Fachada da Igreja
do Convento de São Francisco de Assis, em Estremoz.
Os pombos
vadios que proliferam na cidade de Estremoz, constituem uma praga atentatória
da sanidade, da higiene e do bem-estar dos cidadãos. Urge fazer-lhe frente.
Os pombos vadios
Os pombos vadios (pombos de cidade ou pombos
errantes) são o objecto da presente crónica”. Os pombos-correios e os pombos
bravos não são para aqui chamados.
Os pombos vadios estão espalhados pela cidade de
Estremoz, pondo em causa a sanidade, a higiene e o bem-estar dos cidadãos. Vejamos
porquê.
Cada pombo produz cerca de 12 quilos de fezes por
ano, contendo 17% de ácido fosfórico e 3,3% de ácido sulfúrico. Algumas dessas
fezes são expulsas nos locais onde se asilam, mas tombam também em espaços
públicos onde atingem cidadãos e automóveis, assim como espaços privados tais
como telhados, varandas e estendais.
As fezes, de natureza ácida, corroem metais,
descoram pedras e pinturas de edifícios, apodrecem madeira, danificam
coberturas provocando infiltrações, assim como as pinturas dos automóveis de
forma irreversível.
As penas, sós ou conjuntamente com as fezes,
entopem algerozes, caleiras e ralos, pondo em causa o estado de telhados que
vêem a sua capacidade de escoamento diminuída, originando infiltrações no
interior dos edifícios.
Os pombos podem também transmitir doenças ao homem.
De facto: - A inalação de partículas de poeiras provenientes de excrementos
secos, causa infecções agudas no sistema respiratório (criptococose, e
histoplasmose), sendo o risco maior nas camadas mais vulneráveis da
população: crianças, idosos e pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos,
como os doentes de cancro ou VIH/SIDA; - A ingestão de alimentos crus ou
mal cozinhados, contaminados com fezes de pombos, causa gastroenterites graves;
- A inalação de aerossóis das fezes provoca tuberculose aviária; - O contacto
com fezes secas, ectoparasitas e penas pode ainda causar problemas
alérgicos e respiratórios, entre outros. – A nidificação de pombos por detrás
de aparelhos de ar condicionado, contamina a qualidade do ar.
Melhorar o ambiente urbano
Em Julho de 2016, o Sector de Gestão Urbanística,
Planeamento e Projecto Municipal da CME, elaborou um “PLANO DE PORMENOR DE
REABILITAÇÃO URBANA – CIDADE DE ESTREMOZ”, visando a captação de fundos
comunitários através do programa “Estratégia Europa 2020 – Portugal 2020”.
“Melhorar o ambiente urbano” é um dos múltiplos
objectivos a atingir através daquele Plano, o qual considera dever ser
concretizado através da promoção da “mobilidade sustentável e a coesão urbana,
garantindo uma melhor mobilidade, que contribua para qualidade ambiental e do
espaço público, facilitando as deslocações pedonais, limitando o tráfego
automóvel de atravessamento e ordenando restritivamente o estacionamento, bem
como divulgando pontos de interesse turístico.” Acho tudo isto excelente e
louvável. Todavia, a meu ver, a melhoria do ambiente urbano deve também ser
orientada noutras direcções. Uma delas passa por encarar de frente a praga de
pombos vadios que proliferam na cidade de Estremoz. É um problema real a que
urge fazer frente em nome da sanidade, da higiene e do bem-estar dos cidadãos.
De acordo com a legislação em vigor é o Município quem tem competências para o
fazer no exercício das suas atribuições nos domínios da defesa da saúde pública
e do meio ambiente. Pois que o faça!
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