Um aspecto do acesso à
Capela da Rainha Santa Isabel após os
gradeamentos oitocentistas
das janelas laterais terem sido
repostos pelos serviços
municipais no passado dia 22 de Março,
na sequência de terem sido
objecto de tentativa de furto,
no dia 9 do mesmo mês.
Fotografia de Hugo Silva.
Sob a epígrafe “Valha-nos a Rainha Santa!”, publiquei uma crónica no jornal E nº 196, de 22 de Março transacto, na qual dava conta de ter saído gorada a tentativa de roubo do gradeamento das janelas que ladeiam o portão de acesso à Capela da Rainha Santa, junto à Torre da Menagem do Castelo de Estremoz, ao início da tarde do anterior dia 9 de Março. Informei ainda que, por precaução, os gradeamentos tinham ficado à guarda da Igreja de Santa Maria, até à sua reposição no local onde foram alvos de tentativa de furto por parte dos amigos do alheio.
Mas há mais
A reposição do gradeamento foi o mínimo que poderia
ter sido feito, já que o mesmo carece de urgente protecção contra a corrosão,
uma vez que a sua cor verde municipal se tem vindo a travestir progressivamente
na ferrugenta cor castanha do óxido de ferro.
De salientar ainda que o topo esquerdo do
gradeamento férreo está mutilado. Também a marmórea empena esquerda do portão
está encimada por um fogaréu mutilado. Igualmente o topo esquerdo da janela
esquerda está despojado do seu elemento decorativo. Marcas do tempo? Talvez
não. Apenas incúria de quem deveria zelar pelo património construído e não o
faz.
Perguntarão alguns:
- Quem é que devia
recuperar isto tudo e não o faz? A Paróquia? A Câmara? Os Monumentos Nacionais?
Não levarão a mal a minha resposta:
- Eu sei, mas
não digo.
O Largo de Dom Dinis
Existe a convicção generalizada que a PSP local não
tem jurisdição no Largo de Dom Dinis, bem como na Rua da Rainha (Antiga Rua da
Cadeia). Em abono desta tese, a permanente violação da sinalização de
estacionamento nestes dois locais. Mais precisamente no lado esquerdo da Igreja
de Santa Maria e ao longo da rua que conduz às Portas da Frandina.
Por ali paira gente de colarinho alto e rei na
barriga, que se considera dona disto tudo, pelo que no seu entendimento quem
tem de cumprir as regras de trânsito é o Zé-Ninguém.
No passado domingo de Páscoa, depois de almoço, a
circulação automóvel naquela zona era um quebra-cabeças, como se estivéssemos
num lugarejo remoto do Terceiro Mundo, onde se invocarmos regras de trânsito,
estamos sujeitos a que nos perguntem:
- O que é
isso?
Embora alguns disso estejam erroneamente
convencidos, o Largo de Dom Dinis não é o núcleo central do Centro Histórico de
Estremoz. É uma coutada da EDP que a seu bel-prazer e como tem sido prática corrente
no resto da cidade, conspurcou a alvura da frontaria das casas com toda aquela
execranda cablagem negra. Para além disso, a zona é também o parque de
estacionamento do Grupo Pestana. Perguntarão alguns:
- E a Câmara?
A minha resposta só pode ser uma:
- Está bem,
muito obrigado.
Cronista do E, defensor do património e tudo.
(Texto publicado no jornal E nº 197, de 05-04-2018)
(Texto publicado no jornal E nº 197, de 05-04-2018)
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