Para mim hoje é
Janeiro, está um frio de rachar
Rui Veloso in "Não há estrelas no céu"
Em Janeiro, o frio “é fruta da época”, pelo que não é de estranhar ouvirem-se frases que em gíria popular traduzem o rigor da frialdade:- “Está cá um barbeiro”; - “Está cá um briol”; - “Está cá um griso”, - “Está frio como o diabo”, - “Está um frio de rachar”, - “Estou frio como um cão”. De resto, o frio que impera, faz-nos: - “Bater o dente”; - “Tiritar de frio”; - “Tremer de frio”.
A abundância de expressões idiomáticas
atinentes ao vocábulo “frio“, é reveladora da riqueza da nossa língua, sem a
qual não há cultura portuguesa e identidade cultural nacional, uma vez que a
construção desta se alicerça naquelas.
Há, pois, que lutar contra a agressiva
operação de colonização linguística, veiculada maioritariamente pelos meios de
comunicação social, os quais nos bombardeiam com estrangeirismos e muito em
especial com anglicismos em nome da globalização, apregoada por alguns como uma
fatalidade irreversível.
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