Um
aspecto da Exposição. Fotografia de Maria Miguéns.
“Memórias a carvão” é o título da mais
recente exposição de Paulo Varela, inaugurada no passado dia 11 de Março, no
Salão da União de Freguesias de Estremoz (Santa Maria e Santo André) e ali
estará patente ao público até ao próximo dia 30 de Abril.
A Exposição de iniciativa
da Junta de Freguesia, reúne 40 desenhos a carvão de Paulo Varela, que em 2007
integraram a Exposição “DESENHOS DE PAULO VARELA”, organizada pela Associação
Filatélica Alentejana na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques
Crespo e que ali puderam ser apreciados pelo público, entre 26 de Julho e 10 de
Setembro desse ano. Do catálogo desta Exposição, transcrevo de seguida, o que
então escrevi.
Notas Biográficas sobre
Paulo Varela
Paulo
Rovisco Ferreira Varela, nasceu a 10 de Agosto de 1947 na freguesia de Casa
Branca, concelho de Sousel. Fez a instrução primária na sua terra natal e
frequentou o Curso Industrial na Escola Industrial e Comercial de Estremoz.
Aqui teve como professor de Desenho, o artista plástico Espiga Pinto, que muito
o considerava como aluno e que o admitia no seu atelier situado ao Pelourinho,
onde passava horas a fio, a ver o professor pintar. Por isso Espiga Pinto é
para si uma referência.
Aprendeu o ofício de relojoeiro com o pai, na Casa Branca e aos
17 anos foi para Lisboa, especializar-se como ourives, não só para poder
efectuar concertos, como também fabricar jóias.
Aos
vinte anos estabeleceu-se por sua conta em Camarate, no concelho de Loures e
durante cerca de 30 anos aí trabalhou, tendo vindo para Estremoz em 1990, onde
se manteve no ramo, abrindo loja no Rossio Marquês de Pombal, número cinco.
É
casado e pai de três filhas.
Durante
todos estes anos tem-se dedicado à vida profissional e só no início de Fevereiro
de 2007, num dia de Inverno e muito chuvoso, pensou em desenterrar um bichinho
que tinha dentro de si e que é o Desenho, pois desde os 18 anos que nunca mais
tinha desenhado. A partir daí as coisas foram acontecendo naturalmente: a
descoberta dos materiais, desde os papéis aos lápis e ao carvão, bem como a
descoberta da técnica de os utilizar.
Os desenhos que faz não resultam
da observação de nada, são fruto do seu imaginário ou resultado de memórias de
infância que tem gravadas dentro de si. São paisagens, são monumentos
quiméricos, são cenas da vida agro-pastoril até aos anos sessenta, tal como lhe
foi dado observar durante a infância e a juventude na sua terra natal. Não há
dois desenhos iguais e através deles é possível perceber a evolução técnica que
foi experimentando. Os seus desenhos têm sido muito apreciados por pessoas e
amigos que com ele contactam ou convivem no dia a dia e o estimularam a
disponibilizar um conjunto representativo dos seus trabalhos, de modo a que
eles viessem a público para que outros pudessem partilhar a mensagem que os
mesmos nos querem transmitir.
Tiveram um papel determinante na
decisão de expor, o autor destas linhas e a professora Marilisa Crespo, que
organizaram a Exposição, para o que foi escolhido o Salão de Exposições do
Centro Cultural Dr. Marques Crespo, uma sala de visitas da cidade, para receber
de braços abertos, os apreciados trabalhos deste artista "naif,
filho adoptivo de
Estremoz.
Cronista do E, crítico de arte e tudo
(Texto publicado no jornal E nº 196, de 22-03-2018)
(Texto publicado no jornal E nº 196, de 22-03-2018)
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