Transcreve-se com muito orgulho e com a devida vénia, a Notícia do Município nº 1524, emitida a 14 de Março de 2014, pelo Gabinete de Comunicação, Eventos e Desenvolvimento Turístico da Câmara Municipal de Estremoz. (1)
A Câmara Municipal de Estremoz iniciou em abril de 2013 um processo de investigação, produção de conhecimento e angariação de apoios de personalidades e instituições, que tem por objetivo final a integração da Produção de Bonecos de Estremoz em Barro na Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.
Como primeiro passo para a conclusão deste objetivo, no mês de abril de 2014, vai ser entregue o “Pedido de Inventariação como Património Cultural Imaterial da Produção de Bonecos de Estremoz em Barro”, à Direção Geral do Património Cultural.
Após a conclusão da primeira fase, o Município avançará para a constituição de uma Comissão de Honra e Executiva, que têm como objetivo dar seguimento à candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Brevemente será também remetida à Comissão Nacional da UNESCO, Ministério dos Negócios Estrangeiros e Secretaria de Estado da Cultura a carta que formaliza a candidatura oficial.
No terreno vai ser promovida a realização de um Plano de Salvaguarda do Boneco de Estremoz, que visa dar visibilidade aos artesãos e à arte, trazer jovens artesãos para a Barrística, dar seguimento à investigação, proceder à publicação de monografias temáticas e realização de atividades educativas pela região e país. Este Plano terá igualmente o intuito de promover atividades de promoção do Boneco e artesãos, dando-se a conhecer uma arte popular tão emblemática de Estremoz e do Alentejo, mas também de Portugal.
Ainda no âmbito do Plano de Salvaguarda, há também o objetivo de candidatar a Coleção de Bonecos de Estremoz de Júlio Maria dos Reis Pereira, do Museu Municipal de Estremoz Prof. Joaquim Vermelho, a coleção de Interesse Nacional, de modo a valorizar os Bonecos musealizados e dar-lhes uma projeção nacional e internacional.
Após conclusão da investigação e redação do documento que apresenta a arte bonequeira e o porquê da pertinência da candidatura a Património da Humanidade, a Câmara Municipal procederá à sua entrega à Comissão Nacional da UNESCO, para que a mesma prossiga os trâmites seguintes.
O Boneco modelado ao modo de Estremoz é uma produção artística de carácter popular, com mais de 300 anos de história, a qual era maioritariamente executada por mulheres nos primeiros séculos de existência da arte.
A mesma consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e realizado manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII, assente na montagem dos elementos bola, placa e rolo.
Depois de efetuado o corpo da peça (cabeça, tronco e membros) e da cabeça ser colocada em molde para moldar a face, o boneco é vestido por intermédio de placas recortadas na forma de roupas.
Seca, vai a cozer ao forno e posteriormente é pintado, envernizado e novamente deixado a secar.
Como acontece desde as suas origens, o seu destino é comercial. Funcionalmente, nos primórdios, o destino era religioso (Imaginária). Hoje assume características decorativas e simbólicas.
Atualmente trabalham na arte: Afonso Ginja, Duarte Catela, Fátima Estróia, Irmãs Flores, Maria Luísa da Conceição e Ricardo Fonseca. De modo mais contemporâneo, trabalham Jorge da Conceição, Carlos Alberto Alves, Célia Freitas, Miguel Gomes e Isabel Pires.
(1) - A notícia está redigida de acordo com as regras do novo acordo ortográfico, que o blogue DO TEMPO DA OUTRA SENHORA não segue, mas que respeita nas transcrições que faz.
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