sexta-feira, 26 de abril de 2024

Poesia Portuguesa - 140



 

Senhor, de que valeu o sacrifício?
Álvaro Feijó (1916-1941)

Quantos desejam, Senhor,
na calma de uns seios brandos
ter sonhos e ter amor…

Os que mendigam na vida
anseiam por ser meninos
e aninhar-se
— depois da faina de um dia, cansados já de ser homens —
junto dos seios de alguém.

Senhor! De que valeu o sacrifício,
se os seios não se abriram
nem se deram a ninguém!

Álvaro Feijó (1916-1941)

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