Voto de Congratulação pela inscrição da
Produção de Figurado em Barro de Estremoz, conhecido por “Bonecos de Estremoz”,
na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da UNESCO
(Por iniciativa dos deputados eleitos pelo círculo eleitoral do distrito de Évora,
António Costa da Silva (PSD), João Oliveira (PCP), Norberto Patinho (PS) e
da deputada estremocense Rita Rato (PCP). Aprovado por unanimidade
e aclamação na sessão plenária de 7 de Dezembro de 2017)
António Costa da Silva (PSD), João Oliveira (PCP), Norberto Patinho (PS) e
da deputada estremocense Rita Rato (PCP). Aprovado por unanimidade
e aclamação na sessão plenária de 7 de Dezembro de 2017)
«A
Assembleia da República congratula-se pela decisão de reconhecimento do
Figurado em Barro de Estremoz, conhecido por “Bonecos de Estremoz”, como
Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, durante a 12.ª
Reunião do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural
Imaterial.
Os
Bonecos de Estremoz remontam ao século XVII e inicialmente eram manufaturados
apenas por mulheres. Representam ofícios e tradições do Alentejo, figuras
religiosas, temas urbanos e rurais e a sua estética muito característica torna
os Bonecos imediatamente identificáveis.
De
acordo com o investigador Hernâni Matos, "Trata-se de uma manufatura
“sui-generis”, distinta de todo o figurado português. Nela, o todo é criado a
partir das partes, recorrendo a três geometrias distintas: a bola, o rolo e a
placa. São elas que, com tamanhos variáveis, são utilizadas na gestação de cada
boneco. Para tal são coladas umas às outras, recorrendo a barbutina e
afeiçoadas pelas mãos mágicas dos artesãos, que lhes transmitem vida e
significado.
Os
bonecos nascem nus e depois vão sendo vestidos e enfeitados, que os bonecos
também são vaidosos. Apenas a cara é confecionada com recurso a moldes
adequados.
A
técnica ancestral de produção de “Bonecos de “Estremoz” transmitiu-se ao longo
dos séculos e chegou até nós. Depois da sua manufatura, os bonecos são postos a
secar, depois são cozidos no forno e são pintados com cores minerais já
utilizadas pelos artistas rupestres de Lascaux e Altamira no Paleolítico, mas
aqui 2 garridas e alegres, como é timbre das claridades do Sul. Por fim, são
protegidos com verniz."
Ainda
de acordo com aquele investigador, trata-se de "Bonecos que duplamente têm
a ver com a nossa identidade cultural estremocense e alentejana, bonecos que,
antes de tudo, são arte popular, naquilo que de mais nobre, profundo e
ancestral, encerra este exigente conceito estético-etnológico."
Atualmente,
modelam bonecos as Irmãs Flores, Fátima Estróia, Afonso e Matilde Ginja, Duarte
Catela e Ricardo Fonseca. Utilizando as técnicas tradicionais, mas modelando
com formas contemporâneas e locais, temos Isabel Pires, Jorge da Conceição e
Célia Freitas/Miguel Gomes.
A
consagração da Produção de Figurado em Barro de Estremoz, como Património
Imaterial da Humanidade é um importante elemento de valorização desta expressão
da cultura popular e contribui decisivamente para a sua preservação e
salvaguarda.
Através
deste voto, a Assembleia da República felicita as entidades que integraram a
Comissão Executiva da candidatura pelo trabalho que, de forma persistente,
desenvolveram, bem como todas as entidades e individualidades que se envolveram
e empenharam neste processo, bem como todos os estremocenses.
A
Assembleia da República felicita, de forma destacada, todas as artesãs e
artesãos, pelo seu insubstituível papel de preservação e divulgação deste
património, cujo reconhecimento pela UNESCO engrandece a cultura popular e o
País»
Assembleia
da República, 7 de dezembro de 2017
Os
Deputados
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