sábado, 1 de dezembro de 2012

1º de Dezembro: Sempre!


COROAÇÃO DE D. JOÃO IV (1908). Quadro de Veloso Salgado (1864-1945). Óleo sobre tela (325 x 285 cm). Museu Militar (Sala Restauração), Lisboa. Representa a aclamação de D. João IV no Terreiro do Paço, tendo o Tejo como fundo e os chefes da conspiração em frente do novo rei. A Restauração da Independência Nacional deu-se em 1 de Dezembro de 1640.

Por pressão da “troika”, o actual Governo pretende resumir o número de feriados em 2012, sejam civis, religiosos ou municipais e banir as pontes nos feriados que se celebram a uma terça ou quinta-feira. As razões invocadas são que por cada dia de paragem, a economia portuguesa perde 40 milhões de euros. Entre os feriados civis a eliminar estão o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro.
O feriado do 5 de Outubro tem assinalado até agora a vitória da revolução republicana e a queda da Monarquia a 5 de Outubro de 1910. Com ela ocorreu uma mudança de paradigma. As instituições e símbolos monárquicos (Rei, Cortes, Bandeira Monárquica e Hino da Carta) foram proscritos e substituídos pelas instituições e símbolos republicanos (Presidente da República, Congresso da República, Bandeira Republicana e A Portuguesa), o mesmo se passando com a moeda e as fórmulas de franquia postais. Foi assim que uma Monarquia com oito séculos de existência foi substituída por uma República que tomou o poder nas ruas de Lisboa e depois de o proclamar às varandas da Câmara Municipal, o transmitiu para a província à velocidade do telégrafo.A efeméride do 5 de Outubro, tornado feriado oficial, é comemorada vai para 112 anos. É uma comemoração que não é pacífica. Com efeito, os monárquicos, muito legitimamente, repudiam as comemorações republicanas que assinalam o derrube do regime que defendem e mobilizados pela Causa Real assinalam na mesma data, a fundação da Nacionalidade por D. Afonso Henriques, já que foi a 5 de Outubro de 1143, que se realizou em Leão, a Conferência de Zamora, pela qual o rei Afonso VII de Castela e Leão, foi forçado a reconhecer a Independência de Portugal. Constato que a comemoração do 5 de Outubro se situa no domínio dos temas fracturantes na sociedade portuguesa. Daí que não me choque a sua supressão como feriado civil. O mesmo não direi da abolição do feriado do 1º de Dezembro.
O feriado do 1º de Dezembro, comemorado até ao presente, é evocativo da Restauração da Independência de Portugal, a 1 de Dezembro de 1640, após seis décadas de domínio filipino. É uma efeméride que por isso une todos os portugueses, já que naquela data, Portugal recuperou a dignidade perdida e o direito à sua identidade como Estado-Nação.
Pessoalmente, considero a supressão do feriado do 1º de Dezembro pelo governo português como uma atitude anti-patriótica, a qual vivamente repudio.
Apesar da minha atitude, tudo ficará por aqui, pois o povo português é manso ou pelo menos tem sido até agora. Que se passaria nos EUA, se o Presidente decidisse proclamar que deixaria de ser feriado, o dia 4 de Julho, que marca a Declaração de Independência daquela Nação, face ao Império Britânico, ocorrida em 1776? Que responda quem souber…

Publicado inicialmente em 1 de dezembro de 2012

Painel de azulejos de finais do séc. XVII representando a reunião dos Conjurados. Uma fita na parte superior apresenta a legenda Amor Constância e Fidelidade e na parte inferior, Venturoso Citio, honrosas conferenciassem que se firmou a Redenção de Portugal. A reunião ocorrida a 12 de Outubro de 1640, decorreu no Palácio dos Almada em Lisboa, onde hoje está sediada a Sociedade Histórica da Independência de Portugal, em cujo Jardim se encontra o painel de azulejos. Participaram então na reunião, os conjurados D. Antão de Almada, António de Saldanha, Jorge de Melo, Francisco de Melo, D. Miguel de Almeida, Pedro de Mendonça e João Pinto Ribeiro, procurador da Casa de Bragança em Lisboa.

28 comentários:

  1. Não acho bem que se suprima o feriado do 1º de Dezembro,comemora-se o dia da independência da Pátria do regime Filipino, no contexto actual por causa dos mercados e da Troika querem que o nosso passado se apague, é um "agachamento" total perante Bruxelas, mas nos Países deles certamente não se acaba com os feriados que marcam independências e nem os USA admitiam que se acabasse com o 4 de Julho, e
    porquê nós?

