domingo, 28 de abril de 2024

Poesia Portuguesa - 147



Solidão
Manuel da Fonseca (1911-1993)

Que venham todos os pobres da Terra
os ofendidos e humilhados
os torturados
os loucos:
meu abraço é cada vez mais largo
envolve-os a todos!
Ó minha vontade, ó meu desejo
— os pobres e os humilhados
todos
se quedaram de espanto!...
(A luz do Sol beija e fecunda
mas os místicos andaram pelos séculos
construindo noites
geladas solidões.)

Manuel da Fonseca (1911-1993)


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