Cafeteira falante com decoração polida, fitomórfica, com ramos e folhas de uma
planta não identificada. Ostenta no bojo, a inscrição em maiúsculas “CENTENÁRIO /
/ PINHAL – NOVO / 1874-1974”, riscada no barro. Comemorativa do 1º centenário
de conclusão das obras da Capela de São José naquela localidade. Fabrico de
olaria de Estremoz, não identificada.
Prólogo
O exemplar olárico que é objecto do presente texto, pompeia no bojo uma inscrição com duas datas, cuja presença importa descodificar.
Decifração da inscrição
1874 foi o ano da conclusão das obras da Capela de São José em terreno doado à população de Pinhal Novo para a construção de uma capela e para a realização de festejos. A doação foi efectuada em 18 de Julho de 1872 por José Maria dos Santos, lavrador, proprietário, deputado e Par do Reino, Vice-Presidente da Assistência Nacional aos Tuberculosos, membro da Direcção da Associação Central da Agricultura Portuguesa, o qual revolucionou a agricultura em Portugal e foi o responsável pela introdução de adubos químicos no país.
A data de 18 de Julho de 1872 corresponde ao primeiro acto público verdadeiramente importante para a vida da localidade. A história da formação da freguesia remonta ao ano de 1833, data em que já existiria o Círio da Carregueira, presumivelmente a mais antiga manifestação de organização em Pinhal Novo.
A Freguesia de Pinhal Novo foi criada em 7 de Fevereiro de 1928, pelo decreto nº 15004, tendo ascendido à categoria de Vila em 1988 pela Lei Nº45/88, de 19 de Abril de 1988.
A Paróquia foi criada em 22 de Novembro de 1964, por decreto do Cardeal Patriarca de Lisboa.
A freguesia de Pinhal Novo pertence ao concelho de Palmela, distrito de Setúbal. Ocupa uma área de 55,84 km² e de acordo com o censo de 2021 tem 27.010 habitantes, o que corresponde a uma densidade populacional de 483,7 hab./km2.
Epílogo
A cafeteira em barro de Estremoz, da qual venho falando, pertence a um conjunto encomendado não se sabe se pela Paróquia se pela Junta de Freguesia de Pinhal Novo, a uma das olarias de Estremoz existentes na época: a Alfacinha ou a Regional, não sendo possível apurar qual terá sido.
Trata-se de um exemplar de olaria falante cuja marca refere um topónimo (PINHAL NOVO), que não coincide com o local de fabrico (ESTREMOZ). Não é caso único. Pessoalmente conheço exemplares onde figuram os topónimos CASTELO DE BODE, ELVAS e ÉVORA e decerto haverá outros mais. Fui informado que tais inscrições ou eram de locais onde as olarias de Estremoz iam vender ou de onde recebiam encomendas que vinham a ser carregadas em Estremoz.
BIBLIOGRAFIA
PINHAL NOVO, Junta de Freguesia de. História de Pinhal Novo. [Em linha]. Disponível em
https://www.juntapinhalnovo.pt/territorio/historia . [Consultado em 16 de Janeiro de 2002].
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