Galopim de Carvalho (1931- ). Imagem recolhida no blogue Biodiversidade
Galopim de Carvalho é o vencedor DO GRANDE PRÉMIO
CIÊNCIA VIVA MONTEPIO 2013, que distingue anualmente uma intervenção de mérito
na divulgação científica e tecnológica em Portugal. A cerimónia
de entrega do Prémio terá lugar a partir das 16 horas do próximo domingo, dia
24 de Novembro no auditório do Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações,
em Lisboa
Galopim de Carvalho, de seu nome completo António
Marcos Galopim de Carvalho, é um alentejano de Évora, cidade que o viu nascer
em 1931. É Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Geológicas
(1959) e se doutorou em Geologia (1969). Cientista muito popular, ao longo da sua
vida foi aquilo que em gíria popular se convencionou chamar um “homem dos sete
instrumentos”. Conforme ele próprio confessa: foi carpinteiro, aprendiz de
sapateiro, caixeiro de mercearia, ferrou cavalos, alimentou leões no circo,
vendou material de escritório e foi delegado de informação médica.
Durante vários anos foi Director do Museu Nacional
de História Natural, onde desenvolveu esforços pela divulgação, salvaguarda e
valorização do património geológico nacional. É um símbolo nacional da defesa e
preservação do património cultural e científico, nomeadamente de sinais
marcantes da riquíssima evolução da História Natural. Responsável pelo carinho
do público pelos dinossauros, fez “lobby” da questão das esquecidas pegadas da
pedreira de Carenque, Sesimbra - Espichel, um dos trilhos mais longos do
Cetáceo e conseguiu salvar as pegadas. Ficou desde então conhecido como “O avô
dos dinossauros”.
Ao longo da sua vida teve múltiplos “Momentos de
Glória”, com especial destaque para a organização da famosa exposição
“Dinossáurios regressam a Lisboa” (que contou com 347 000 visitantes em apenas
11 semanas), assim como a defesa de pegadas de dinossauros e a conversão de
geomonumentos associados a estruturas museológicas, como é o caso do exomuseu
de Santa Luzia, em Viseu.
Dirigiu inúmeros projectos de investigação, de que
são exemplo a "Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior
da Lourinhã e Pombal" e "Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e
do Cretácico Português".
Dirige e integra variados organismos nacionais e
internacionais, designadamente a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da
UNESCO.
Foi colaborador dos Serviços Geológicos de Portugal
e trabalhou no Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de Geografia da
Faculdade de Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.
Foi consultor científico da RTP para as séries
televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra.
Publicou diversos trabalhos e artigos científicos
em revistas nacionais e internacionais das diversas especialidades em que
desenvolveu investigação.
É autor de livros científicos na área da das
Ciências da Terra, como é o caso de "Morfogénese e Sedimentógénese"
(1996), "Petrogénese e Orogénese" (1997), "Introdução à
cristalografia e Mineralogia" (1997) e “Geologia Sedimentar -3 volumes
(2003-2005-2006), "Dicionário de Geologia" (2011) e "Conversa com os Reis de Portugal (História da Terra e dos Homens)" (2013).
Continua a desenvolver trabalho na área das
Ciências da Terra, assumindo-se como um acérrimo defensor do património
cultural e científico.
Deu igualmente à estampa grandes êxitos na área da
literatura de ficção, com especial relevo para “O Cheiro da Madeira” (1994), “O
Preço da Borrega” (1995), “Os Homens não Tapam as orelhas” (1997) e "Com poejos e Outas Ervas" (2001). Neles estão
gravadas as marcas indeléveis da identidade cultural alentejana que lhe está na
massa do sangue e que aqui nos apraz registar.
Na blogosfera, é autor do blogue Sopas de Pedra e
co-autor dos blogues Sorumbático
e De Rerum Natura
.
Antes de ser distinguido com o Grande Prémio
Ciência Viva Montepio (2013), já tinha sido agraciado com o grau de Grande
Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada (1993) e distinguido pela Casa da
Imprensa com o prémio "Bordalo" para a Ciência (1994).
Para além da entrega a Galopim de Carvalho do
Grande Prémio Ciência Viva serão ainda entregues outros dois prémios:
- PRÉMIO CIÊNCIA VIVA MONTEPIO MEDIA, que distingue um trabalho de mérito excepcional
na divulgação da ciência e da tecnologia num órgão de comunicação social
português e do qual é vencedor o programa
“Isto é Matemática”, da Sociedade Portuguesa de Matemática, apresentado
por Rogério Martins no canal SIC Notícias.
- PRÉMIO CIÊNCIA VIVA MONTEPIO EDUCAÇÃO, que
distingue um projecto de educação científica e promoção da cultura científica e
tecnológica realizado em escolas portuguesas, atribuído ao Instituto de
Educação e Cidadania, na Mamarrosa, fundado e dirigido por Arsélio Pato de
Carvalho.
Merece.
ResponderEliminarIndiscutivelmente que sim, já que se trata de uma grande figura da Ciência e da Cultura portuguesas.
EliminarDepois de se ter dedicado a tantas artes, certamente não começou os seus estudos muito novo. Porém temos de reconhecer que se trata duma personalidade com grande força de vontade para levar por diante os seus intentos. Para isso tem de ter uma inteligência fora do comum dos humanos. Recordo de o ver na televisão a fazer a demonstração das pegadas dos dinossauros pelas quais se bateu para que não fossem destruídas. Trata-se de um Alentejano de A grande. Gostei da descrição da sua biografia. Obrigado amigo Hernâni sempre atento.
ResponderEliminarAmigo Fonseca:
EliminarObrigado pelo seu comentárrio.
O Professor Galopim é um homem de grande dimensão e projecção internacionais, que muito nos honra por ser português e alentejano.
Parece-me muito bem, este artigo sobre aspectos biográficos do Professor Galopim de Carvalho. Mas não é tudo. Por exemplo, ele também pinta, e já terá feito exposições dos seus trabalhos que eu, infelizmente, não tive oportunidade de ver.
ResponderEliminarDesconhecia esse aspecto. Se o amigo vier a ter conhecimento dele, divulgue-o aqui como comentário, por favor.
EliminarObrigado.
Relativamente ao Professor Galopim, cito:
ResponderEliminar"Nas artes plásticas, tem participado em exposições de pintura (óleo e aguarela), desenho!e escultura em
Évora, Vendas Novas e Lisboa (Casa do Alentejo)."
In: http://www.pavconhecimento.pt/media/media/1770_2013-grandepremiocienciaviva.pdf
Obrigado, amigo.
EliminarAqui fica o registo.
Um abraço.
De fonte fidedigna soube que o Professor Galopim de Carvalho fez as seguintes exposições:
ResponderEliminarUma como único autor na Câmara Municipal de Évora.
Outra, num colectivo de autores, na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Outra, num colectivo de autores, em Vendas Novas.
Mas as duas últimas, essa mesma fonte já não sabe quem as organizou.
Aqui fica novamente o registo, que se agradece.
EliminarUm abraço, amigo.