quinta-feira, 23 de novembro de 2023
Lúcia Cóias partiu. Fica a saudade.
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
18 de Novembro, às 15:30, no Museu Berardo Estremoz: “António Telmo em Estremoz”
António Telmo em Estremoz
Dar a conhecer a vida, a obra
e o pensamento de António Telmo, filósofo e escritor que durante três décadas
viveu e leccionou em Estremoz, é o propósito da sessão “António Telmo em
Estremoz”, que se realiza no Museu Berardo Estremoz no próximo dia 18 de
Novembro, sábado, a partir das 15:30, numa parceria da Câmara Municipal deEstremoz com o Projecto António Telmo. Vida e Obra.
A abrir a sessão terá lugar a
apresentação, por Elísio Gala, ensaísta e professor de Filosofia na Escola
Secundária do Redondo, do livro A Glória da Invenção – Uma aproximação aopensamento iniciático de António Telmo, de Pedro Martins e Risoleta C.
Pinto Pedro, recentemente editado pela Zéfiro, que é também a chancela que
publica as Obras Completas de António Telmo. Mara Rosa lerá alguns excertos da
obra.
Depois, António CândidoFranco, escritor e professor da Universidade de Évora, fará uma intervenção
sobre António Telmo.
Por fim, uma mesa-redonda
moderada por Pedro Martins, e que conta com a participação de Elísio Gala,
Hernâni Matos, Ilídio Saramago, João Fortio, João Tavares, José Capitão Pardal
e Paula Capelinha dará a conhecer, entre outras vertentes, a relação do
cidadão, do escritor, do professor ou do bilharista com Estremoz e com outras
terras da região, igualmente marcantes na sua vida e na sua obra.
Durante a sessão, estarão à
venda obras de António Telmo ou sobre António Telmo e temáticas afins, editadas
pela Zéfiro.
António Telmo - Nota biográfica
António Telmo Carvalho Vitorino nasceu em Almeida
em 2 de Maio de 1927, vindo a falecer em Évora em 21 de Agosto de 2010.
Licenciado em Filologia Clássica pela Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa, dedicou-se profissionalmente ao magistério, leccionando em Beja, Évora,
Sesimbra (onde foi também o primeiro director da Biblioteca Municipal), Redondo
(onde, no início da década de 70 fundou, instalou e dirigiu a Escola
Preparatória – nas suas palavras «a primeira escola democrática em Portugal,
ainda antes do 25 de Abril») e Estremoz, onde, na década de 80, se viria a
radicar.
Foi um dos filósofos mais audazes, originais e
fecundos de Portugal. Discípulo de Álvaro Ribeiro, José Marinho, Eudoro de
Sousa e Agostinho da Silva (a convite dos dois últimos, durante cinco
semestres, entre 1966 e 1968, ensinará Latim e Literatura Portuguesa na
Universidade de Brasília), António Telmo desenvolveu ao longo de várias décadas
um pensamento da razão poética, num diálogo constante entre a poesia e a
filosofia, o símbolo e a ideia, a imaginação e a inteligência – em suma, entre
a alma e o espírito.
Hermeneuta pioneiro e genial, a este intrépido
livre-pensador religioso, que restituiu ao esoterismo o seu direito de cidade
no pensamento português da segunda metade do século XX, se ficou a dever,
na História Secreta de Portugal, a subtil decifração, à luz da
gnose templária, dos medalhões simbólicos do Claustro do Mosteiro dos
Jerónimos; e, outrossim, a desocultação da obra poética de Luís de Camões,
sobretudo de Os Lusíadas – sem esquecer o subtil diálogo de
aprofundamento e desvendamento que estabeleceu com o corpus poético e
teorético de Fernando Pessoa. Por outro lado, com a sua Gramática
Secreta da Língua Portuguesa, António Telmo demonstrou, segundo uma dedução
cabalística dos fonemas conforme às estruturas da árvore sefirótica, a natureza
de língua sagrada do idioma pátrio.
