Antiga Casa da Câmara / Casa do Alcaide-Mor em Estremoz, situada na Rua do Arco de
Santarém, junto da porta medieval denominada Arco ou Porta de Santarém - Fotografia
de Rogério de Carvalho (1915-1988) de finais dos anos 30 do séc. XX. Arquitectura
político-administrativa e residencial, manuelina, mudéjar setecentista. Edifício
modesto, apenas marcado pela composição da frontaria, nomeadamente as janelas
manuelino - mudéjares. Elementos setecentistas como a janela ao lado do pórtico e
a varanda com balaustrada joanina. O interior da casa encontra-se em ruínas, não
restando qualquer cobertura ou estrutura e na actualidade a fachada ameaça abater.
MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 9.842, DG, 1.ª série, n.º 137 de 20 de Junho
1924 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 52, de 2 de Março de 1972.
Os atentados que ao longo dos anos têm sido perpetrados impunemente contra o património cultural em Estremoz, impelem-me a passar em revista a acção das estruturas associativas de defesa do património cultural.
1 - Grupo dos Amigos de Estremoz — Associação de Defesa do Património Natural e Cultural
Hoje inactivo e com picos de actividade centrados nos anos 60 do século passado. Ligado à política reformadora do Presidente da CME, Dr. Luís Pascoal Rosado (1922-1971). Os seus objectivos incluíam: - Promover a defesa e conservação do meio ambiente nos aspectos paisagísticos, monumentais, artísticos e outros que mais o caracterizam e individualizam; - Promover e restaurar costumes, tradições, festas, feiras e romarias com características locais e regionais; - Promover a valorização urbanística da cidade e seu termo no respeito pelos valores herdados ao longo de séculos;
2 – Núcleo de Dinamização Cultural de Estremoz
Liderado por Joaquim Vermelho (1927-2002), trabalhou com a Missão UNESCO e o seu conselheiro Per-Uno Ägren, de 1977 a 1980. Ao Núcleo pertenceram também, entre outros, Francisco Rodrigues, Maria Luzia Margalho, Vitor Trindade e Manuel Ferreira Patrício. O Núcleo desenvolveu acções em Santa Vitória do Ameixial, de onde Francisco Rodrigues era natural. Esse trabalho abordou temas como: - O Trajo de Trabalho e de Festas; - Cantadores de Almas; - Carnaval à moda Antiga; - Festas do Padrão; - Encontros de Cantadores Populares; para além disso, o Núcleo de Dinamização Cultural editou obras como: - As Décimas do Padrão; - Cantadores das Almas; - Cancioneiro I; - Lendas e outras Histórias; - A Memória das ruínas da vila romana de Santa Vitória do Ameixial; - O Falar das Mãos – Joaquim Carriço Rolo um artesão da madeira e do chifre; - O Falar das Mãos – Camões e os poetas populares; - Os campos do Ameixial; - Pequeno Guia da Barrística Estremocense nas colecções do Museu Municipal de Estremoz. Foi um trabalho notável para a época e em múltiplos aspectos um trabalho pioneiro.
(Continua)
Se é monumento nacional, como é possível esta situação?
ResponderEliminarJosé:
EliminarO caso não é único. É um problema de âmbito nacional. O Governo produz as leis, os departamentos governamentais classificam, mas não passa daí. Quem fica com a criança nos braços são as autarquias. Na minha óptica, para os imóveis classificados como monumento nacional, a grande responsabilidade destas situações é do Governo. E pasme-se, a classificação data de 1924, ainda na 1ª República.
Em que país vivemos?
Não falta imagens?
ResponderEliminarA ideia foi ilustrar com apenas esta foto.
EliminarOs meus melhores cumprimentos.
Derrubar um velho jacarandá mimoso, para colocar um inestético plasma publicitário, não é um atentado ao património?
ResponderEliminarde António Gomes
Numa sociedade democrática, onde há duas pessoas há decerto duas opiniões. Eu penso de maneira diferente do senhor. Considero positiva a iniciativa da Câmara de colocar ali um plasma informativo (não publicitário). É uma mais valia em termos de prestação de serviço público, cuja necessidade há muito se fazia sentir.
EliminarQuanto à árvore, como diria Linhares Barbosa, o grande poeta do Fado: “Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera”