Como escritor, jornalista e bloger sou um actor. Represento o papel da minha própria vida. Esse e mais nenhum. Esse é o papel magno da minha carreira. Sou eu que escrevo o enredo e sou director de cena de mim mesmo. E cresço quando o silêncio se transmuta em palavras. Então sou maior do que eu, porque atinjo a dimensão de mim próprio.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
quinta-feira, 4 de julho de 2013
O meu voto
O meu boletim de voto está do mesmo lado que o coração. Significa isso que assumidamente sou de esquerda, pela teoria e pela prática, pelas emoções e pela razão. Pela cabeça e pela determinação que entronca na matriz térrea que me pariu: o Alentejo.
Passos Coelho? Paulo Portas? Cavaco Silva? Todos diferentes, mas todos iguais. Não vou por aí. O meu caminho é outro. É o caminho de abrir caminho até onde o caminho puder ser aberto. É como fazer amor até se poder fazer amor, porque as coxas se nos abrem com prazer e nós temos virilidade quanto baste para rasgar charnecas e penetrar lodaçais. É isso a procura dos amanhãs que cantam.
Efemérides de Agosto
31 de Agosto
A 31 de Agosto de 1901 era inaugurada a primeira linha de carros eléctricos de
Lisboa, do Cais do Sodré a Algés. A rede desenvolveu-se a partir das linhas dos
“carros americanos” que utilizavam tracção cavalar e que na época iam já a Algés,
Xabregas e Benfica. LISBOA TÍPICA – Azulejo artesanal (15 cm x 15 cm).
30 de Agosto
A 30 de Agosto de 2006 entra em vigor a nova Lei de Programação Militar (Lei
Orgânica nº 4/2006 de 29 de Agosto), a qual tem por objecto a programação
do investimento público das Forças Armadas relativo a forças, equipamento,
armamento, investigação e desenvolvimento e infra-estruturas com impacte
directo na modernização e na operacionalização do Sistema de Forças Nacional,
concretizado através das medidas e capacidades constantes dum mapa anexo.
Painel de azulejos com cenas militares (1918) do pintor, ceramista, ilustrador e
caricaturista Jorge Colaço (1864-1942). Academia Militar – Palácio da Bemposta,
Rua de Dona Estefânia, Lisboa.
29 de Agosto
A 29 de Agosto de 1471, por ordem de D. Afonso V (1432-1481), a cidade de Tânger
é ocupada por D. João, filho do Duque de Bragança, D. Fernando I. Azulejos mouriscos
na cidade de Tanger.
28 de Agosto
A 28 de Agosto de 1481, morre na Vila de Sintra, D. Afonso V – O Africano (1432-1481),
que ali havia nascido a 15 de Janeiro de 1432, filho de D. Duarte (1391-1438) e de
D. Leonor de Aragão (1402-1449), tendo sido aclamado rei a 9 de Setembro de 1438,
embora só tenha iniciado o seu governo em 1448. D. AFONDO V – Painel de azulejos
no Jardim do Palácio Galveias, Lisboa.
27 de Agosto
A 27 de Agosto de 1984, o Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, passa a designar-se
Pavilhão Carlos Lopes. O INFANTE D. HENRIQUE NO PROMONTÓRIO DE SAGRES (1922)
- Painel de azulejos historiados do pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista Jorge
Colaço (1864-1942). Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa.
26 de Agosto
A 26 de Agosto de 1595, morre no exílio, em Paris, D. António Prior do Crato
(1531-1595), aclamado pelos seus partidários Rei de Portugal em 1580 e que
reinou durante um curto espaço de tempo no continente, ficando, desde então
e até 1583, a sua autoridade confinada a algumas ilhas dos Açores. NOSSA SENHORA
DO CABO (1760) – Painel de azulejos que existiu no Pátio Prior do Crato, em Almada.
25 de Agosto
A 25 de Agosto de 1770, durante o reinado de D. José I (1714-1777), Pinhel
é elevada à categoria de cidade, tornando-se também sede de Diocese,
por desanexação da Diocese de Lamego. Todavia, em 1881 a Diocese de
Pinhel foi extinta por Bula Papal de Leão XIII (1810-1903) e incorporada
na Diocese da Guarda. Painel de azulejos numa casa de Pinhel.
24 de Agosto
A 24 de Agosto de 1471, a praça de Arzila é conquistada pelas forças portuguesas
comandadas por D. Afonso V (1432-1481), com uma poderosa armada (477 navios
e 30 mil homens), episódio ilustrado em três das chamadas Tapeçarias de Pastrana.
Por outro lado, sabe-se que D. Afonso V trouxe consigo artífices mouros, que terão
sido responsáveis pelo “tapete” alicatado da Capela dos Paços de Sintra, o qual
teria sido executado a partir do barro local.
23 de Agosto
A 23 de Agosto de 1781, durante o reinado de D. Maria I (1734-1816), por iniciativa
da Real Mesa Censória, surge em Lisboa, a Aula Régia de Desenho de Figura e de
Arquitectura, na qual o ensino tinha um carácter muito elementar, bastando para
ser-se admitido saber ler e escrever e conhecer operações de cálculo elementar.
O curso era ministrado por dois professores: um de desenho de figuras e outro de
desenho de arquitectura civil. PAISAGEM COM BARCO – Painel (84 cm x 84 cm)
de 36 azulejos, estilo D. Maria I. Colecção particular.
22 de Agosto
A 22 de Agosto de 1415, tropas portuguesas sob o comando de D. João I, conquistam
a cidade de Ceuta. Um exército de cerca de 20 000 cavaleiros e soldados portugueses,
ingleses, galegos e biscainhos havia largado de Lisboa a 25 de Julho de 1415, embarcado
em 212 navios de transporte e vasos de guerra (59 galés, 33 naus e 120 embarcações
pequenas). Na expedição seguia a fina-flor da aristocracia portuguesa do século XV,
incluindo os príncipes Duarte (o herdeiro), Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque
de Viseu, além do condestável Nuno Álvares Pereira. Após uma escala em Lagos, fundearam
frente a Ceuta em 21 de Agosto, tendo desembarcado sem encontrar resistência por parte
dos Mouros. A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as
tropas portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas. Na
manhã de 22 de Agosto, a cidade estava em mãos portuguesas. A conquista da cidade de
Ceuta marca o início da expansão marítima portuguesa. A ocupação deste importante
centro comercial e de comunicações abriria, assim, caminho para o processo de fixação
das colónias portuguesas na costa africana. O INFANTE D. HENRIQUE NA CONQUISTA DE
CEUTA (1933). Painel de azulejos de Jorge Colaço (1864-1942) na Estação de São Bento,
no Porto.
21 de Agosto
A 21 de Agosto de 1808 foi travada a Batalha do Vimeiro, durante a primeira invasão
francesa de Portugal, no âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814). Nesta batalha
defrontaram-se as forças luso-britânicas comandadas pelo tenente-general Sir Arthur
Wellesley (1769-1852)e as forças francesas chefiadas pelo general Jean-Andoche
Junot (1771-1813). A batalha saldou-se por uma vitória para as forças luso-britânicas
e determinou o fim da primeira invasão francesa de Portugal. Painel de azulejos no
Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, localizado na colina do Vimeiro.
20 de Agosto
A 20 de Agosto de 1833 no decurso da Guerra Civil de 1832-34, batidos pelas forças
Liberais do marechal Saldanha (1790-1876), os miguelistas retiram da margem sul
do Douro. D. Miguel (1802-1866) e o exército avançam para Lisboa. MERCADO DA
RIBEIRA VELHA (Inícios do séc. XVII) – Painel de azulejos (113,5 cm x 176 cm).
Museu da Cidade, Lisboa.
19 de Agosto
A 19 de Agosto comemora-se o Dia Mundial da Fotografia, cuja importância
no quotidiano das nossas vidas é desnecessário salientar. Um das suas múltiplas
aplicações é a inventariação museológica, como acontece no domínio da azulejaria.
CENAS DE CAÇA (1670) – Pormenor de painel de azulejos (158 cm x 286 cm), fabrico
de Lisboa. Museu de Lamego.
18 de Agosto
A 18 de Agosto de 1842, o extinto Convento da Boa-Hora, em Lisboa, anterior sede da
Congregação do Oratório de São Filipe Nery, passa para o Ministério da Justiça, para
acolher os tribunais de primeira instância. Painel de azulejos (séc. XVII) com pássaro
exótico. Sala de audiências do Tribunal da Boa Hora, Lisboa.
17 de Agosto
A 17 de Agosto de 2006, a pintora Paula Rego (1935- ) e a Câmara Municipal de Cascais
assinam o contrato de doação e empréstimo de 121 obras, para o Museu dedicado à
artista, concebido pelo arquitecto Souto Moura (1952- ). Conjunto de quatro azulejos
(14 cm x 14 cm), da autoria de Paula Rego, editados pela Galeria Ratton, datados de 1989.
16 de Agosto
A 16 de Agosto de 1900, morre em Paris, o jornalista, escritor, jurista e diplomata
português José Maria de Eça de Queiroz (1845-1900), natural da Póvoa de Varzim.
EÇA DE QUEIROZ - Painel de azulejos de Fernando da Silva Gonçalves, Póvoa de Varzim.
15 de Agosto
A 15 de Agosto de 1498, dá-se a fundação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,
pela rainha D. Leonor (1458-1525), viúva de D. João II (1455-1495) e regente de
Portugal, na ausência de D. Manuel I (1469-1521). A fundação efectua-se na Capela
de Nossa Senhora da Terra Solta, nos Claustros da Sé de Lisboa. RAINHA D. LEONOR
(1931) – Painel de azulejos da autoria de Gabriel Constante, na parede da Igreja
da Misericórdia de Sardoal.
14 de Agosto
Ao fim da tarde de 14 de Agosto de 1385, trava-se a Batalha de Aljubarrota que opôs
o exercido português reforçado com aliados ingleses, chefiadas por D. João I de Portugal
e o condestável D. Nuno Álvares Pereira, ao exército castelhano e seus aliados, comandados
por D. João I de Castela. A batalha teve lugar no campo de São Jorge, nas imediações da
vila de Aljubarrota. O resultado saldou-se pela vitória portuguesa e pela derrota definitiva
dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385, a consolidação de D. João I como rei de
Portugal e o reforço da aliança Luso-Britânica, a qual seria selada um ano depois, com a
assinatura do Tratado de Windsor e o casamento do rei D. João I com D. Filipa de Lencastre.
Como prova gratidão pela vitória na Batalha de Aljubarrota, D. João I mandou erigir o Mosteiro
da Batalha. A ALA DOS NAMORADOS (1922) - Painel de azulejos de Jorge Colaço (1868-1942),
representando um episódio da batalha de Aljubarrota (1385) entre portugueses e castelhanos.
Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa.
A 13 de Agosto de 1959, um incêndio destrói o interior da Igreja de São Domingos,
arquitectura barroca, tem uma cripta abobadada com lambril de azulejos de
padrão. A Igreja de São Domingos aquando da ratificação do casamento de
D. Luís I e de D. Maria Pia, em 1862.
12 de Agosto
A 12 de Agosto comemora-se o Dia Internacional da Juventude, na sequência de
resolução tomada pela Assembleia-geral da ONU em 1999. Tratou-se de uma resposta
à recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude,
reunida em Lisboa, de 8 a 12 de Agosto de 1998. CENA GALANTE (séc. XVIII). Painel
de azulejos do Palácio Nacional de Sintra.
11 de Agosto
A 11 de Agosto de 1654, D. João IV (1604 – 1656) institui a Casa do Infantado,
Conjunto de bens materiais, propriedades e rendimentos, vasto património
senhorial, na sua maioria confiscados aos partidários de Espanha no período
da Restauração da Independência. Propriedade do segundo filho do Rei de
Portugal (o príncipe que não era o herdeiro da Coroa), tal Infante possuiria
assim o título de Senhor da Casa do Infantado. A medida visava assegurar o
mantimento dos filhos segundos, para que vivessem no Reino, e tivessem as
suas casas próprias. D. JOÃO IV – Painel de azulejos no Jardim do Palácio
Galveias, Lisboa.
10 de Agosto
A 10 de Agosto de 1415, parte de uma frota portuguesa constituída por 212 navios de
transporte e vasos de guerra (59 galés, 33 naus e 120 embarcações pequenas), avista
Ceuta. A frota comandada por D. João I, transportava um exército de cerca de 19.000
a 20.000 cavaleiros e soldados portugueses, ingleses, galegos e biscainhos e havia largado
de Lisboa a 25 de Julho de 1415. Na expedição seguia a nata da aristocracia portuguesa
de então, incluindo os príncipes Duarte (o herdeiro), Pedro, Duque de Coimbra e Henrique,
Duque de Viseu, além do condestável Nuno Álvares Pereira. Após uma escalada em Lagos, a
expedição fora afectada por calmarias e só partira do Algarve nos primeiros dias de Agosto,
sendo depois dispersas por uma tempestade. Após se ter reagrupado em Algeciras, a frota
acaba por tomar a praça de Ceuta a 22 de Agosto de 1415. O INFANTE D. HENRIQUE NA
CONQUISTA DE CEUTA (1933). Painel de azulejos de Jorge Colaço (1864-1942) na Estação de
São Bento, no Porto.
9 de Agosto
Brasil, assina a autorização para que famílias das ilhas dos Açores se transfiram para
o Brasil. Trata-se de uma efeméride importante para o Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, uma vez que foi determinante na migração de povoadores para aquelas
Regiões e que concorreram para a formação do gaúcho, conferindo-lhe características
definitivas. TERREIRO DO PAÇO - Excerto do painel de azulejos “Grande Panorama
de Lisboa” (1700) anterior ao terramoto, de Gabriel del Barco, proveniente do Palácio dos
Condes de Tentúgal, na Rua de Santiago, em Lisboa. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
8 de Agosto

A 8 de Agosto de 1709, Bartolomeu de Gusmão (1685-1724) apresenta
a D. João V (1689-1750), em Lisboa, o projecto da máquina voadora,
com um protótipo que larga na sala dos embaixadores da Casa da Índia,
no Terreiro do Paço. D. JOÃO V – Painel de azulejos no Jardim do Palácio
7 de Agosto
A 7 de Agosto de 1500, D. Manuel I (1469-1521), O Venturoso, concede novo Foral a
Lisboa. ESFERA ARMILAR (1508-1509). Azulejo (14 cm x 14 cm) de corda seca com
esmaltes polícromos, da oficina de Pedro de Herrera ou de Fernan Martinez Guijarro,
Sevilha, Proveniente do Palácio da Vila, Sintra. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
A esfera armilar representa a divisa de D. Manuel I. Os azulejos com a esfera armilar
e flor nos cantos como motivo de ligação resultaram de uma encomenda específica
para o Palácio Real de Sintra (grandes obras de ampliação 1507 e 1520), não tendo
sido aplicadas em nenhum outro lugar.
6 de Agosto
A 6 de Agosto de 1923, Manuel Teixeira Gomes (1860-1941) foi eleito Presidente da
República na sessão do Congresso de 6 de Agosto de 1923, após um acto eleitoral
muito renhido, em que o resultado final só foi conhecido ao fim do terceiro escrutínio.Tomou posse em 6 de Outubro desse ano, depois de ter prestado juramento de
Fidelidade à Constituição, perante o mesmo Congresso. Acaba por resignar do seu
mandato, em 11 de Dezembro de 1925, face a um quadro de efervescência política,
social e militar. Diplomata, jornalista e escritor, deixou considerável obra literária.
Placa azulejar toponímica do largo de Manuel Teixeira Gomes, em Faro.
5 de Agosto

Segundo os Evangelhos, Maria, vulgarmente conhecida por “Nossa Senhora” é mãe de
Jesus a quem deu à luz em Belém e que foi adorado numa manjedoura como filho de
Deus, não só por pastores como por reis magos (Lucas 2:1-20). A intensa devoção dos
Católicos por Maria, levou-os a atribuir-lhe inúmeros títulos, dentre os quais Nossa
Senhora das Neves cuja data festiva se assinala a 5 de Agosto. A invocação de Nossa
Senhora da Neves é uma das mais antigas da Igreja Católica romana. Conta a tradição
que um casal romano sem filhos não sabia como gastar a sua fortuna, pelo que
decidiu construir obras para a Igreja, não sabendo contudo o que fazer. Porém, na
noite de 4 para 5 de Agosto de 352, João, o marido, sonhou que a Virgem Maria
lhe pedira para construir uma igreja no local que estivesse coberto de neve ao
amanhecer. Esse lugar foi o monte Esquilino, em Roma. O Papa Libério (310-366)
demarcou então a área para a construção da igreja e João financiou todo o projecto
da Igreja de Santa Maria das Neves, a qual foi construída durante o pontificado
de Libério (352-366). No local, viria a ser edificada a basílica de Santa Maria Maior,
construída entre 432 e 440, durante o pontificado do Papa Sisto III (390-440) e
dedicada ao culto de Maria, Mãe de Deus, cujo dogma da Divina Maternidade
acabara de ser declarado pelo Concílio de Éfeso (431). ADORAÇÃO DOS PASTORES
(séc. XVIII). Painel de azulejos da Igreja de Nossa Senhora das Neves, freguesia
do Norte Grande, concelho de Velas, ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores.
4 de Agostodo Norte Grande, concelho de Velas, ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores.
perto da cidade de Ksar-El-Kebir, entre Tânger e Fez. Em confronto, o exército português
comandado pelo rei D. Sebastião (1554-1578) aliado ao exército do sultão Mulay Mohammed
(?-1578) contra um grande exército marroquino chefiado pelo Sultão de Marrocos Mulei
Moluco (?-1578), com apoio otomano. A batalha saldou-se pela derrota portuguesa, com o
desaparecimento em combate do rei D. Sebastião e da fina-flor da nobreza portuguesa.
A derrota conduziu à crise dinástica de 1580, uma vez que o reino ficou depauperado pelos
elevados resgates que foi preciso reembolsar para recuperar os cativos. A batalha determinou
o fim da Dinastia de Avis (1385-1582) e do período de expansão encetado com a vitória na batalha
de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385. A crise dinástica resultou na perda da independência
de Portugal por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina (1580-1640). Com a derrota de
Alcácer-Quibir nasceria o mito do Sebastianismo. D. SEBASTIÃO – Painel de azulejos no Jardim do
Palácio Galveias, Lisboa.
comandado pelo rei D. Sebastião (1554-1578) aliado ao exército do sultão Mulay Mohammed
(?-1578) contra um grande exército marroquino chefiado pelo Sultão de Marrocos Mulei
Moluco (?-1578), com apoio otomano. A batalha saldou-se pela derrota portuguesa, com o
desaparecimento em combate do rei D. Sebastião e da fina-flor da nobreza portuguesa.