Na senda de seu mestre Álvaro Ribeiro, que via na
filosofia portuguesa uma confluência sintetizadora das três religiões
abraâmicas, António Telmo, descendente de gente de nação, chama a atenção
para a existência, entre nós, de um subconsciente hebraico, fruto do
recalcamento a que mais de dois séculos de manifesto terror inquisitorial
haveriam fatalmente de nos conduzir. Deste modo, o filósofo reelabora a kabbalah judeo-cristã
à luz de um marranismo de que toma progressiva consciência e que irá porventura
culminar na sua iniciação maçónica, a que estará subjacente um propósito de
rectificação da Arte Real já aflorado na História Secreta de Portugal,
mas bem patente nas derradeiras obras do filósofo.
António Telmo deixou colaboração esparsa por inúmeros
jornais e revistas, entre os quais se destacam o Diário de Notícias,
o 57 ou a Espiral. Além do ensaio, a sua obra
abarca ainda a ficção, a dramaturgia e a poesia, géneros literários que só
episodicamente cultivou, mas sempre com uma evidente preocupação filosofal.
Entre os títulos da sua biografia, contam-se os seguintes livros: Arte
Poética (1963); História Secreta de Portugal (1977;
reed. 2013); Gramática Secreta da Língua Portuguesa (1981); Desembarque
dos Maniqueus na Ilha de Camões (1982); Filosofia e Kabbalah (1989); O
Bateleur (1992); O Horóscopo de Portugal (1997); Contos (1999); Viagem
a Granada (2005); A Hora de Anjos Haver (2007); A
Verdade do Amor, seguido de Adoração, de Leonardo Coimbra (2008); Congeminações
de um Neopitagórico (2009); O Portugal de António Telmo (2010); A
Aventura Maçónica (2011); Sesimbra, o lugar onde se não morre (2011).
Em 2021 foi publicado em França Philosophie et
Kabbale, tradução em francês do livro Filosofia e Kabbalah, com o
selo de Éditions de La Tarente, prefácio de Sylvie e Rémi Boyer e ilustrações
de Lima de Freitas.
As suas Obras Completas estão em curso de publicação
na editora Zéfiro, com o apoio institucional e científico do Projecto António
Telmo. Vida e Obra.
Texto da responsabilidade do Projecto António Telmo. Vida e Obra
terça-feira, 24 de outubro de 2023
Uma Primavera de Mestre Jorge da Conceição
sexta-feira, 13 de outubro de 2023
ANA DAS PELES na toponímia estremocense
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
Poesia Portuguesa - 103
Poema de Hernâni Matos
Modelar é uma arte, solta do coração e que dali a reparte, guiada a cada mão. É com mãos e com barro, água, teques e jeito, um encontro bizarro: modelar a preceito. Tem bola, rolo, placa. Com eles vai fazer, tudo o que se destaca. É lindo de se ver. O rolo dá um braço e dá a perna então, com um gesto do traço que nasce com a mão. A bola dá cabeça e dá olhar, razão para que lá mereça ter lugar a visão. Placa dá avental, vestidos e safões. É roupa sem igual em várias ocasiões. Após modelação, é cozer e pintar. Envernizar então, e sua obra acabar. Secar para cozer, com o tempo a passar, para não acontecer, a figura estalar. Cozer tem a sua arte, nunca é de repente, que a figura se parte. Disso estou bem ciente. Pigmentos são zarcão e azul dito Ultramar. Como ocre e vermelhão, dão tintas p'ra pintar. As cores são reais, são representação desses dados visuais, fruto da observação. O verniz dá beleza, concede protecção, previne da rudeza de feia alteração. Há Presépios e Santos, desfilam procissões e há muitos recantos das humanas paixões. Tem a mulher no lar, com o chá a servir, com a roupa a lavar e o que mais há de vir. Da cidade o aguadeiro, a mulher dos chouriços, o peralta e leiteiro, como outros aqui omissos. Do campo uma ceifeira, um pastor e um ganhão, mais uma azeitoneira, todos os que ali estão. Galeria dos Santos: onde vai São João, a Virgem aos prantos e António folião. Também a procissão, mostra solenidade, com padre, sacristão, povo mais irmandade. O Natal é chegado e logo nos seduz o presépio montado. Ali nasceu Jesus. Lá vem o Carnaval com o seu “Amor é Cego” e Primavera tal, que nenhuma renego. E por fim os apitos. Que bela brincadeira, gozo de pequenitos, bem à sua maneira. O púcaro enfeitado, cantarinha também. Recipiente ornado que beleza que tem. Bonecos que cantamos e só nos dão alegria. Amigos quase humanos no nosso dia a dia. Assim, da Humanidade tornaram-se Património, orgulho da cidade e do povo campónio. Cá, os nossos barristas brilharam bem então, já que foram artistas da classificação. Barristas do presente, barristas do passado que a memória consente, todo aqui é louvado. Hernâni Matos (1946 - ) |
Bonecos de Estremoz em Exposição na Assembleia da República
A iniciativa é promovida pelo
Deputado Carlos Brás e pela A. Certifica (organismo de certificação de
produções artesanais tradicionais) e estará patente até dia 13 de outubro.
