Romance
Sidónio Muralha (1920-1982)
Depois daquela noite os teus seios incharam;
as tuas ancas alargaram-se;
e os teus parentes admiraram-se
e falaram, falaram…
Porque falaram duma coisa tão bela,
tão simples, tão natural?
Tu não parias uma estrela,
nem uma noite de vendaval…
Mas tudo terminou porque falaram.
Tu fraquejaste e tudo terminou.
– Os teus seios desincharam;
só a tristeza ficou.
Ficou a tristeza duma coisa tão bela,
tão simples, tão natural…
– Tu não parias uma estrela,
nem uma noite de vendaval…
Sidónio Muralha (1920-1982)
quarta-feira, 1 de maio de 2024
Poesia Portuguesa - 163
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário