Nunca vendi gato por lebre
No Franco-Atirador de 12-01-2017 (Jornal E nº 168),
tive oportunidade de afirmar: “Como coleccionador e como investigador da
barrística local, amo os bonecos de Estremoz e subscrevo desde a primeira hora,
com alma e coração, a sua Candidatura a Património Cultural Imaterial da
Humanidade.
Esta candidatura foi em devido tempo apresentada
pelo Município, seguindo todos os trâmites legalmente previstos e contando com
a assessoria técnico-científica de Hugo Guerreiro, Director do Museu Municipal,
que ali tem desenvolvido um trabalho notável.”
No Franco-Atirador de 09-02-2017 (Jornal E nº 170),
reiterei a minha confiança na vitória da Candidatura, quando acrescentei: “A
fundamentação rigorosa da Candidatura, concedeu-lhe solidez e peso e
consequentemente credibilidade, respeitabilidade e vigor, que a meu ver são
condições não só necessárias como suficientes, para que seja uma Candidatura
vitoriosa.”
No Franco-Atirador de 12-01-2017, acrescentei ainda:
“No presente, o figurado de Estremoz além de figurar no Inventário Nacional de
Património Cultural Imaterial, já tem a sua Candidatura entrada na UNESCO, como
se pode concluir por consulta do respectivo website.
O Museu Municipal de Estremoz é actualmente Centro
UNESCO para a Valorização e Salvaguarda do Boneco de Estremoz e no início do
mês passado, estiveram em Estremoz representantes da Federação Portuguesa das
Associações, Centros e Clubes UNESCO, para assinatura de um Protocolo de
Parceria Estratégica, no âmbito do Centro UNESCO, para a valorização e
salvaguarda dos Bonecos de Estremoz.
A decisão da UNESCO relativamente à Candidatura
apresentada pelo Município será conhecida em finais de 2017.”
No Franco-Atirador de 09-02-2017, profetizei ainda:
“A inclusão dos bonecos de Estremoz na lista representativa do Património
Cultural Imaterial da Humanidade, será o corolário natural de toda uma
Candidatura que tem sido desenvolvida com rigor e traduzir-se-á numa maior
divulgação, valorização e reconhecimento a nível planetário do nosso figurado.”
Aviso à navegação
Terminei o Franco-Atirador de 12-01-2017,
denunciando publicamente determinado tipo de postura que procurava denegrir a Candidatura.
Para tal, afirmei que: “O noticiário do Município tem divulgado publicamente
todas as etapas do processo e a imprensa tem feito a divulgação das mesmas, o
que posso confirmar, já que sei do que estou a falar. Daí que não perceba quais
as reais intenções de quem na imprensa local, pareça querer pôr a Candidatura
em causa, ao afirmar que “Em Estremoz … não se sabe ao certo”. Quem tem
acompanhado os noticiários do Município e a imprensa local, regional e
nacional, sabe. Quem não sabe e fala do que não sabe, fica mal na fotografia.”
De resto, denunciei igualmente na imprensa local, a
crítica negativa que foi feita ao Município de Estremoz, por não ter querido
integrar a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Cerâmicas, a qual faz parte da Associação Europeia de Cidades
Cerâmicas, que pretende candidatar a cerâmica a Património Cultural Imaterial
da Humanidade e criar uma denominação de origem geográfica protegida do sector.
Teria sido um erro histórico se o Município de
Estremoz tivesse participado naquela Associação, onde pontifica a CENCAL
(Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica) das Caldas da
Rainha, criado em 1981, visando a formação profissional na área da cerâmica,
mas que desde 2011 se estendeu ao sector do vidro.
Felizmente que o Município de Estremoz teve a
percepção que a participação na referida Associação não fazia sentido, uma fez
que o figurado em barro de Estremoz tem uma manufactura “sui generis” que a
distingue e valoriza face a figurados como os de Barcelos, Mafra ou Caldas da
Rainha, para não falar de outros. Para além disso, a meu ver, a Candidatura tanto
da associação portuguesa como da europeia, carecem de qualquer sentido, uma vez
que os produtos cerâmicos têm a ver com a identidade cultural local. Basta
pensar na diferença que há entre as olarias de Estremoz, Nisa, Ribolhos e Barcelos.
Moral da História
Quando assisto a alguém que se arvora a falar
daquilo que não sabe, porque não sabe mesmo ou como também é o caso, se
encontra obliterado pela cegueira política, fico “piurso”, pelo que retirando
um projéctil verbal da minha cartucheira de rifões, disparo à queima roupa:
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