quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Que se lixe a troika!


O colectivo “Que se lixe a Troika: O povo é quem mais ordena”, convocou manifestações de desagrado com o actual governo e com a troika, a decorrer no próximo sábado, dia 26 de Outubro, em catorze cidades do país: Aveiro (Largo da Estação dos Comboios – 15 h), Beja (Praça da República - 15 h), Braga (Avenida Central – 15 h), Coimbra (Praça da República – 15 h), Faro (Largo da Pontinha – 16 h), Funchal (Largo do Colégio – 15 h), Horta (Praça da República – 11 h), Lisboa (Rossio/Assembleia da República – 15 h), Portimão (Largo Da Câmara Municipal – 15 h), Porto (Batalha/Aliados – 15 h), Setúbal (Largo da Misericórdia - 15 h), Viana do Castelo (Praça da República - 15 h), Vila Real – Avenida Carvalho Araújo – 16 h), Viseu (Rua da Paz – 15 h 30 min).
O colectivo “Que se lixe a Troika: O povo é quem mais ordena”, garante ser apartidário, independente e pacífico. Quer uma alternativa à política de austeridade do Governo, associada ao memorando da Troika e confia na capacidade dos portugueses de participar na construção de um futuro melhor, se forem chamados a fazê-lo.
As manifestações ocorrem numa altura em que estará a ser discutido o Orçamento do Estado para o próximo ano. O documento mobilizador das manifestações, aprovado no plenário aberto realizado no passado dia 22 de Setembro, no Teatro do Bairro, em Lisboa, é do seguinte teor:

QUE SE LIXE A TROIKA! NÃO HÁ BECOS SEM SAÍDA!

É tempo de agir.
Sabemos que o regime de austeridade no qual nos mergulharam não é, nem será, uma solução. Voltamos a afirmar que não aceitamos inevitabilidades. Em democracia elas não existem.
É tempo de escolhas simples. Educação para todos ou só para alguns? Saúde pública ou flagelo? Transporte público ou gueto? Constituição ou memorando da troika? Cultura ou ignorância? Pensões e salários dignos ou miséria permanente?
Nós ou a troika?
Sectores vitais para a nossa sobrevivência estão a ser entregues a banqueiros e especuladores, que os reduzirão à razão do lucro: água, energia, transportes, florestas, comunicações. Querem forçar-nos a abdicar do que construímos: na Saúde, na Educação, nos direitos mais básicos como habitação, alimentação, trabalho e descanso.
A troika e os governos que a servem pretendem deitar fora o sonho de gerações de uma sociedade mais livre e igualitária.
A quem está farto de ver vidas penhoradas e esvaziadas, fazemos o apelo a que se junte a nós na construção da manifestação de 26 de Outubro.
A manifestação será mais um passo determinante na resistência ao governo e à troika!
Não há becos sem saída.”

A mobilização popular para a jornada de luta tem sido efectuada através das redes sociais e com recurso a cartazes, dos quais apresentamos aqui aqueles que conseguimos localizar.




































 































quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Cartazes do MFA




Decorridos seis meses sobre o 25 de Abril de 1974, na vigência do III Governo Provisório (30-9-1974 a 26-3-1975), chefiado por Vasco Gonçalves (1922-2005), é divulgado no Palácio Foz, em Lisboa, o Programa de Dinamização Cultural que iria ser coordenado pela Comissão Dinamizadora Central (CODICE), estrutura da 5ª Divisão do Estado-Maior General das Forças Armadas, em colaboração com a Direcção-Geral da Cultura e Espectáculos.
As Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA a partir daí desenvolvidas, decorreram nos anos de 1974 e 1975, visando levar o MFA às populações e apoiá-las no desenvolvimento e na tomada de consciência dos problemas que elas tinham, acabando também por contribuir para a democratização e dinamização das Forças Armadas, que assim tomavam contacto com diferentes realidades. São dessas Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA, ocorridas em 1974 e 1975, os cartazes de propaganda cívica que a seguir se apresentam, sem qualquer preocupação de seriação temporal, identificação de autor, técnica usada, impressor, local e data de impressão.

