão ou a atualização do respetivo inventário.
Está assim concluído o primeiro grande objetivo do Plano de Salvaguarda e Valorização do Boneco de Estremoz, a inscrição neste inventário, situação que potencia o conhecimento desta arte, mas também será factor de promoção junto da comunidade científica de um património único no mundo. De salientar que é a primeira tradição cerâmica nacional a ser incluída neste inventário.
Brevemente o Plano terá mais ações concluídas, como a renovação museográfica do Museu Municipal (a decorrer) e a entrega da proposta de integração na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).
Entretanto, desde o início da colocação em prática deste Plano, que perto de 2 mil crianças e jovens já tiveram a oportunidade de conhecer e modelar um Boneco ao modo de Estremoz, por intermédio de ações educativas realizadas no âmbito do Museu Municipal. Para a concretização destas atividades, foi adquirida uma mufla para este mesmo Museu, que potenciou a capacidade de acolhimento destas oficinas de Bonecos. Assim, através da prática, acompanhada de teoria, pretende-se criar junto dos mais novos o gosto pela arte bonequeira e potenciar o despertar de futuros (as) bonequeiros(as).                                                                                                                                       

Sem comentários:

Enviar um comentário