A
inscrição da "Produção de Figurado em Barro de Estremoz" na Lista
Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, vai ser decidida
entre 4 e 9 de Dezembro, no decurso da 12.ª Reunião do Comité
Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural
Imaterial, a ter lugar no Centro Internacional de Convenções Jeju, na ilha de
Jeju, na República da Coreia.
Ao
longo dos seis dias, os vinte e quatro membros do Comité, eleitos pela
Assembleia-geral da Convenção de 2003, discutirão uma série de questões
relevantes para a salvaguarda do património cultural imaterial em todo o mundo.
A agenda da reunião é
vasta e inclui a análise das nomeações (6) para inscrição na Lista de
Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente, bem como
o exame das nomeações (35) para inscrição na Lista Representativa do Património
Cultural Imaterial da Humanidade. Na sequência desse estudo, o Comité votará as
nomeações. De salientar que em qualquer das duas listas, a votação e aprovação de
uma dada candidatura não exclui a votação e aprovação de qualquer das outras.
Delegação estremocense na Coreia do
Sul
Visando assistir à 12.ª Reunião do Comité
Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural
Imaterial, parte no próximo dia 3 de Dezembro para a Coreia do Sul, uma
delegação estremocense integrada por Luís Mourinha (Presidente da Câmara
Municipal), Maria Helena Mourinha (Coordenadora da Biblioteca Municipal), Nuno
Rato (Presidente da Assembleia Municipal), António Serrano (Chefe de Gabinete
do Presidente da Câmara), Sílvia Dias (Vereadora da Câmara Municipal), Márcia
Oliveira (Vereadora da Câmara Municipal), Hugo Guerreiro (Director do Museu
Municipal e autor da Candidatura), Jorge Conceição Palmela (Artesão) e Perpétua
Sousa (Artesã).
Consequências da nomeação
A inscrição da "Produção de Figurado em Barro
de Estremoz" na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da
Humanidade, permitirá que os bonecos de Estremoz possam ser portadores de um
selo certificador dessa condição. Para além disso, a cidade de Estremoz passará
a integrar a rota do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Daqui
resultará um previsível incremento do turismo cultural, com reflexos
importantes em termos da economia local.
Centro Interpretativo do Figurado em Barro de Estremoz
Reabilitar o edifício da antiga Olaria Alfacinha,
destinando-o a Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz, foi considerado um
dos múltiplos objectivos a atingir através da “PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA
DE REABILITAÇÃO URBANA – CIDADE DE ESTREMOZ”, elaborado em Agosto de 2015, pelo
Sector de Gestão Urbanística, Planeamento e Projecto Municipal da CME. O mesmo
objectivo consta igualmente no “PLANO DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA –
CIDADE DE ESTREMOZ”, produzido em Julho de 2016. Para tal e de acordo com este
último documento, o Município iria candidatar-se a fundos comunitários do programa
de financiamento denominado “Estratégia Europa 2020 – Portugal 2020”.
Todavia, a reabilitação do edifício da antiga Olaria Alfacinha através daquele
programa de financiamento não consta da “Lista de Operações” aprovadas,
reportada a 31 de Agosto de 2017. Aquela reabilitação não consta
igualmente no “PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE
ESTREMOZ”, uma vez que não está prevista num documento nele inserido, datado de
31 de Maio de 2016 e que é o Contrato celebrado entre a Autoridade de Gestão do
Programa Operacional Regional do Alentejo, representada pelo Presidente da
Comissão Directiva, Roberto Pereira Grilo e o Vice - Presidente da Câmara Municipal
de Estremoz, Francisco João Ameixa Ramos, substituto legal do Presidente da Câmara.
Porém, “escrevendo direito por linhas tortas”, no ”PLANO ESTRATÉGICO DE
DESENVOLVIMENTO URBANO 2015 | 2030”
(definitivo) da cidade de Estremoz, lá está contemplada a reabilitação do
edifício da antiga Olaria Alfacinha, visando instalar ali um Centro
Interpretativo do Bonecos e da Olaria de Estremoz, no qual o Município pretende
que seja ministrada formação no âmbito da olaria. “A ver vamos como diria Frei
Ramos”, já que o Município procura concretizar a aquisição daquele edifício há
mais de 15 anos.
Consciente da necessidade de recuperação e
salvaguarda da olaria de Estremoz como uma das expressões mais elevadas da
nossa identidade cultural local, não deixarei de aplaudir a concretização do
que está projectado.
Cautela e caldos de galinha…
O Centro Interpretativo a criar, deverá assegurar a
acessibilidade consagrada na lei a pessoas com necessidades especiais (deficientes
motores, cegos, grávidas, crianças e idosos), o que não se verifica actualmente
no Museu Municipal, no qual não existe rampa de acesso nem elevador, o que é
impeditivo de uma participação cívica activa e integral.
Sem comentários:
Enviar um comentário