Gadanheiro. Júlio Pomar (1926-2018). Óleo sobre aglomerado de madeira. 122 × 83 cm.
Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.
Foi em 25 de Abril de 1974, graças à acção militar coordenada do
Movimento das Forças Armadas – MFA, que foi conseguido o derrube da ditadura
mais velha da Europa – o regime totalitário e fascista de Salazar e de Caetano.
O 25 de Abril foi antecedido de muitas lutas contra o regime por parte
de múltiplos sectores da sociedade portuguesa. Entre eles a frente cultural de
escritores e artistas plásticos, descontentes com a política cultural do regime
e que integrou o chamado “Movimento Neo-realista Português”. Este surge em
finais dos anos 30 e identifica-se com a oposição ao regime, afirmando-se como
representante e porta-voz dos anseios das classes trabalhadoras, retratando a
realidade social e económica do país e empenhando-se na transformação das
condições sociais do mesmo. Nesse sentido, foca-se no homem comum, procurando
saber como vivem operários e camponeses. Aborda e aprofunda temas como as
desigualdades sociais e a exploração do homem pelo homem. Escrutina as injustiças
e analisa o modelo social vigente. Pugna pela elevação moral dos oprimidos e
deposita esperança no futuro do Homem.
Na passagem dos 50 anos do 25 de Abril de 74, tomei a liberdade, de
fazer uma selecção de poemas e obras plásticas de autores neo-realistas, para
divulgara aqui nas páginas do jornal E. Tal é possível, porque Abril nos
restituiu a liberdade e este jornal é assumidamente um espaço de liberdade.
É a maneira encontrada de reconhecer e louvar o papel daqueles que na
frente cultural antifascista lutarem e bem, com as armas que tinham na mão: as
canetas e os pinceis.
Bem hajam, companheiros de estrada.
25 DE ABRIL, SEMPRE! FASCISMO NUNCA
MAIS!
Hernâni Matos
Publicado no jornal E, nº 333, de 26 de Abril de 2024
Sem título. Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957). Litografia sobre papel. 1948.
Plantadoras de arroz. Cipriano Dourado (1921-1981). Serigrafia sobre papel. s/d.
Vendedeiras
de Lisboa. Alice Jorge (1924-2008). Xilogravura sobre papel não numerada.
52,5
x 41 cm. 1957. Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Família. Rogério Ribeiro (1930-2008). Óleo sobre cartão. 70 x 89,5 cm. 1951.
Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Apanha da azeitona. Espiga Pinto (1940-2014). Aguarela sobre papel. 41 x 26 cm.
1962. Colecção particular.