Fotografia de Bruno Oliveira e Maria Manuela Restivo, recolhida com a devida vénia
no blogue ARTE POPULAR PORTUGUESA (http://www.artepopularportuguesa.org/ )
Em reunião ordinária da Câmara Municipal de Estremoz, realizada a 16 de novembro de 2022, foi aprovada por unanimidade, após a sua apresentação pela Vice-presidente do Município de Estremoz, Sónia Caldeira, a seguinte:
Proposta de atribuição de Louvor ás Irmãs Flores
"As barristas denominadas por "Irmãs Flores”, Maria Inácia Fonseca, nascida em São Bento do Ameixial no ano de 1957 e Perpetua Fonseca, nascida na mesma freguesia um ano depois, celebraram 50 anos de carreira no passado dia 15 de novembro.
Maria Inácia Fonseca teve o primeiro contacto com os Bonecos de Estremoz a 15 de novembro de 1972, através da artesã Sabina Santos, em cuja oficina, sita na
Brito Capelo, entrou também como colaboradora a sua irmã Perpétua, três anos depois, com o objetivo de pintar peças realizadas pela Mestra.
Na oficina de Sabina Santos ganharam o gosto pela arte bonequeira e aprenderam os fundamentos basilares de modelação, cozedura e pintura, os quais ainda hoje seguem com particular gosto.
Montaram oficina própria em 1987/88, tendo-se mudado da sua antiga oficina sita na Rua das Meiras em 1999, para o Largo da República, dispondo aí de um espaço comercial e oficina.
Desde muito cedo decidiram enveredar pelo caminho da salvaguarda da tradição na modelação e estética do figurado. As portas da sua oficina estão sempre abertas a pedidos de entrevistas, programas de televisão, grupos de estudantes, turistas e a todos aqueles que querem conhecer esta arte que está hoje inscrita na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.
As Irmãs Flores têm o seu trabalho exposto em diversos museus nacionais e internacionais, figurando ainda nas principais coleções nacionais, deixando descendência no seu sobrinho Ricardo Fonseca.
O Município de Estremoz, pelo trabalho desenvolvido pelas Irmãs Flores em prol desta arte identitária local, que é hoje pertença de toda a Humanidade, quer com esta proposta de atribuição de Louvor, expressar-lhes reconhecimento e gratidão pelos seus 50 anos de dedicação efetiva ao Boneco de Estremoz, pelo apuro técnico e estético do seu trabalho e pela disponibilidade que sempre demonstraram na salvaguarda e valorização desta arte multisecular.”
Como coleccionador e investigador dos Bonecos de Estremoz, considero que se tratou de um oportuno louvor de reconhecimento do mérito da actividade das Irmãs Flores, o qual aplaudo e subscrevo, porque justo e merecido.
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