sexta-feira, 23 de março de 2012

A Primavera na Pintura Universal


Primavera (Finais do séc. XIV). Iluminura de mestre desconhecido, pertencente
ao “Tacuinum Sanitatis”, livro medieval sobre o bem-estar, com base no Taqwin al
sihha تقوين الصحة ("Quadros de Saúde"), tratado do século XI da autoria do médico
árabe Ibn Butlan de Bagdad, o qual pertence à Biblioteca Casanatense, em Roma.


A Primavera é o tema central de obras de grandes mestres da pintura universal, dos quais destacamos, associados por épocas/correntes de pintura:
- IDADE MÉDIA: Giotto di Bondone (1267-1337), italiano; autor desconhecido (Finais do séc. XIV).
- RENASCENÇA: Sandro Botticelli (1445-1510), italiano; Agnolo Bronzino (1503-1572), italiano.
- MANEIRISMO: Jacob Grimmer (1525-1590), flamengo; Giuseppe Arcimboldo (1526-1593), italiano; Tintoretto (1518-1594), italiano; Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619), flamengo.
- BARROCO: Lucas van Valkenborch (1566-1623), flamengo; Francesco Albani (1758-1660), italiano; Nicolas Poussin (1594–1665), francês; Rosalba Carriera (1675-1757), italiana; Pierre-Antoine Quillard (1700–1733),francês; Nicolas Lancret (1690-1743), francês; Anton Kern (1709-1747), alemão; Jacob de Wit (1695-1754), holandês.
- ROCOCÓ: Christian Bernhard Rode (1725–1797), alemão.
- ROMANTISMO: János Rombauer (1782-1849), húngaro; Adrian Ludwig Ritcher (1803-1884), alemão; Ferdinand Georg Walmüller (1793-1865), austríaco.
- REALISMO: Jean-François Millet (1814-1875), francês.
- IMPRESSIONISMO: Claude Monet (1840-1926), francês.
- SIMBOLISMO: Arnold Böcklin (1827–1901), suíço.
- ARTE NOVA: Alfons Mucha (1860–1939), checo.
- NATURALISMO: José Maria Veloso Salgado (1864-1945), português; José Malhoa (1855-1933), português.
E que nos mostram estes mestres da pintura universal?
A natureza é representada verdejante e florida.
Por vezes são retratados trabalhos agrícolas ou de jardinagem, característicos do início da estação.
As cenas são em geral iluminadas, reflectindo a claridade própria da época. Por vezes, a estação é tratada alegoricamente com recurso a uma ou mais figuras femininas enquadradas por flores, em ramos, grinaldas ou arcos.

Hernâni Matos
Publicado inicialmente nem 23 de março de 2012

Lenda de São Francisco: 14. Milagre da Primavera (1297-1300).
Giotto di Bondone (1267-1337).
Fresco (270 x 200 cm).
Basílica Superior, San Francesco, Assisi.

Primavera (c. 1482).
Sandro Botticelli (1445-1510).
Tempera sobre painel (203×314 cm).
Galleria degli Uffizi, Florence.

O Milagre da Primavera (c. 1543).
Agnolo Bronzino (1503-1572).
Fresco.
Palazzo Vecchio, Florence.

Primavera (2ª metade do séc. XVI).
Jacob Grimmer (1525-1590).
Óleo sobre madeira (35,5 x 60 cm).
Szépmûvészeti Múzeum, Budapest.

Primavera (1563).
Giuseppe Arcimboldo (1526-1593).
Óleo sobre madeira de carvalho (66 x 50 cm).
Museo de la Real Academia de San Fernando, Madrid.

Primavera (c. 1564).
Tintoretto (1518-1594).
Óleo sobre tela (Diâmetro: 90 cm).
Scuola Grande di San Rocco, Venice.

Paisagem na Primavera (1587).
Lucas van Valkenborch (1566-1623)
Óleo sobre tela (116 x 198 cm).
Kunsthistorisches Museum, Vienna.

Primavera (1607).
Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619).
Óleo sobre painel (33 x 47 cm).
Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerp.

Primavera - Vénus fazendo a higiene pessoal (1616-17).
Francesco Albani (1758-1660).
Óleo sobre tela (Diâmetro: 154 cm).
Galleria Borghese, Rome.

“A Primavera” ou “Adão e Eva no Paraíso” (1660-1664).
Nicolas Poussin (1594–1665).
Óleo sobre tela (117 × 160 cm).
Musée du Louvre, Paris.

Primavera (c. 1725).
Rosalba Carriera (1675-1757).
Pastel sobre papel cinzento colado em cartão (24 x 19 cm).
The Hermitage, St. Petersburg.

As Quatro Estações: Primavera (c. 1730).
Pierre-Antoine Quillard (1700–1733).
Óleo sobre tela (43 × 34 cm).
Sammlung Thyssen-Bornemisza.

Primavera (1738).
Nicolas Lancret (1690-1743).
Óleo sobre tela (69 x 68 cm).
Musée du Louvre, Paris.

Verão e Primavera (1747).
Anton Kern (1709-1747).
Óleo sobre tela (165 x 126 cm).
The Hermitage, St. Petersburg.

Alegoria das Quatro Estações – Primavera (1751-52).
Jacob de Wit (1695-1754).
Óleo sobre tela (217 x 145 cm).
Staatliche Museen, Kassel.

Alegoria da Primavera (1785).
Christian Bernhard Rode (1725–1797).
Óleo sobre tela (218 ×109 cm).
Eremitage, St. Petersburg.

Primavera (c. 1830).
János Rombauer (1782-1849).
Óleo sobre tela (46 x 36 cm).
Mestská Galeria, Presov.

Cortejo nupcial numa paisagem primaveril (1847).
Adrian Ludwig Ritcher (1803-1884).
Óleo sobre tela (93 x 150 cm).
Gemäldegalerie, Dresden.

Início da Primavera nos Bosques de Viena (1864).
Fedinand Georg Walmüller (1793-1865).
Óleo sobre tela (43 x 54 cm).
Nationalgalerie, Berlin.

Primavera (1868-73).
Jean-François Millet (1814-1875).
Óleo sobre tela (86 x 111 cm).
Musée d'Orsay, Paris.

A Primavera (1874).
Claude Monet (1840-1926).
Óleo sobre tela (57 x 80 cm).
Alte Nationalgalerie, Berlin.

Primavera (1875).
Arnold Böcklin (1827–1901).
Tempera sobre painel (60×50,5 cm).
Museum der bildenden Künste, Leipzig.

Primavera (1896).
Alfons Mucha (1860–1939).
Óleo sobre painel.
Colecção particular.

Primavera (1917).
José Maria Veloso Salgado (1864-1945).
Óleo sobre tela (108 x 160 cm).
Museu Abade de Baçal, Bragança.

Primavera (1933).
José Malhoa (1855-1933).
Pastel sobre papel (30 x 23 cm).
Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A gestação dum texto

Fotografia de Rui Alves.



                                                           À Catarina, minha filha:


Como decerto já perceberam, sou um homem dado a prazeres. Tenho prazer em escrever, assim como muito me agrada que me leiam e se possam regalar com a leitura.
A gestação dum texto nem sempre é fácil. Pode ser rápida, mas também pode ser demorada. Todavia, o parto é sempre doloroso e ainda bem que assim é. Torna-se necessário sentir na pele o que custa criar algo, a partir de pouco mais que coisa nenhuma. Por isso não se pode escrever a metro, como quem enche chouriços. Há que ser artesão das palavras.
Os textos precisam de despertar o apetite como de morangos se tratasse e ter sonoridade quanto baste como os ribeiros de água cristalina.
Alguma “patine” também é precisa, Por isso, os textos devem ter cabelos brancos e rugas, que isso faz parte da beleza da vida.
De resto, é importante fazer passar a mensagem “Maria não vás com as outras”. O texto deve ter cabeça própria e mergulhar raízes na nossa identidade cultural, única forma de nos imunizar do contágio da eurocracia de pacotilha.
Finalmente, se o texto for irreverente, tanto melhor. E se deitar a língua de fora ao poder, então ainda melhor.
PIM! O texto chegou ao fim!

quarta-feira, 14 de março de 2012

O pastor no figurado de Estremoz


Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado (15,8 x 6,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.


O PASTOR NO FIGURADO DE ESTREMOZ
A vivência do pastor alentejano era extremamente rica e fruto da conjugação de dois factores muito importantes: a vida ao ar livre e a solidão da sua vida de nómada.
A vida ao ar livre permitiu-lhe adquirir o conhecimento das ervas comestíveis, aromáticas e medicinais, bem como a capacidade de previsão do tempo pela observação do céu, que o conduziria a adágios que se tornaram axiomas práticos a seguir.
Por sua vez, a solidão temperada pelo seu imaginário está na génese da arte pastoril que com navalha e legra, escavou, recortou, gravou ou bordou sobre madeira, chifre ou cortiça. Foi de resto, também a solidão, que o tornou num poeta popular, criando sobretudo décimas e quadras que registou no livro vivo da sua memória.
O pastor é, seguramente, o símbolo mais emblemático da etnografia alentejana. Daí não ser de admirar que tenha sido eleito como tema por pintores e ilustradores como: D. Carlos I de Bragança (1863-1908), Alfredo Moraes (1872-1971), Alberto de Souza (1880-1961), Dórdio Gomes (1890-1976), Jaime Martins Barata (1899-1970), Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957) e Azinhal Abelho (1911-1979).
A nível da azulejaria portuguesa, é de salientar também o realce conferido ao pastor alentejano nos painéis azulejares do séc. XX que decoram as estações da CP do Alentejo.
O pastor alentejano seria igualmente perpetuado no figurado de Estremoz do séc. XX, pelas mãos mágicas das bonequeiras que com as suas mãos, pincéis e tintas, transmutaram pedaços informes de barro em registos policromáticos da realidade social da sua época.
No figurado de Estremoz do séc. XX, os atributos do pastor são os seguintes: cajado ou gravato, tarro, chapéu à mazantina ou barrete, safões e pelico ou samarra de pele de borrego ou de ovelha, botas de cabedal atacoadas ou não, calças de ganga azul ou de saragoça ou burel castanho e lenço colorido atado ao pescoço. A camisa é a maioria das vezes clara, fechada em cima por um par de botões cor de latão.
Alguns desses atributos estão presentes no adagiário português:

- “Cajado e farnel, nunca pesaram ao pastor.”
- “O agasalho e a balsa não pesam ao pastor.”
- “Quem traz surrão, medrará ou não.”

Estão igualmente presentes no cancioneiro popular alentejano:

“Fui fazer uma viagem,
De Vendas Novas aos Pegões,
Para comprar umas peles,
Para fazer uns ceifões.” [2]

"Tod’a vida gardê gado,
E sempre fui ganadêro,
Uso cêfoes e cajado,
E pelico e caldêra.” [2]

“Toda a vida guardei gado,
Toda a vida fui pastor,
Deixei botins e cajado
Por via do meu amor.” [2]

“Neste tarro de cortiça
oferta do meu amor,
até o pão com chouriça
às vezes sabe melhor.” [3]

"Assente-se aqui, menina,
À sombra do meu chapéu,
O Alentejo não tem sombra,
Senão a que vem do céu."[1]

As imagens pastoris do figurado de Estremoz do séc. XX, podem agrupar-se nos seguintes tipos principais:

- Pastor.
- Pastor com ovelhas à frente.
- Pastor a tocar harmónio.
- Pastor a fazer as migas.
- Pastor a comer as migas.
- Maioral e ajuda a comer as migas.
- Pastor ofertante.

Por sua vez, estes tipos desdobram-se em variedades que sistematizámos assim:

- Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado.
- Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado, com 2 ovelhas à frente.
- Pastor de lenço ao pescoço, a tocar harmónio sentado.
- Pastor de lenço ao pescoço, a tocar harmónio em pé.
- Pastor de barrete, a fazer as migas sentado.
- Pastor de chapéu, a fazer as migas sentado.
- Pastor de barrete, a fazer as migas deitado.
- Pastor sentado a comer as migas dum tarro.
- Pastor sentado à sombra dum sobreiro, a comer migas dum tarro.
- Maioral e ajuda a comer as migas dum tarro.
- Pastor ofertante em pé, com cajado e ovelha ao ombro.
- Pastor ofertante em pé, com ovelha ao colo.
- Pastor ofertante em pé, com tarro e ovelha ao colo.
- Pastor ofertante em pé, com cajado, ovelha ao ombro e ovelha aos pés.
- Pastor ofertante em pé, com cesto com 1 pomba.
- Pastor ofertante em pé, com manta e cesto com 1 pomba.
- Pastor ofertante em pé, com manta e tarro e cesto com 2 pombas.
- Pastor ofertante em pé, com cesto com 3 pombas.
- Pastor ofertante de manta, ajoelhado, a rezar com o chapéu à frente.
- Pastor ofertante de manta, sem chapéu, ajoelhado, a rezar com borrego à frente.
Uma tal diversidade não é mais que um reflexo da vasta riqueza da nossa imaginária popular.

NOTA FINAL
Até à presente data foram publicados neste blogue, diversos textos centrados na figura do pastor alentejano, cuja leitura vivamente se recomenda:


 

BIBLIOGRAFIA
[1] – DELGADO, Manuel Joaquim Delgado. Subsídio para o Cancioneiro Popular do Baixo Alentejo. Vol. I. Instituto Nacional de Investigação Científica. Lisboa, 1980.
[2] - PIRES, A. Tomaz. Cantos Populares Portuguezes. Vol. IV. Typographia e Stereotipía Progresso. Elvas, 1912.
[3] – SANTOS, Victor. Cancioneiro Alentejano – Poesia Popular. Livraria Portugal, Lisboa, 1959.


 Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado (16,3 x 7 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
 Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado (15,4 x 7, 9 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado (15,5 x 7,8 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.
Pastor com tarro.
Jorge da Conceição (2016).
Colecção particular.
Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado,
com 2 ovelhas à frente (17,5 x 5,7 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado,
com 2 ovelhas à frente (10,2 x 7 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu de Arte Popular, Lisboa.
Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado,
 com 2 ovelhas à frente (17,8 x 7,9 cm).
Ana das Peles (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor de manta ao ombro, com tarro e cajado,
com 2 ovelhas à frente (17,8 x 7,9 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.  
Pastor de lenço ao pescoço,
a tocar harmónio sentado (12,5 x 5,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.

Pastor de lenço ao pescoço,
a tocar harmónio sentado (13,9 x 5,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor de barrete,
a fazer as migas sentado (12,2 x 7,8 cm).
Ana das Peles (séc. XX).
Museu Nacional e Etnologia, Lisboa. 
 Pastor de chapéu,
a fazer as migas sentado (13 x 5,5 x 14 cm).
José Moreira (séc. XX).
Colecção Hernâni Matos, Estremoz. 
Pastor de barrete,
a fazer as migas deitado (5,5 x 3,5 x 10,5 cm).
Irmãs Flores (séc. XX).
Colecção Hernâni Matos, Estremoz.
Pastor sentado a comer migas de um tarro (11 x 4,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor sentado à sombra dum sobreiro,
a comer migas (13 x 9,2 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor sentado à sombra dum sobreiro,
a comer migas de um tarro (10,8 x 10,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor sentado à sombra dum sobreiro,
a comer migas de um tarro (12,3 x 11,7 x 12 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu de Arte Popular, Lisboa. 
 Maioral e ajuda a comer (13 x 9 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor ofertante em pé,
com cajado e ovelha ao ombro (17,5 x 7,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.
Pastor ofertante em pé,
com cajado e ovelha ao ombro (16,5 x 7,5 cm).
Ana das Peles (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor ofertante em pé,
com cajado e ovelha ao ombro (16 x 6,8 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu de Arte Popular, Lisboa. 
Pastor ofertante em pé,
com ovelha ao colo (3,2 x 3,8 x 12 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Colecção Hernâni Matos, Estremoz. 
Pastor ofertante em pé,
com ovelha ao colo (12,5 x 6,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
 Pastor ofertante em pé,
com tarro e ovelha ao colo (17,5 x 7,1 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.
Pastor ofertante em pé,
 com tarro e ovelha ao colo (17,5 x 7,1 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor ofertante em pé,
com tarro e ovelha ao colo ( 5,2 x 5,4 x 13,5 cm).
Sabina Santos (séc. XX).
Colecção Hernâni Matos, Estremoz
 Pastor ofertante em pé, com cajado,
ovelha ao ombro e ovelha aos pés (19 x 7,3 cm).
Ana das Peles (séc. XX).
Museu Nacional e Etnologia, Lisboa.
Pastor ofertante em pé,
com cesto com 1 pomba ( 3,5 x 3,5 x 12 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Colecção Hernâni Matos, Estremoz.
Pastor ofertante em pé,
com cesto com 1 pomba (17,8 x 6,5 cm).
Sabina Santos (séc. XX).
Museu de Arte Popular, Lisboa. 
Pastor ofertante em pé,
com manta e cesto com 1 pomba ( 4,5 x 4,5 x 13 cm).
José Moreira (séc. XX).
Colecção Hernâni Matos, Estremoz.
Pastor ofertante em pé, com manta e tarro
 e cesto com 2 pombas (3,5 x 4 x 14 cm).
José Lino de Sousa (Séc. XX).
Colecção Hernâni Matos, Estremoz. 
Pastor ofertante em pé,
com cesto com 3 pombas (17,8 x 6,5 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.
Pastor ofertante em pé,
com cesto com 3 pombas (20,3 x 8,3 cm).
Ana das Peles (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor ofertante de manta, ajoelhado,
a rezar com o chapéu à frente (8,5 x 5,3 cm).
Autor desconhecido (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa. 
Pastor ofertante ajoelhado, 
a rezar com o chapéu à frente (11,2 x 6 cm).
Ana das Peles (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.
Pastor ofertante de manta, sem chapéu,
ajoelhado, a rezar com borrego à frente (11,5 x 6,9 cm).
Ana das Peles (séc. XX).
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Infante D. Henrique

  
Infante D. Henrique.
Iluminura da Crónica dos Feitos da Guiné” (fl. 5v0),
de Gomes Eanes de Zurara, códice de 1453,
 existente na Biblioteca Nacional de Paris.

Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, quinto na ordem de genitura e terceiro entre os que tiveram biografia, o Infante D. Henrique (1394-1460) veio à luz na cidade do Porto, a 4 de Março de 1394, -”uã quarta feira de cinza” como assinala Fernão Lopes. Pensa-se que o local do nascimento terá sido a Casa da Alfândega Velha da cidade do Porto, em cuja sé foi baptizado em 8 de Abril do mesmo ano.
Foi sob a égide do Infante que teve lugar a primeira fase da expansão marítima portuguesa, comummente reconhecida como tendo dado novos mundos ao mundo. No Quadro I, apresentamos uma cronologia da expansão marítima portuguesa de que ele foi o mentor, o impulsionador e o financiador. Restringimo-nos, naturalmente, dado o objectivo do presente artigo, ao período de vida do Infante.


A expansão marítima portuguesa teve consequências no seu todo:
- Contributo para o desenvolvimento da ciência da época;
- Transferência do eixo económico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico – Indico, originando o crescimento da economia portuguesa de então, à custa do declínio das cidades mercantis italianas;
- Desenvolvimento da burguesia mercantil portuguesa;
- Consolidação do poder centralista do Rei de Portugal, à custa dos lucros da expansão marítima;
- Revolução nos preços devido ao afluxo mais fácil de mercadorias até então mais difíceis de chegar até nós;
- Expansão do cristianismo;
Muito se escreveu sobre o Infante. Recordemos aqui o que sobre ele disse Fernando Pessoa:

Hernâni Matos
Publicado inicialmente a 9 de Março de 2012

O INFANTE D. HENRIQUE NO PROMONTÓRIO DE SAGRES (1922).
Painel de azulejos de Jorge Colaço (1868-1942).
Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa.