Marca da barrista Isabel
Carona (?-?).
Base duma imagem de São José ajoelhado.
Colecção Particular.
Base duma imagem de São José ajoelhado.
Colecção Particular.
Aclénia Pereira (1927-2012) foi uma bonequeira
discípula de Mariano da Conceição (1903-1959), cujas aulas frequentou a partir
de 1940 na Escola Industrial António Augusto Gonçalves, em Estremoz. No acervo
do Museu Rural desta cidade, existem bonecos seus confeccionados em barro
vermelho. Todos têm estampada na base a marca identitária da barrista:
“Tanagra”, manuscrita dentro de um rectângulo de 1 cm x 3 cm. Quase todos têm
igualmente aí gravada a marca do local de produção: “ESTREMOZ/PORTUGAL”, em
maiúsculas e em duas linhas, dentro de um rectângulo de 1 cm x 2,7 cm. Ao casar-se em 1960, a barrista
transferiu-se para Santarém, onde passou a utilizar barro branco, por não
dispor de barro vermelho. Todavia, fê-lo no respeito estrito pela manufactura sui-generis
do figurado de Estremoz, a qual combina três geometrias distintas: a bola, o
rolo e a placa. Continuou igualmente a pintar e a envernizar os bonecos já
cozidos e a apor neles as suas marcas distintivas.
Isabel Carona (?-?) foi a primeira discípula de Sabina da Conceição Santos (1921-2005), quando esta procurou preencher a lacuna criada pela morte prematura de seu irmão Mariano, em 1959. Isabel começou por pintar bonecos e depois aprendeu também a fazê-los. Por questões de natureza pessoal, Sabina Santos veio a dispensar os serviços da afilhada, a qual se fixaria no Montijo, onde veio a produzir figurado de Estremoz, com o barro a que tinha acesso e que apresentava uma tonalidade castanho claro. Como não dispunha de forno, os seus bonecos foram pintados e envernizados depois de secos, não chegando a ser cozidos. Ostentam na base a marca estampada “ISABEL/ARTESANATO/ESTREMOZ/MONTIJO/PORTUGAL” em maiúsculas e em itálico, num conjunto de 5 linhas ocupando uma área de 2,5 cm x 2,5 cm, com um traço a separar as duas primeiras linhas das restantes.
Ainda que produzidas fora de Estremoz, as imagens daquelas artesãs foram manufacturadas com a técnica tradicional dos bonecos de Estremoz. São pois, bonecos de Estremoz. O mesmo não se pode dizer de figurado produzido nesta cidade ou fora dela, por modelação, sem recorrer à técnica da bola, do rolo e da placa. Poderão ser muito bonitos. Poderão ser tudo. Bonecos de Estremoz é que não são.
Isabel Carona (?-?) foi a primeira discípula de Sabina da Conceição Santos (1921-2005), quando esta procurou preencher a lacuna criada pela morte prematura de seu irmão Mariano, em 1959. Isabel começou por pintar bonecos e depois aprendeu também a fazê-los. Por questões de natureza pessoal, Sabina Santos veio a dispensar os serviços da afilhada, a qual se fixaria no Montijo, onde veio a produzir figurado de Estremoz, com o barro a que tinha acesso e que apresentava uma tonalidade castanho claro. Como não dispunha de forno, os seus bonecos foram pintados e envernizados depois de secos, não chegando a ser cozidos. Ostentam na base a marca estampada “ISABEL/ARTESANATO/ESTREMOZ/MONTIJO/PORTUGAL” em maiúsculas e em itálico, num conjunto de 5 linhas ocupando uma área de 2,5 cm x 2,5 cm, com um traço a separar as duas primeiras linhas das restantes.
Ainda que produzidas fora de Estremoz, as imagens daquelas artesãs foram manufacturadas com a técnica tradicional dos bonecos de Estremoz. São pois, bonecos de Estremoz. O mesmo não se pode dizer de figurado produzido nesta cidade ou fora dela, por modelação, sem recorrer à técnica da bola, do rolo e da placa. Poderão ser muito bonitos. Poderão ser tudo. Bonecos de Estremoz é que não são.
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