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    1. É exactamente essa ideia que eu perfilho, Carmem.
      Temos que ser unidos como os dedos da mão e mostrar toda a nossa indignação e revolta,perante este estado de coisas. Lá diz o rifão. "Quem não se sente, não é filho de boa gente."

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  2. Antes do mais, permita-me que o felicite por este excelente blog, como também pelo Grupo criado no facebook.
    Quanto ao assunto da publicação - eliminação, por parte do Estado português, da celebração municipal e nacional, de algumas datas histórico-simbólicas -, partilho totalmente da sua opinião, quanto ao agora extinto feriado comemorativo da Restauração da Independência de Portugal: "... uma atitude anti-patriótica, a qual vivamente repudio."
    Este defunto feriado nacional, representa, como todos sabemos, a reconquista da soberania e independência de Portugal face a terceiros - Espanha.
    Desde 17 de Maio de 2011, quando o Estado português assinou um documento de 35 páginas, denominado "MEMORANDO DE ENTENDIMENTO SOBRE AS CONDICIONALIDADES DE POLÍTICA ECONÓMICA", que voltamos a perder a independência e soberania nacional (penso que agora ninguém entende esta afirmação como demagógica!). Uma das grandes diferenças entre o período compreendido de 1580 a 1640 e de 17/05/2011 para a frente, é que atualmente desconhecemos de quem dependemos.
    Dizem-nos que existem compromissos assumidos com a Troika (FMI, BCE e CE), que devem ser obrigatoriamente cumpridos. Certo! Os compromissos são para se cumprirem. Mas ... de quem depende o FMI, o BCE e a CE?
    Sobre este tema, sugiro vivamente (para não afirmar: é imperativo e urgente!) a leitura de um livro, da década de 70 do século passado, intitulado "AJUDA OU RECOLONIZAÇÃO", de Tibor Mende. Adianto desde já, que o referido livro, está atualizadíssimo! Encaixa por medida a todos os países que recorreram à "ajuda" económica externa.

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  3. Exº Senhor:
    Muito obrigado pelo seu excelente comentário.
    Procurarei em alfarrabistas, o livro que me recomenda.
    Os meus melhores cumprimentos.

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  4. Mais uma vez, parabéns por mais este excelente artigo, com o qual este inteiramente de acordo com o Prof. Hernâni Matos.

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  5. Bom dia Hernâni,
    Nunca esperei viver tanto que pudesse algum politico apagar do mapa de feriados portugueses, um com tanto significado como este.
    Este representa toda a energia, capacidade de luta de um povo que mesmo após 60 anos de domínio dos Filipes, teve força para dizer basta, e correr com os traidores Migueis de Vasconcelos e Duquesas de Mântua para bem longe daqui! Onde está o ADN deste povo que não consegue fazer o mesmo aos que o reduzem a nada neste momento a pedido de interesses estrangeiros? Portugueses levantai-vos porque está em questão o futuro de todos nós!
    A " igualdade da UE" não interessa aos portugueses! Nós só existimos para beneficio deles!
    Para o ano que vem temos de festejar o Feriado como se impõe!
    Abraço
    Abilio

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  6. ESQUEMA DE VIGARICE

    Aqui têm a prova do esquema de vigarice lançado pelos governantes portugueses e a Troika formada pela UE, BCE e FMI para roubar o povo português, aumentar os impostos e liquidar os serviços públicos:
    A dívida pública (em milhões de euros);
    2011 - 174.895
    2012 - 196.146
    2013 - 207.624
    Juros especulativos pagos pelos contribuintes portugueses (em milhões de euros);
    2011 - 6.881
    2012 - 7.523
    2013 - 7.276
    Total = 21.680
    Juros que se pagariam à taxa de 0,75% cobrada pelo BCE aos bancos (em milhões de euros);
    2011 - 1.312
    2012 - 1.471
    2013 - 1.557
    Total = 4.340
    (Fonte: Relatório do Orçamento do Estado 2013)

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  7. PRODUZIR UM RICO!
    Eu pergunto aos economistas, aos políticos, aos moralistas, se já calcularam o numero de indivíduos que é forçoso condenara à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, á ignorância, à desgraça invencível, á penúria absoluta, para produzir um rico! Almeida Garrett!

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  8. NINGUÉM TIROU O CURSO NA UNIVERSIDADE PÚBLICA ?
    Eis algumas das Universidades Privadas mais representativas :
    - Universidade Moderna - Encerrada pelas Autoridades por ser Centro de
    Crime Organizado.
    - Universidade Independente - Encerrada pelas Autoridades por ser
    Centro de Crime Organizado.
    - Universidade Internacional - Encerrada pelas Autoridades por ser
    Centro de Crime Organizado.
    - Universidade Lusófona - Os processos de equivalência provam que há
    licenciaturas fraudulentas.
    - Universidade Livre que (passou a Universidade Lusíada) - Nada leva a
    crer que seja melhor que as outras.
    MINISTROS:
    1 - MINISTRA DA JUSTIÇA – Paula Teixeira da Cruz – Licenciada pela
    Universidade Livre.
    2 - PRIMEIRO MINISTRO – Pedro Passos Coelho – Licenciado pela
    Universidade Lusíada (ex-Livre)
    3 - MINISTRO DA SEGURANÇA SOCIAL – Pedro Mota Soares – Licenciado pela
    Universidade Internacional.
    4 - MINISTRO DE ADJUNTO – Miguel Relvas – Licenciado ??? pela
    Universidade Lusófona.
    5 - MINISTRO DAS FINANÇAS – Vitor Gaspar – Licenciado pela
    Universidade Católica.
    6 - MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS – Paulo Portas – Licenciado
    pela Universidade Católica.SECRETÁRIOS DE ESTADO
    1 - Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças - Maria Luís
    Albuquerque – Universidade Lusiada.
    2 - Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - Paulo Núncio –
    Licenciado pela Universidade Católica.
    3 - Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus - Miguel
    Morais Leitão – Licenciado pela Universidade Católica.
    4 - Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional - Paulo Braga
    Lino – Universidade Portucalense.
    5 - Secretário de Estado da Administração Interna - Filipe Lobo
    D'ávila – Universidade Católica.
    6 - Secretário de Estado Adjunto do Ministro-Adjunto e dos Assuntos
    Parlamentares - Feliciano Barreiras Duarte – Universidade Lusófona.
    7 - Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar - João
    Casanova de Almeida – Universidade Lusófona.
    8 - Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas - José Cesário –
    Universidade Lusófona.
    9 - Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social -
    Marco António Costa – Universidade Católica.
    10 - Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território -
    Pedro Afonso de Paulo – Não diz.
    11 - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros -
    Luís Marques Guedes – Não diz.
    12 - Secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento
    Regional – Não tem curso.
    13 - Secretário de Estado da Energia - Artur Trindade – Não se sabe.
    E esta ? Quem diria!

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  9. Cavaco Silva deu Aval à Espiral Recessiva a que ele próprio quer pôr cobro???
    http://www.youtube.com/watch?v=_mKqkkH7QH8

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  10. CASO BPN: O QUE ESCONDE CAVACO?
    http://www.youtube.com/watch?v=PU7Aajs3sTQ

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  11. CORRUPÇÃO-MELHOR PROFISSÃO EM PORTUGAL: POLITICOS,
    http://www.youtube.com/watch?v=ISkRlzWe-Sg

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  12. A PROVA QUE A MAÇONARIA CONTROLAM OS PARTIDOS PORTUGUESES
    http://www.youtube.com/watch?v=L0Ezl9sv-M4

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  13. NÃO VOTEM PS, PSD, CDS... PENSEM!! JÁ BASTA. PORTUGAL NÃO AGUENTA MAIS
    http://www.youtube.com/watch?v=_GZdAmRzE2s

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  14. A mediatização da acultura global leva-me a crer que a globalização pode estar errada. Se hà alguns anos a esta parte defendi-a como algo que poderia resolver os problemas das populações, agora vejo-a como algo que tenta cumprir um plano. A erradicação dos feriados, nomeadamente dos Republicanos, deixa antever uma forma lógica de funcionamento global, onde cada feriado é uma pedra na engrenagem, dos ditos "mercados". A perda de identidade que cada uma destas propostas representa não tem paralelo na história, não pela erradicação do feriado, mas porque tenta fazer esquecer a nossa história republicana, e isso, não deveriamos consentir. António Costa, em lisboa, não o esqueceu, da história também fazem parte homens, a prová-lo está cá o seu blogue.

    Abraço

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  15. Isto não é um blog mas um livro de História. Muita saúde!

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