BIBLIOGRAFIA

Publicado inicialmente em 23 de Outubro de 2013

























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terça-feira, 22 de outubro de 2013

A balança como instrumento de medida

Fig. 1
Interior - Nazaré (1930). Raquel Roque Gameiro Ottolini (1889 -1970). Aguarela sobre
cartão prensado (39,5 x 37 cm). Museu Nacional  de Arte Contemporânea, Lisboa.

O nosso deambular constante sobre por terrenos aparentes estéreis, está na origem de pesquisas e reflexões sobre a balança, o que vai dar origem à publicação sucessiva de posts, cujos títulos são:
- A balança como instrumento de medida
- A simbologia da balança
- A balança na Mitologia
- A balança na Bíblia Sagrada
- A balança na Literatura Oral
Comecemos por:

A balança como instrumento de medida
A antiguidade da balança é testemunhada por inúmeros documentos, que levam a acreditar que o seu uso seja coevo das primeiras transacções comerciais. Uma coisa, porém, é certa: os egípcios já conheciam a balança. A Fig. 2, pertencente a um papiro do “Livro dos Mortos”, da XVIII dinastia (c.1550 a.C.- c.1295 a.C.), conservado no Museu de Turim, mostra a utilização de uma balança. Aí podemos ver Anúbis pesando o coração de uma sacerdotisa. O órgão foi posto no prato da esquerda, enquanto que no prato da direita está uma figura que representa a Verdade. No alto da balança o deus Thoth, tendo a aparência de um babuíno, anota o resultado da pesagem.

Fig. 2

Sob um ponto de vista físico, uma balança é um instrumento de medida usado na determinação do peso dos corpos e que tem por órgão essencial uma “alavanca interfixa”, a qual está esquematizada na Fig. 3:

Fig. 3

Na imagem estão esquematizados os pesos aplicados aos braços da balança e as respectivas distâncias ao ponto de assentamento, chamado “fulcro”. A condição de equilíbrio da alavanca interfixa é:


Por outras palavras: os pesos aplicados aos braços da balança são inversamente proporcionais às distâncias a que se encontram relativamente ao fulcro.
As balanças mecânicas podem ser de braços suspensos ou de braços apoiados e ter braços iguais ou desiguais, sendo certo que as balanças mecânicas mais antigas são balanças de pratos suspensos e iguais, conhecidas por “balanças ordinárias” (Fig. 4). Eram estas as balanças usadas outrora, correntemente, nos mercados, talhos, peixarias, mercearias, drogarias, farmácias e ourives. 

Fig. 4 (1)

A balança ordinária compõe-se duma alavanca interfixa chamada travessão, móvel em torno dum eixo oscilação horizontal, localizado no meio e constituído por um cutelo de aço, apoiado sobre duas peças planas bem polidas, de aço ou de ágata.
Nas extremidades A e B do travessão estão fixos dois cutelos com as arestas viradas para cima, sobre os quais se apoiam os ganchos que suportam os pratos destinados a receber os corpos ou os pesos marcados. O travessão sustenta ainda no meio uma agulha, apelidada “fiel”, que é perpendicular à linha do travessão e ao eixo de oscilação, podendo deslocar-se para um e outro lado duma linha de fé localizada numa escala graduada localizada por cima ou por baixo do travessão.
As arestas dos três cutelos A, B e C (Fig. 5) são paralelas e situam-se no mesmo plano. Supondo-as reduzidas a três pontos e em linha recta, daremos a esta linha o nome de “linha do travessão” e o de “braços do travessão” às distâncias CA e CB. 

 Fig. 5 (1)

Para efectuar uma pesagem simples, o método vulgar baseia-se em colocar o corpo que se pretende pesar num dos pratos e pesos marcados no outro, até que o travessão fique em equilíbrio na posição horizontal, o que se reconheça por a agulha coincidir com a linha de fé (zero da escala). Efectua-se seguidamente a soma dos pesos marcados, tomando-se esta soma como resultado do peso do corpo.
Para que o resultado obtido numa pesagem seja exacto é preciso que a balança seja “justa” e sensível”. Uma balança é “justa” se o travessão se mantém horizontal quando nos pratos são colocados pesos iguais, o que exige a verificação das seguintes condições: 1º) Os braços do travessão e os pratos devem ser rigorosamente iguais; 2º) Os pontos de suspensão dos pratos devem ficar a distâncias constantemente iguais do eixo do travessão, qualquer que seja a sua posição; 3º) Quando o travessão está horizontal, o centro de gravidade do sistema móvel deve situar-se na vertical do ponto de suspensão e por baixo dele. Na prática, verifica-se se uma balança é “justa”, observando cumulativamente os seguintes factos: 1º) O fiel da balança fica no zero da escala quando o travessão não suporta os pratos; 2º) O fiel da balança fica no zero da escala quando o travessão suporta os pratos; 3º) O fiel da balança fica no zero da escala quando se permutam os pesos colocados originariamente em cada um dos pratos.
Por outro lado, verifica-se se uma balança é “sensível”, colocando pequenos pesos nos pratos e observando se a balança oscila. Diz-se, por exemplo que uma balança é sensível ao miligrama, quando esta oscila pela adição deste peso a um dos pratos.  
Qualquer balança admite uma carga máxima, correspondente ao valor dos pesos que os pratos podem suportar, sem que ocorra deterioração dos cutelos ou flexão sensível no travessão.

BIBLIOGRAFIA
(1) - NOBRE, Francisco Ribeiro. Tratado de Física Elementar (23ª edição). Lello & Irmão, Lda. Porto, 1929.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Alma entupida

MONTADO -  Imagem recolhida em NATURE in ACTION

Por vezes a escrita é feita de minúsculas linhas que congregam palavras que nos saem das mãos, sem sabermos como, nem porquê. Forma habitual de publicitar estados de alma, muitas vezes povoados por silêncios e interrogações, como se a alma estivesse entupida. Então a imagem é rainha e senhora.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Memória de Adriano Correia de Oliveira

ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA - Mural em azulejos de António Carmo (1949 - ),
à entrada do Parque Biológico de Gaia, em homenagem ao músico e cantor,
erigido aquando do 25º aniversário do seu desaparecimento.


A 16 de Outubro de 1982 morre Adriano Correia de Oliveira (1942-1982), músico e cantor, um dos mais importantes e significativos intérpretes do fado de Coimbra e da chamada “canção de intervenção”. A sua discografia está assim distribuída: - ÁLBUNS: Adriano Correia de Oliveira (LP, 1967); O Canto e as Armas (LP, 1969); Cantaremos (LP, 1970); Gente de aqui e de agora (LP, 1971); Que nunca mais (LP, 1975); Cantigas Portuguesas (LP, 1980). - COMPILAÇÕES: Fados de Coimbra (1973); Memória de Adriano (1982); Fados e baladas de Coimbra (1994); Obra Completa (1994); Vinte Anos de Canções (1960-1980) (2001); Obra completa (2007). - SINGLES E EP’S: Noite de Coimbra (EP, 1960); Balada do Estudante (EP, 1961); Fados de Coimbra (EP, 1961); Fados de Coimbra (EP, 1962); Trova do vento que Passa (EP, 1963); Adriano Correia de Oliveira (EP, 1964); Elegia (EP, 1967); Adriano Correia de Oliveira (EP, 1968); Rosa de Sangue (EP, 1968); Cantar de Emigração (EP, 1971); Trova do Vento Que Passa nº2 (EP, 1971); Lágrima de Preta (EP, 1972); Batalha de Alcácer-Quibir (EP, 1972); O Senhor Morgado (EP, 1973); A Vila de Alvito (EP, 1974); Para Rosalía (EP, 1976); Notícias de Abril (Single, 1978).
Adriano Correia de Oliveira partiu há 34 anos. Todavia, a sua música e as suas canções, permanecem vivas nos nossos corações.

 Hernâni Matos
(16-10- 2013)