JOÃO SEMANA - Ilustração de Alfredo Roque Gameiro (1864-1935)
para o romance "As Pupilas do Senhor Reitor", publicado em 1867,
por Júlio Dinis (1839-1871).
A semana (do latim septimana = sete manhãs) é um período de tempo de sete dias sucessivos.
Na língua portuguesa, os dias da semana têm denominações baseadas na liturgia católica, por iniciativa de Martinho de Dume (518-579), bispo de Braga e de Dume, canonizado pela Igreja Católica e figura de proa da História Ca cultura e da Língua Portuguesas
Martinho considerava impróprio de bons cristãos continuar a designar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies. Daí ter introduzido a terminologia litúrgica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde as designações actuais em língua portuguesa (Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado e Domingo).
Devido á sua formação cristã, o povo aceitou de bom grado as novas designações e a partir daí perpetuou-as nos adágios que a sua criatividade foi gerando ao logo dos tempos. Eis alguns desses adágios:
SEGUNDA-FEIRA
- ”Não há domingo sem missa, nem segunda-feira sem preguiça.”
TERÇA-FEIRA
- ”Às terças e sextas-feiras não cases os filhos, nem urdes a teia.”
QUARTA-FEIRA
- ”Quem promete à quarta e vem à quinta, não faz falta que sinta.”
QUINTA-FEIRA
- ”Não há semana sem quinta-feira.”
SEXTA-FEIRA
- ”A sexta-feira arremeda o domingo.”
SÁBADO
- ”Não há sábado sem sol, nem noiva sem lençol.”
DOMINGO
- ”Quem à semana bem parece, ao domingo aborrece.”
Mais adágios existem, mas propositadamente não quisemos ser exaustivos. A nossa finalidade era, mais uma vez e só apenas essa, mostrar a importância da via popular e da literatura oral na consolidação da língua portuguesa, um dos vectores mais importantes, se não o mais importante, da nossa identidade cultural.
Boas Hernâni,
ResponderEliminarHoje a malta nova não liga muito a estas coisas, mas eu recordo-me que em conversas com amigos e familiares que já não estão no nosso mundo, de vez em quando lá vinha uma frase feita para sublinhar uma afirmação.
Não haja dúvidas que algumas eram exactas!
Abraço
bfds
Abilio
Abílio:
EliminarObrigado pelo seu comentário.
Também eu reconheço a importância da sabedoria popular.
Um abraço para si, amigo.