Rita Rato. Deputada estremocense do PCP.
O reconhecimento recente do Figurado em Barro de
Estremoz conhecido por “Bonecos de Estremoz”, como Património Cultural
Imaterial da Humanidade pela UNESCO, é de uma enorme importância e de um imenso
orgulho.
Orgulho nas gentes que contra ventos e marés, com a
sua determinação e resiliência, preservaram esta tradição tão antiga e marcante
da identidade estremocense, insistindo na vontade e na necessidade de a manter
viva. Orgulho nas artesãs e artesãos que com a sua arte e criatividade fizeram
perdurar este património de geração em geração; nos professores que, desde que
me recordo, desenvolveram projectos pedagógicos e estimularam o interesse das
crianças e jovens em torno da barrística e dos Bonecos de Estremoz; em todos os
investigadores e interessados que desde há décadas se bateram pelo
reconhecimento desta arte.
Importância porque o reconhecimento como Património
Cultural Imaterial da Humanidade pode e deve significar um passo sólido na
valorização desta expressão da
cultura popular, bem como contribuir
decisivamente para a
sua preservação e salvaguarda.
Felicito por isso, as entidades que integraram a
Comissão Executiva da candidatura
pelo trabalho que,
de forma persistente,
desenvolveram, bem como
todos os que se envolveram e empenharam neste processo.
Haja vontade e força para apoiar todas as artesãs e
artesãos, pelo seu insubstituível
papel de preservação e
divulgação deste património, para promover projetos integrados
de promoção das artes e da cultura, e se reforcem estratégias de valorização
dos Bonecos de Estremoz e de toda a barrística como elementos de
desenvolvimento económico e social de Estremoz, do Alentejo e do país.
“Barro velho do presente / Vão moldar-te as mãos do
povo, / Vão dar-te forma diferente / Pra que sejas barro novo!”. Que seja assim
como o escreveu António Simões: moldando um caminho de maior consciência da
nossa identidade cultural, preservação do património e construção de um futuro
de progresso e justiça social.
Rita Rato
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