segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A nobreza obriga

Retrato de Mathilde de Canisy, Marquesa d’Antin (1738).
Jean-Marc Nattier (1685–1766). 
Óleo sobre tela (118 cm x 96 cm).
Musée Jacquemart-André, Paris.


No 84º aniversário de Brados do Alentejo

Um jornal está o serviço da comunidade onde se insere, a qual é diversificada e plural sob um ponto de vista social, económico, político e confessional.
Daí que desempenhe uma tripla função: publicitária, informativa e formativa.
Publicitar é divulgar anúncios de serviços ou marcas comerciais, bem como editais de entidades públicas. Tudo de uma forma clara e transparente, com indicação de que é publicidade, para não se iludir o público ao “vender gato por lebre”.
Informar é relatar acontecimentos ocorridos ou eventos futuros, mas sempre de uma forma imparcial. 
Formar é contribuir de uma forma pedagógica para a elevação do nível cultural, cívico e moral dos leitores. Para tal, um jornal tem colunistas perfeitamente identificados, que elaboram artigos de opinião, os quais não vinculam o jornal. As colunas podem ser polémicas ou consensuais e qualquer delas são igualmente legítimas. Numa sociedade democrática não se cometem delitos de opinião, porque eles não existem. Um colunista não tem que concordar com o director do jornal, nem com os outros colunistas. O único limite de uma coluna é a lei de imprensa e o estatuto editorial do jornal. Provavelmente alguns não gostarão deste figurino. Estão no seu direito. Não é fácil agradar a todos, ainda que o jornal seja um jornal plural.
O que um jornal não pode ser é uma correia de transmissão do poder, nem tão pouco um jornal de oposição ao poder. Para isso existem os jornais da oposição e um jornal plural é um serviço público no qual a comunidade no seu todo se deve rever.
Um jornal não pode ser também um pátio das cantigas onde se digam vulgaridades, nem tão pouco um lavadouro público onde se lave roupa suja. Um jornal deve contribuir sim, para a elevação do nível cultural, cívico e moral dos seus leitores. Sabem porquê? A nobreza obriga.



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