Padrão
das medidas de Vara e Meia Vara, gravadas verticalmente na ombreira
direita da Porta da Vila
das muralhas de Monsaraz, na face voltada ao interior.
Na sequência dos artigos anteriores “DESCOBERTA
ARQUEOLÓGICA / Padrão Medieval de côvado identificado em Estremoz” (B.A.
nº 848) e “Ainda o padrão medieval de côvado / Confirmada a descoberta” (B.A.
nº 850), entendi ser conveniente esclarecer a importância das medidas padrão
medievais.
Após a fundação da nacionalidade e com a
consolidação do Estado surgiu a necessidade de uniformização dos padrões de
medida, por se considerar que a mesma unidade de medida não devia ter valores
diferentes em pontos distintos do país. Assim o impunha a identidade do
território como Estado e as trocas comerciais entre as diversas regiões.
Era privilégio real o estabelecimento e
regulamentação dos padrões de medida, os quais eram definidos na carta de foral
que o rei atribuía a cada concelho.
As medidas padrão medievais tinham uma função
reguladora, normalizadora e moralizadora. Por um lado asseguravam a defesa do
consumidor. Por outro lado, tinham uma finalidade fiscal, sendo utilizadas na
aplicação de tributos reais, de impostos devidos à entrada nas povoações de
produtos agrícolas, de impostos incidentes na propriedade, tendo em conta a sua
área e de direitos de importação incidentes no comércio internacional. As
medidas padrão eram assim instrumentos de poder e de vassalagem.
NOTA FINAL – Por lapso, no artigo
“Ainda o padrão medieval de côvado / Confirmada a descoberta” (B.A. nº 850),
não apareceu a legenda da figura. Era a seguinte: “ Padrão medieval de
Vara e Meia Vara na Porta do Sol das muralhas do Redondo”.
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