Estremoz e os Bonecos de Estremoz
são uma referência na Assembleia da República!
O Município de Estremoz agradece ao Mestre Jorge da Conceição a sua presença ao longo dos três dias de Exposição, enquanto representante desta arte!
sábado, 7 de outubro de 2023
José Saramago, Prémio Nobel há 25 anos
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
Bonecos de Estremoz de Vera Magalhães
"TRADIÇÃO E CULTURA“ é o título da exposição de Bonecos de Estremoz da barrista Vera Magalhães, inaugurada no Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz, no passado sábado, dia 9 de Setembro, pelas 11 horas e que ali ficará patente ao público até ao próximo dia 26 de Novembro.
A exposição visa dar-nos uma ideia da actividade da artesã ao longo do seu percurso entre 2020 e 2023, para o que recorre a cerca de 40 figuras, repartidas por distintas tipologias; - IMAGENS DEVOCIONAIS: Andor do Senhor dos Passos, Fuga para o Egipto, Nossa Senhora da Conceição, Rainha Santa Isabel; - PRESÉPIOS: Presépio de 9 figuras; - FIGURAS DA FAINA AGRO-PASTORIL NAS HERDADES ALENTEJANAS: Ceifeira, Mulher a dobar, Mulher das galinhas, Mulher dos enchidos, Mulher dos perus, Pastor das migas, Pastor de tarro e manta, Pastor debaixo da árvore, Queijeira; - FIGURAS QUE TÊM A VER COM A REALIDADE LOCAL: Aguadeiro, Homem do harmónio, Lanceiro com bandeira, Leiteiro, Mulher a vender chouriços, Mulher das castanhas; - FIGURAS INTIMISTAS QUE TÊM A VER COM O QUOTIDIANO DOMÉSTICO: Mulher a lavar a roupa, Senhora a servir o chá, Senhora à varanda, Senhora ao toucador; - FIGURAS DE NEGROS: Reis negros (3); - FIGURAS ALEGÓRICAS: Amor é cego, Primavera (3); - ASSOBIOS: Galinha no cesto com flores, Galo na cadeira, Galo no pinheiro, Galo no poleiro (2); - GANCHOS DE MEIA: Bispo, Palhaço, Sacristão; - OLARIA ENFEITADA: Cantarinha enfeitada (2), Castiçal (2), Pucarinho enfeitado (1);
“TRADIÇÃO” E CULTURA” é a primeira exposição individual de Vera Magalhães, que com ela se sente realizada pessoalmente, uma vez que o convite para expor é um corolário natural da sua certificação como barrista produtora de Bonecos de Estremoz, reconhecimento que lhe foi conferido pela Adere-Certifica em 2023. Anteriormente à presente exposição, a artesã já participara em exposições colectivas temáticas, promovidas pelo Museu Municipal de Estremoz e pelo Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz.