sábado, 23 de fevereiro de 2013

Grândola, Vila Morena



Na passagem de mais um aniversário da morte do compositor e cantor Zeca Afonso (1929-1987), convido-vos a ouvir e a cantar "Grândola, Vila Morena", pertencente ao álbum "Cantigas de Maio", editado em 1971.

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

A canção transmitida pela Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa, às zero horas e vinte minutos do dia 25 de Abril de 1974, como segunda senha pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), confirmava o início do golpe de estado militar que derrubou a ditadura e instaurou a democracia em Portugal. Como tal, transformou-se em símbolo da revolução de Abril.
Na actualidade, é entoada como forma de protesto contra as políticas económicas do governo e da troika, sendo importante que todos assumamos esta canção como símbolo da luta por um mundo melhor, com justiça social, trabalho e esperança no amanhã.

10 comentários:

  1. Obrigada, amigo Hernâni ! E é sempre o mesmo arrepio, embrulhado naquelas centenas de recordações quando a ouço... A nossa vida está ali, porque esteve lá em 25 de Abril.
    Na nossa História, as "coisas" estiveram quase, quase, a mudar tantas vezes...que não podemos acreditar que esta também falhou.
    Obrigada.
    mfernanda/.

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    1. Fernanda:
      Muito obrigado pelo seu comentário.
      A mudança, infelizmente falhou.
      A História tem sido madrasta para nós.
      Até quando?

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    2. Até - creio eu - um Povo Unido tomar as rédeas do seu Destino. Quando será??

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    3. Maria:

      Do Povo a Unidade, aí reside a grande dificuldade. Assim o chamado Povo Unido continua a ser vencido.-

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  2. Obrigada pela lembrança deste canção de tão boa memória, tão forte, que ainda hoje continua viva e nos ajuda ao protesto veemente contra o que nos está a acontecer. Bem haja!

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    1. Maria:
      É uma canção que tem a ver com a nossa identidade cultural, com a revolta ancestral que nos vai na alma e que nos confere forças para nos levantarmos do chão.
      Um dia, estou certo, para além de bandeira de luta, os seus versos integrarão por direito próprio, as estrofes do nosso Hino de Vitória.
      Bem haja também pelo seu comentário.

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  3. Nunca perdi a esperança. Mais, tenho a certeza que passos coelho ou outro passos coelhos que venham a suceder-lhes vão conseguir convencer os portugueses que este é o caminho. A pequena e média burguesia está diàriamente a perder direitos que conquistou com o 25 de Abril de 1974.
    Grande parte da classe alta está assustada e os pobres vão fartar-se de viverem da solideriedade das instituições.
    Leiam todos a Constitição da República e obriguem os governantes a cumpri-la e vamos ver se Grandola Vila Morena não se torna ainda mais bela aos ouvidos de mais de 90% dos portugueses.

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    1. Albino:
      Obrigado pelo seu comentário.
      Até lá a luta continua.
      Um abraço.

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  4. Grândola,
    É mais do que uma canção de luta dentro do nosso rectãngulo, pois a mesma já foi entoada em vários países da América do Sul, e inclusivé aqui ao lado em Madrid.
    É um hino de libertação das classes mais desfavorecidas, que faz libertar uma razoável dose de adrenalina útil nos momentos de lutas laborarais.
    Pessoalmente aprecio a letra, assim como a maior parte das canções do autor da mesma.
    GRÂNDOLA VILA MORENA, O POVO É QUEM MAIS ORDENA!
    Abraço
    Abilio

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    1. Abílio:
      Obrigado pelo seu comentário.
      De facto, a canção tornou-se um hino internacionalista da luta por melhores condições de vida.
      Um abraço.

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