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Sessão evocativa de Aníbal Falcato Alves (26-06-2022)
É sabido que sou um recolector nato de tudo aquilo que me aquece a alma, o que me faz deambular entre o real e o virtual. Numa dessas caminhadas, tive o privilégio de interactuar com a jornalista Alexandra Tavares-Teles, que sem o saber, usufruía da felicidade de ter na sua posse dois pratos de louça de Redondo (Fig. 1 a Fig. 4), de grandes dimensões, os quais haviam chegado às suas mãos por oferecimento de mãos amigas. E digo privilégio, visto que aquela interacção me permitiu conhecer um aspecto, até então desconhecido do autor dos mesmos, um amigo cuja Memória me é muito grata: o Aníbal Falcato Alves (1921-1994), que me deu a prerrogativa de ser seu amigo, era eu um adolescente e ele já quarentão.
O Aníbal foi caixeiro, livreiro, jornalista, escritor, professor, arqueólogo, etnólogo, fotógrafo, artista plástico e não sei quantas coisas mais, a que há a acrescentar, o seu grande amor ao Povo e ao Alentejo que o viu nascer.
Dele tenho desenhos, linoleogravuras, xilogravuras, colagens, que ele entendeu por bem oferecer-me, já que das suas mãos mágicas não saía arte para vender, mas apenas para partilhar com os amigos.
Da interacção ocorrida com aquela jornalista, resultou que um dos pratos (Fig. 1 e Fig. 2) me foi oferecido por ter partilhado com a sua possuidora, a Memória até então para ela desconhecida, de quem era o Aníbal Falcato Alves.
Mas as coisas não ficaram por aqui. Passado algum tempo encontrei à venda no Mercado das Velharias em Estremoz, outro prato do Aníbal (Fig. 5 e Fig. 6), que integrava um recheio de casa adquirido por um comerciante de velharias. Naquele dia cheguei ao Mercado já o sol ia alto. Azar meu. É que o meu prato tinha um companheiro (Fig. 7 e Fig. 8), que fora adquirido por Cristina Carvalho, pouco depois do romper da aurora.
As conclusões óbvias disto tudo são que o Aníbal também foi ceramista e que graças ao mundo ser pequeno e às voltas que o mundo dá, eu tenho o grato prazer de ter na minha colecção, dois pratos do Aníbal, coisa que jamais me passou pela cabeça. Também não é descabido concluir que me devia passar a levantar mais cedo, para não ver fugir as coisas que me aquecem a alma.
Óptimo artigo.
ResponderEliminarMuito obrigado.
EliminarCumprimentos.
Hernâni que texto fantástico. Queria partilhar com um amigo de Coimbra mas não dá. Partilhei na minha página no Facebook. Tudo o que escreves me deixa maravilhada. Continua. Bjs Zuzu
ResponderEliminarObrigado, Zuzu. Beijinhos para ti também.
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