A derrota conduziu à crise dinástica de 1580, uma vez que o reino ficou depauperado pelos
elevados resgates que foi preciso reembolsar para recuperar os cativos. A batalha determinou
o fim da Dinastia de Avis (1385-1582) e do período de expansão encetado com a vitória na batalha
de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385. A crise dinástica resultou na perda da independência
de Portugal por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina (1580-1640). Com a derrota de
Alcácer-Quibir nasceria o mito do Sebastianismo. D. SEBASTIÃO – Painel de azulejos no Jardim do
Palácio Galveias, Lisboa.
3 de Agosto

Na noite de 3 de Agosto de 1492, Cristóvão Colombo, ao serviço dos Reis Católicos de
Espanha, parte do porto andaluz de Palos, com três navios: a nau Santa Maria e as
Espanha, parte do porto andaluz de Palos, com três navios: a nau Santa Maria e as
caravelas Pinta e Santa Clara. O objectivo era atingir a Índia. Todavia alcançará o
continente americano a 12 de Outubro de 1492. Alguns historiadores consideram que
Colombo era natural de Cuba, no Alentejo, e não genovês.

Afonso dos Santos, conhecido por Zeca Afonso (1929-1987), compositor e cantor português
cuja canção “Grândola, Vila Morena", utilizada como senha pelo MFA se transformou em
símbolo da revolução de Abril. JOSÉ AFONSO - Painel de azulejos na Junta de Freguesia de
São Sebastião, em Setúbal.
São Sebastião, em Setúbal.
1 de Agosto
A 1 de Agosto de 1808, no decurso da primeira invasão francesa em Portugal,
verifica-se o desembarque do Duque de Wellington (1769-1852). A 17 de Agosto
é travada a batalha da Roliça na qual se enfrentaram as forças anglo-lusas
por ele comandadas e as forças francesas comandadas pelo general de Divisão
Henri François Delaborde (1764-1833) e que se saldaria por uma vitória das tropas
aliadas. Painel de azulejos alusivo à batalha da Roliça, existente nesta localidade.
terça-feira, 2 de julho de 2013
Quem sou eu?
Como escritor, jornalista e bloger sou um actor. Represento
o papel da minha própria vida. Esse e mais nenhum. Esse é o papel magno da
minha carreira. Sou eu que escrevo o enredo e sou director de cena de mim
próprio. E cresço quando o silêncio se transmuta em palavras. Então sou maior
do que eu, porque atinjo a dimensão de mim próprio.
Publicado inicialmente a 2 de Julho de 2013
A importância de se chamar Carmelo
Dois Carmelos coleccionadores. Fotografia de Hugo Guerreiro,
obtida no Museu Municipal de Estremoz no dia 27 de Junho de 2013.
Ao meu Amigo Carmelo Aires:
Este cliché mostra dois visitantes do Museu Municipal de Estremoz numa pose para a posteridade, após uma visita guiada pelo Director, Hugo Guerreiro.
Para além de semelhanças óbvias como cabelo grisalho, óculos e caneta pronta a usar, parece que nada mais une os dois personagens. Nada de mais ilusório. Partilham múltiplas emoções: o culto da tradição, o fascínio da ruralidade, o gosto pela arte pastoril e pelas cerâmicas populares de Estremoz e de Redondo, que constituem dos traços mais marcantes da identidade cultural alentejana. A eles aliam assumidamente o prazer pela gastronomia e pelos vinhos alentejanos que saboreiam gostosamente nos rituais báquicos que frequentam.
São dois “Carmelos”, da árvore de costados dos “Carmelos”, conhecida pelo menos desde o início do séc. XVIII, mas estamos em crer que mais antiga.
São parentes afastados, o da esquerda é de Estremoz e o da direita é de Redondo.
Para além de partilharem o apelido “Carmelo” partilham ainda o nome “António”.
O da esquerda chama-se Hernâni António Carmelo de Matos e o da direita José António Carmelo Aires.
É de supor que as emoções que partilham e que os tornou amigos, tenham a ver com os genes de costados dos Carmelos. É caso para falar na importância de se chamar Carmelo.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Quem semeia ventos…
Uma tempestade com o naufrágio de um navio (1770).
Claude Joseph Vernet (1714-1789).
Óleo sobre tela (114 cm x 163 cm).
Alte Pinakothek, Munich.
A Cidadania exige que cada um de nós dê a cara e se assuma de corpo inteiro, não se escudando com almofadas protectoras de conveniência dúbia.
Eu sou daqueles que dá sempre a cara. Está-me na massa do sangue e assumo sempre as consequências daquilo que escrevo, blindado pela verdade inabalável dos factos.
Não sou como aqueles miúdos que deitam a língua de fora aos crescidos e depois com medo, vão-se esconder debaixo das saias da mãe. E o que é mais grave ainda é que teimam em querer esconder o sol com a peneira.
Não basta à mulher de César ser séria. É preciso parecê-lo. Em política, o que parece é. Quem semeia ventos, colhe tempestades.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
O Verão no adagiário português
(82,5 × 63 cm ). Letchworth Museum and Art
Gallery , Inglaterra.
É diversificado, ainda que não muito vasto o adagiário português, onde é utilizada explicitamente a palavra Verão:
- A água com que no Verão se há-de regar, em Abril há-de ficar.
- A água que no Verão há-de regar de Abril e Maio há-de ficar.
- A burra de vilão, mula é no Verão.
- A formiga faz as suas provisões no Verão, ajunta no tempo de ceifa o seu alimento.
- A Inverno chuvoso, Verão abundoso.
- A vaca do vilão se de Inverno dá bom leite, melhor dá de Verão.
- Ande por onde andar o Verão, chega sempre pelo S. João.
- Ande por onde andar o Verão, há-de vir no S. João.
- Bácoro fiado, bom Inverno e mau Verão.
- Calcanhar de homem, cu de mulher e nariz de cão só aquecem no Verão.
- Em o Verão por calma, e no Inverno por frio, não lhe falte achaque de vinho.
- Em Verão cada um lava seu pano.
- Inverno chuvoso, Verão abundante.
- Nem no Inverno sem capa, nem no Verão sem cabaça.
- No Inverno forneira e no Verão taverneira.
- No Verão acabam as ceias e começam os serões.
- No Verão ardem os montes e secam as fontes.
- No Verão o sol dá paixão.
- O menino e o bezerrinho, no Verão hão frio.
- O Verão colhe e o Inverno come.
- Orelha de homem, nariz de mulher e focinho de cão, nunca viram o Verão.
- Outubro suão, negaças de Verão.
- Pão de hoje, carne de ontem, vinho de outro Verão, fazem um homem são.
- Quando o vento vem do mar, na noite de S. João, não há Verão.
- Quem no Verão colhe, no Inverno come.
- Sol nascente desfigurado, no Inverno, frio, no Verão, molhado.
- Vento suão molha no Inverno, seca no Verão.
- Verão fresco, Inverno chuvoso, estio perigoso.
Adágios existem, que apesar de utilizarem explicitamente a palavra Verão, não dizem respeito a esta época do ano:
- Março marçagão, de manhã Inverno, à tarde Verão.
- Março marçagão, de manhã Inverno, de tarde Verão.
- Março marçagão, manhã de Inverno, tarde de Verão.
- Março marçagão, pela manhã rosto de cão, à tarde Verão.
- Março marçagão, tarde de Verão.
- Março marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.
- Março marçagão, pela manhã rosto de cão e a tarde de bom Verão.
- Março marçagão, de manhã cara de carvão, à tarde sol de Verão.
- Março, marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.
- Primeiro dia de Janeiro: primeiro dia de Verão.
Hernâni Matos
Publicado inicialmente em 26 de Junho de 2013
Publicado inicialmente em 26 de Junho de 2013
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